Foi um trovão que fez com que Yverness acordasse com um pulo no meio da noite. O quarto se iluminou de repente e ela piscou algumas vezes até assimilar onde estava.
Kristoff havia se virado na cama. Mantinha uma das pernas sobre a divisa improvisada, segurando um dos travesseiros contra o peito e ressonava com tranquilidade, apesar de parecer fazer mais força que o comum para respirar.
Ness olhou no relógio. Eram 4:57 da madrugada. Ela odiava acordar no meio da noite, pois todas as vezes que isso acontecia ela demorava muito pra dormir.
Ela respirou fundo, pegando o edredom fino que ele havia lhe passado e se ergueu, escorrendo para o chão e abriu a porta devagar.
Os corredores eram de um breu absoluto. Não havia fonte de luz além da que vinha da lua, encoberta pelas nuvens carregadas da chuva incessante. Seguiu até as escadas, se segurando ao corrimão para não tropeçar e se estabacar lá embaixo.
A sala estava mais iluminada e ela seguiu até o sofá, pegando o celular que havia trago consigo e vendo os e-mails que havia deixado de responder.
Era tão sistemática com seu trabalho, que ao ver que havia chego um e-mail automático da Ordem dos Advogados quase surtou como se tivesse perdido um prazo importante.
Mas o que realmente a fez surtar foi quando uma nota solitária de um piano ressoou mais alta que um trovão, a fazendo se virar.
— Não consegue dormir? — Kristoff perguntou e ela fechou os olhos, colocando a mão no peito para se acalmar.
Os cabelos dele estavam bagunçados e ele não parecia nem um pouco envergonhado por estar somente de samba-canção. Ela esperava que ele tivesse tido a decência de pelo menos estar de cueca por baixo, mas preferiu não olhar.
O peito dele era liso feito mármore, dava para ver o desenho do seu abdômen forte além do caminho que seus músculos faziam até sua pelves. Seu peito era grande e o abdômen visivelmente rígido, além dos braços enormes que ele tinha, que pareciam ter sido tirados de um filme de ação. Onde aquilo tudo estava escondido?
— Você me assustou. — Sua voz saiu mais estridente do que era de costume e ela pigarreou. — Acho que dormi demais à tarde. — Deu os ombros e ele se sentou a sua frente, apoiando-se na mesinha de centro.
— Imaginei. — Deu um meio sorriso. Sua aparência estava muito melhor, não havia mais as marcas das olheiras abaixo dos seus olhos.
— E você, por que está acordado? — Dolohov balançou algo na mão, como se aquilo explicasse tudo e ela teve de forçar a visão para conseguir identificar a bombinha de asma em meio à escuridão. — Precisa ir ao hospital? — Questionou. Dolohov deu os ombros, negando com a cabeça.
— Não, eu consigo me manter com isso. Só não vou conseguir dormir.
— Tem certeza? Também não irei mais dormir... — Ela estava realmente preocupada com ele. Havia tido doenças respiratórios quando era criança e ainda lembrava da sensação de afogamento que aquilo lhe trazia.
— Tenho sim. Está com fome? — Ele ficou em pé, seguindo pelo corredor e ela observou suas costas. Eram belas costas, dava para ver seus músculos conforme ele se movia, a cintura fina e a bunda empinada. Suas pernas, ela notou, também eram bem torneadas, já que o short curto a deixava ver suas coxas.
Ness deixou o cobertor em cima do sofá e seguiu de volta a cozinha moderna daquele castelo. Ele foi até a geladeira e tirou algumas frutas e leite.
Pelas janelas vitorianas que a cozinha tinha ela poderia ver a luz alaranjada ao fundo, vindo por debaixo dos vinhedos. Ela ergueu o celular e notou que havia ficado quase uma hora na sala futricando no celular e o dia estava amanhecendo. Ross também reparou que a chuva tinha parado e as nuvens todas tinham ido embora.
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Fogo e Aço (Desgutação | Em breve)
RomanceYverness Ross não é uma pessoa fácil. Escocesa, advogada e cheia de ódio percorrendo suas veias europeias, ela se muda para França em busca de sossego e arte, sendo totalmente o oposto de Kristoff Dolohov, inglês, charmoso, cafajeste e com uma pitad...