Naqueles dias, Brígida fora esquecida por sua mãe. A rainha só pensava no bebê e no quanto seu esposo ficaria feliz em vê-lo. Já havia se passado algumas semanas, desde que o rei partiu e o jovem chegou.
Percebendo que a sua mãe não se lembrava dela, Brígida tratou logo de colocar na sua vida, até então monótona, um pouquinho de aventura. E mais uma vez foi à procura do desafortunado Afonso.
Restava-lhe poucas horas antes do sol se pôr. Ela precisava encontrá-lo antes que ele retornasse para seu quarto como a rainha queria.
O jovem pouco saia de lá, para evitar o encontro com as filhas da rainha. Os guardas costumavam avisá-lo da presença de qualquer uma delas, quando estavam por perto. Ele sempre que retornava para o quarto se trancava para que elas não pudessem entrar.
A princesa conhecia a rotina de todos no castelo. Para que pudesse aprontar, é claro. Ela tinha que organizar seus horários e até mesmo cancelar ou adiar seus planos para não ser pega por sua mãe.
Isto eram qualidades que seu pai e seu falecido avô mais admiravam nela desde pequena. Pensar antes de agir e ser estrategista era o seu forte. Ela tinha o dom de liderar e fazer com que as pessoas fizessem o que ela queria sem o menor esforço.
Quanto às bonecas? Afonso, ao pensar que finalizou a ultima, se lembrou de que ainda lhe restava fazer duas; o boneco de Brígida, que foi a ultima a pedir e também a mais difícil de confeccionar. Por que ele nunca havia feito um destes antes. A outra era a que ele queria presentear a Brígida. Nem ele sabia o porquê.
Mais uns dias e estaria livre novamente. Poderia ir para bem longe daquele lugar e não ter que ouvir a voz ameaçadora da rainha nunca mais. E com todo aquele dinheiro planejava ver o seu avô e descansar por uns dias.
Pensando no assunto das bonecas, lembrou-se de outra coisa, talvez a mais importante.
— Já estava me esquecendo! — Disse ele. — Preciso ver aqueles quadros, tenho que fazer a roupa do boneco para Brígida.
Pegou seu caderno, onde desenhava as bonecas e as roupas, também seu pedaço de carvão.
— Ah! Eu também preciso comer antes de dormir, estou com fome.
Para o seu azar, quando resolveu sair para primeiramente comer e depois fazer o que estava em mente. Deparou-se justamente com a pessoa que mais queria e deveria evitar. Ela mesma. Brígida.
— Que bom que te encontrei. Siga-me! — E pegou em seu braço e o arrastou sem ele esperar.
— Me largue antes que alguém nos veja! — Disse ele tentando se livrar das mãos dela bem seguras em seu braço. — Além do mais, eu preciso comer e voltar para o quarto imediatamente e fazer a ultima boneca. Que por coincidência é justamente a sua!
— Não vai demorar... É só você não resistir tanto.
De repente, foram interrompidos por sons de passos. Ambos ficaram em silêncio assim que ouviram som. Quem poderia ser no corredor vindo em direção a eles? Seria a rainha? Então seria tarde demais... E é claro que o pânico tomou conta do rapaz.
Afonso não parou de murmurar. — Você, pare! Estava muito bom para ser verdade. — Para ele não importava quem estava vindo a rainha iria saber de qualquer forma.
Disse ela, com um plano em mente. — Acalme-se. e me siga sem perguntas.
Mas ele: — Eu me perguntado por onde você estava que não fosse atrás de mim? — Lamentou Afonso arrependido por achar que seria seguro sair a aquela hora. — Logo agora que a rainha estava calma...
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O Fabricante de Bonecas (Finalizado)
RomansaUm rei bom, um reino promissor, lindas filhas. O que poderia dar errado? Mas deu! Descubra como um simples fabricante de bonecas conseguiu salvar o rei e casar-se com sua filha mais velha. Obrigada por lerem! Nota: Por favor deixe o seu comentário...