O dia amanheceu perfeito para ir visitar o Rei.
A Condessa Alessa se despediu de Afonso, que como um garotinho empolgado foi vê-la partir.
— Me deseje sorte. Se tudo sair como o planejado, o desejo de meu falecido marido estará garantido.
— Se o rei é tudo o que você me contou. Não há do que ter dúvidas!
— Quero que faça algo enquanto eu estiver fora.
— O que seria?
— Alvor irá te mostrar. — Enquanto falava subia na carruagem. — São documentos referentes a todos os bens que possuo. Mais tarde vou lhe explicar algumas coisas sobre eles.
— Faça uma boa viagem. — Disse Afonso fechando a porta para ela.
— Obrigada. — A condessa estava ansiosa por este momento.
A viagem foi tranquila.
Ao chegar, desceu de sua carruagem e respirou profundamente o ar puro que vinha do alto da montanha. — Eu me sinto tão bem aqui.
E Fernão lhes respondeu: — A senhora deveria vir aqui mais vezes. Lembro-me de quando o meu senhor era vivo, vocês vinham sempre aqui e a senhora era mais saudável.
— É verdade Fernão. Talvez, se eu não tivesse parado de frequentar este lugar, hoje eu teria mais saúde.
— Veja condessa! Sua majestade veio lhe receber pessoalmente.
O Rei Henry, desceu às escadarias da frente de seu castelo, muito sorridente acompanhado de a sua esposa, a Rainha Marícia, que ficou emocionada com a presença de Alessa.
Enquanto eles se aproximavam, Alessa fez a sua reverencia. E a rainha a abraçou. — Seja bem vinda minha menina!
— Obrigada vossa majestade.
Segurando em seus ombros ela completou: — Não é porque o meu estimado amigo se foi, que você não possa mais vim mais aqui.
— Não é por isso minha senhora...
O rei em seguida a abraçou também.
— É uma ordem de seu Rei. Venha nos visitar mais vezes.
— Sim meu Rei. Farei o meu possível.
— Há muito tempo que não a vejo! A que devo esta maravilhosa visita? Como tem sido sem o meu grande amigo Iseu? Sinto tanto a falta dele... Mas só de poder vê-la novamente, já me sinto reconfortado.
— Perdão majestade, por ter me ausentado por tanto tempo, a minha saúde tem piorado nos últimos meses. Tenho ido à procura de bons médicos em outras cidades. Mas até agora não tenho tido sorte.
— Entendo minha filha.
A rainha percebendo o rosto pálido da condessa disse a seu marido.
— Querido! Não pode ver o quanto ela deve estar cansada? Vamos entrar minha querida.
Em uma sala confortável e bem arejada, já sentados, foram servidos pelos criados com algumas frutas a pedido da rainha.
— Coma bem minha filha, você me parece bem pálida.
— Obrigada Vossa Majestade. Mas não é por falta de alimento que estou assim.
O rei lhe fez uma proposta. — Por que não passa uns meses aqui, enquanto é verão? Sua saúde irá melhorar.
— Pode ser majestade, não é o primeiro que me fala a respeito disso. Pensarei com carinho em sua oferta. — Envergonha, abaixou a cabeça sem jeito para falar. — Mas a outra coisa que o senhor pode fazer por mim.
— Me diga, por favor! E não se envergonhe na frente de seu Rei.
A rainha pegou em sua mão quando percebeu a tristeza em seu rosto.
O Rei Henry continuou com uma voz serena. — Alessa, eu a tenho como uma filha. Não me negue essa oportunidade de fazer algo por você.
Alessa, ao ouvir aquelas palavras, se ajoelhou nos pé do rei, pegando em sua mão começou a se justificar. — Majestade, perdoe-me! Embora eu estivesse com muitas saudades do meu Rei e minha Rainha... O que me trouxe hoje aqui é um pouco egoísta de minha parte, mas de muita importância para mim. — Começou a chorar.
— Diga-me o quer. É a primeira vez que me pedes. Eu sempre quis fazer alguma por você.
— Eu sei! Mas me envergonho de faze-lo, por isso hesito.
— Então não há motivos para que desista de fazer o seu pedido. Seja o que for eu o atenderei se estiver ao meu alcance.
A rainha vendo aquela cena ajoelhou-se ao lado dela e a abraçou. E depois a ajudou a se levantar.
— Muito obrigada. Majestade. — Alessa agradeceu, retornou ao seu acento.
— Agora conte nos do que se trata o seu pedido.
Ela contou tudo o que houve com ela desde a morte de seu marido. Da sua enfermidade, do que sua antiga família estava armando contra ela
— Isto não vai ficara assim! Diga-me onde posso encontrá-los e eles pagarão por tudo!
— Há mais majestade. Deixe-me terminar.
— Continue por favor.
Alessa disse ao rei como era Afonso e como a ajudou sem pedir nada em troca no dia em que se conheceram. Ela também contou a ele o que tinha em mente e como um forasteiro poderia lhe ajudar.
O rei não se agradou do que ouviu sobre seus familiares e do que estavam tentando fazer com ela.
Resolveu ajudá-la, atendendo ao seu pedido. — Traga-o aqui para que eu possa conhecê-lo. Se for realmente de coração tão bom como diz, terei o enorme prazer em fazer o que me pedes. Caso contrário, para seu próprio bem Alessa, não o farei.
— Sim, majestade. Tenho certeza de que não irá se arrepender se fazer isto por nós.
— Quero saber se ele sabe o que você pretende fazer com ele?
— Apenas de que preciso dele para impedir a minha família de nos fazer mal. Mas como ele me será útil. Não. Ainda não contei.
— Pois bem... Não se demore. Conte-lhe a verdade, antes que seja tarde demais. Você deve dar a ele tempo para pensar. Você não perder um aliado tão precioso quanto este. Temo que ele não aceite o seu pedido se o fizer tardiamente.
— Sim majestade.
— Seja sábia minha filha. Você verá como tudo correrá a seu favor.
Ela aceitou o conselho do rei em contar logo, todo o seu plano pra Afonso. Agora, lhe restava convencer o jovem de aceitar o seu último pedido quando chegasse à hora.
Ela ficou um pouco mais na companhia do casal real para matar a saudade, não só deles, mas também daquele lindo lugar.
Alessa saiu do castelo convencida de que o rei realmente a ajudaria, e que Afonso seria de grande ajuda, após o rei atender ao seu pedido.
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O Fabricante de Bonecas (Finalizado)
RomantikUm rei bom, um reino promissor, lindas filhas. O que poderia dar errado? Mas deu! Descubra como um simples fabricante de bonecas conseguiu salvar o rei e casar-se com sua filha mais velha. Obrigada por lerem! Nota: Por favor deixe o seu comentário...