A princípio. (4)

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Narração de Lee.

Eu cresci em seul, capital da Coréia do sul, meu pai tem uma empresa que produz sistemas de segurança para bancos, lojas e até mesmo departamentos governamentais.

Desde que a empresa nasceu meu pai queria leva-la para o mundo inteiro, para levar segurança, controle e conforto para seus usuários, mas como vivemos num mundo onde a realidade é difícil isso não foi possível. Então ele resolveu levar a empresa dele a apenas alguns lugares com algumas franquias como na Coreia, na China e agora no Brasil.

Quando morávamos na Coreia, eu minha irmã, e meus pais tínhamos o costume sair aos domingos para ir ao lago, bater papo, comer um alguma comida diferente e brincar de bola.

Nós sempre levamos uma vida pacata, até que um dia fomos assaltados numa loja de conveniência, estávamos apenas eu meu pai e minha irmã, meu pai foi esfaqueado na frente da minha irmã, enquanto eu havia me escondido atrás de uma gôndola e a atendente loja apenas ficou sem reação, após meu pai cair no chão os assaltantes ameaçaram Yang Mee de morte se tentasse salva-lo, mas antes de meu pai morrer ali naquele chão ensanguentado os assaltantes acabaram fugindo.

Eu nunca havia sentido tanto medo na minha vida, vi ali meu pai praticamente morto na minha frente e eu não poder fazer absolutamente nada. Para mim aquilo foi o fim.

Mas Yang Mee, conseguiu ligar para a ambulância de algum jeito e acabaram que conseguindo reverter o caso do meu pai, demorou muito tempo para ele se recuperar, mas ele sobreviveu e quase sem nenhuma sequela.

Nós tínhamos por volta de dez e onze anos, meu pai voltou ao normal, seguiu sua rotina como sempre, continuava alegre e carismático a passou a valorizar ainda mais a vidas. Mas infelizmente Yang Mee não, ela passou a ter síndrome do pânico, e com 12 anos começou a ter sintomas de esquizofrenia e síndrome do pânico. Quando passamos ela no psiquiatra, ele disse que ela desenvolveu esses sintomas pelo trauma que tinha passado.

Era muito desafiador cuidar dela, todo dia ela gritava e chorava, via situações que não aconteciam de fato,tinha medo de tudo e o pior é que era muito difícil para mim ver minha irmã naquele estado, já que ela sempre fora uma pessoa extrovertida e otimista que tinha coragem em abundância.

Os anos foram passando e ela foi se deteriorando cada vez mais. Perto de sua morte, já não havia mais remédios que a ajudassem nem havia mais nada que podíamos fazer. Me lembro de que um dia ela teve uma crise de pânico muito grave, eu não sei como acabei abraçando ela fortemente segurando seus braços, acariciando seu cabelo e disse.

— Calma, eu tô aqui. Vou cuidar de você eu prometo. —

Isso a acalmou e fez com que parasse de ter a crise. Depois disso, fiz exatamente a mesma coisa todas as vezes que ela teve uma crise de pânico, até o dia de sua morte. Ela tinha dezoito anos quando morreu.

Depois que ela morreu, eu passei meses sem ir a escola, sem sair com meus amigos, sem fazer absolutamente nada, não conseguia viver num mundo onde eu não tivesse mais ela, eu entrei de cabeça na depressão.

Meus pais não queriam que eu acabasse como Yang Mee então eles resolveram mudar de país, e de estilo de vida, já que tudo na Coréia e na nossa rotina me lembrava ela.

Chegamos a decisão que iríamos morar no Brasil, e quando conheci o país, gostei do que vi. Uma cultura diferente da minha, pessoas diferentes, mudar me fez bem de certo modo.

Quando conheci Liv, e descobri tudo o que ela tinha passado, percebi que talvez eu fosse o único que realmente pudesse cuidar dela, estar com ela e entender seus sentimentos por que assim como minha irmã, ela também tem cicatrizes profundas. Conheci cada uma dessas cicatrizes, Naty e Rodrigo me disseram tudo sobre a Olívia.

Quando eu soube de tudo o que ela passou, e tudo o que aconteceu, eu me senti mais apaixonado por essa ela, com ela eu sabia que não estaria sozinho e que teria alguém para cuidar e amar. Eu já tomei a minha decisão, eu vou namorar essa menina, não importa o que aconteça.

A Cura Para Minha Dor. [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora