Um belo dia de sol. (7)

254 30 126
                                    

Nas três semanas seguintes minha rotina foi a seguinte: Ir pra escola, voltar pra casa e fazer almoço para meus pais, que alternavam os horários para acompanhar o Tony no hospital. De tarde ir ver o Tony e depois de volta pra casa. Quase todos os dias Naty, Rodrigo e Lee iam pra minha casa ficar comigo até um dos meus pais chegarem. Com o tempo, fui me aproximando e me apaixonando mais e mais por Lee. Ele era muito doce e bondoso, era corajoso, sincero e pra falar a verdade ele aprendeu muito com seu passado sofrido. Aprendi muito sobre ele e nos conhecemos muito durante esse tempo, todas as coisas que descobri me fizeram pensar muito em ficar com ele. Toda vez que ele vinha em casa eu me sentia completa, o que era estranho pra mim.

Numa sexta feira não tínhamos aula, e no dia anterior eu já tinha feito faxina, aquele dia seria um tédio completo por que eu não ia poder ver o Tony no hospital.

Mensagem.

"Oi Naty bom dia, vai fazer o que hoje?"

"Bom dia Liv. Nada, meus pais foram viajar para a casa da nossa família e eu fiquei sem fazer nada. ;-; "

"Quer vir aqui em casa para fazermos alguma coisa?"

"Beleza, tô indo."

"Ok."

Naty chegou rápido e  trouxe um bolo e um sorvete para comermos de tarde.

— Liv, que tal irmos para o deck tomar um sol. A gente tá quase transparente. —

Dou risada e concordo, coloco meu biquíni preto com lacinhos e uma saída de praia de manga longa e que bate no joelho e que é todo aberto na frente, e Naty coloca um biquíni azul com bolinhas brancas.

— Você parece uma mulher dos anos oitenta. — digo enquanto dou risada da sua pose engraçada na frente do espelho.

— Liv, cala boca. — ela retruca brava.

Fomos para o deck e deitamos nas esteiras enquanto conversávamos e bebiamos um suco refrescante. Algum tempo depois pergunto.

— Como estão você e Rodrigo Naty? —

— Estamos bem Liv, ele está muito cuidadoso, amoroso. Toda vez que ele vai sair sem mim, ele me dá um beijo e diz que me ama, coisa que ele fazia de vez em nunca. —

— Que legal Naty, mas por que essa mudança? —

— Acho que o assalto mexeu muito com ele, ele ficou mal por meses. Ele disse que se sentiu muito culpado, por que levou a gente por aquele caminho, por que era o mais rápido. E até hoje ele ainda se sente muito mal por ver o que aquela situação te causou. —  ela da um suspiro. — Ele ficou muito deprimido quando você ficou em coma, precisou passar até em psiquiatras para ajudar. —

— É sério Naty? Por que você não me contou isso antes? —pergunto desacreditada.

— Ele não queria que você soubesse. —

— É triste ver que isso até hoje abala a gente desse jeito. — digo pensativa

— Verdade Liv, mas e você? Como você se sente, com relação ao Maurício, e ao trauma? —

Aquilo ainda era muito difícil pra mim, já que faziam menos de dois anos que havíamos passado por tudo aquilo.

— Naty, é difícil explicar como é esse sentimento. Por muitas noites eu ainda tenho pesadelos com o que aconteceu. Eu ainda vejo o Maurício indo embora com medo e me deixando lá sabe? É muito real a ponto de acordar chorando as vezes. Eu sinto vontade de culpar o Maurício, mas eu sei que assim como eu ele também estava com medo. —

— Mas isso não é desculpa para te abandonar num sequestro. — ela cospe as palavras com indignação.

— Sim, mas eu tento não culpar ele. Por sei que remoer isso vai me fazer muito pior do que eu já estou. —

A Cura Para Minha Dor. [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora