Saint-Émilion era absolutamente uma das cidades mais bonitas que Nessie já conheceu e estava dizendo isso somente com base no caminho que percorreu até entrar na mansão de Dolohov.
Ele puxou sua mão, sendo gentil o suficiente para não ir depressa demais e pra ela poder registrar tudo o que podia da paisagem incrível.
A casa dele era feita de pedra rústica, de aparência medieval e quase lembrava um castelo, o caminho de pedra que ela percorreu até lá era cercado pela vegetação baixa do jardim tímido e quando ele afastou a porta pesada de madeira, seu queixo caiu.
As janelas grandes e envidraçadas da casa projetavam uma luz calorosa do sol poente para dentro do Hall. O piso era de madeira e brilhava feito um espelho e o adorno da escada parecia ter o mesmo material. Haviam peças de arte espalhadas pela sala de estar, além dos móveis de estilo monárquico de imponência ímpar, afirmando a ideia de castelo, ainda que com um Q de modernidade.
Kristoff lhe arrastou escada acima, passando pelo corredor de presença com rapidez, indo até a suíte principal ao final. Ness sentiu o ar faltar nos seus pulmões quando ela viu o dossel da cama, além do móveis esplendorosos, mas não era aquilo que ele queria mostrar.
Dolohov abriu a janela da varanda e a escancarou, abrindo-a ao extremo para que Ness visse o lugar mais bonito de toda sua vida.
Os vinhedos se arrastavam sem fim pelo horizonte, a época da colheita chegado mostrava os pontos vermelhos e roxos em meio ao mar verde, trazendo o cheiro inconfundível de uva e vinho no ar.
Do outro lado, ela conseguia ver o centro do vilarejo. Os tons pastéis das casas antigas era quase unânime, vielas de pedra e muralhas medievais construídas há muitos anos para proteger seus cidadãos.
— Meu Deus... — Sussurrou se apoiando no guarda-corpo. Kristoff deu os ombros, afundando a mão no bolso do jeans.
— Legalzinho, né? — Falou, se aproximando do guarda-corpo e visualizando a paisagem ao lado dela.
— Legalzinho? — Ness ergueu a sobrancelha para ele, estupefata. — Kristoff, esse lugar é lindo! Eu já li sobre ele, sobre a a Grotte de l'Ermitage, uma pequena gruta onde morava o monge Émilion quando ele estava na cidade. Dizem que, no século 8, o tal monge trabalhava como cozinheiro na casa de um nobre da região francesa da Bretanha. Ele se aproveitava de sua posição para surrupiar alguns pães e dá-los aos pobres, escondendo-os embaixo de sua túnica. Um dia, no entanto, ele teria sido surpreendido por seu chefe, que lhe perguntou o que ele estava carregando. Émilion teria respondido que levava madeira e, quando ele levantou a sua túnica, os pães teriam se transformado em madeira por milagre. Dentro da gruta, tem a "cama" de pedra onde ele dormia e os pequenos canais de onde bebia água. Há também uma "poltrona" de pedra, e diz a lenda que as mulheres que se sentam ali ficam grávidas. — Discursou e ele deu os ombros.
— Por favor, não sente na poltrona por agora. — Pediu e ela revirou os olhos enquanto ele ria.
— Não tenho tempo e nem como ficar grávida, Dolohov, mas obrigada pela preocupação. — Disse e ele ergueu as sobrancelhas. Não tinha como? Ah, por favor! Yverness era insuportável, mas era tão bonita que as vezes ele preferia nem olhar para ela. Como ela tinha e tinha muito!
— Você tem minha empresa para salvar. — Disse e ela ergueu a sobrancelha em sua direção, sem tanto divertimento nos olhos.
— E estar grávida em prejudicaria em quê em relação a isso? — Questionou, cruzando os braços.
— Em nada. — Disse rapidamente, fazendo a ruga em meio aos seus olhos se suavizar. — Só acho que quando estivesse grávida iria querer dar toda sua atenção para o seu filho. — Corrigiu, mordendo os lábios e desviou os olhos dela, voltando-se para a paisagem.
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Fogo e Aço (Desgutação | Em breve)
RomanceYverness Ross não é uma pessoa fácil. Escocesa, advogada e cheia de ódio percorrendo suas veias europeias, ela se muda para França em busca de sossego e arte, sendo totalmente o oposto de Kristoff Dolohov, inglês, charmoso, cafajeste e com uma pitad...