Os que ficaram no acampamento, discutiam como seria possível entrar no castelo se a única entrada estava bem guardada.
— Atacar o castelo por fora será perca de tempo! Eu não vejo outra maneira a não ser entrarmos. — Disse Beltrão desapontado.
Brígida lembrou-se que o conde havia saído antes dela lá do esconderijo, para ver como as coisas estavam dentro do castelo.
— Afonso!
— Sim?!
— Você saiu para espionar os soldados, você tem que nos contar o que viu lá!
Indignado ele olhou para ela. Até que ele quis ficar calado, mas... — Perdoe-me princesa, por sua causa eu me esqueci da minha missão só para ter que ir procurá-la.
— Como ousa!
— Se você me obedecesse, eu teria feito a minha parte, mas ao invés disso, eu fiquei te procurando por todos os lugares.
— Você pelos menos foi a um lugar? E não descobriu nada?!
— Sim, eu fui. Consegui olhar a biblioteca, a cozinha e o jardim. O castelo está fortemente guardado.
Beltrão ouvia o jovem e comentou. — Um ataque seria inútil com os homens que temos.
— Nossa única chance seria entrarmos escondidos.
Brígida sorriu e falou de repente. — Afonso, você me deu uma ideia!
— Eu?!
— General! Há um segredo que eu guardo desde que meus avós eram vivos. E a única pessoa com quem eu compartilhei este segredo foi Afonso. E hoje, para salvar a minha família, eu estou disposta a revelar para todos vocês. — Brígida bateu palmas dizendo alegremente. — Porque eu tenho um plano!
O general e todos os soldados fizeram uma roda em volta da Brígida e Afonso, escutaram tudo o que eles sabiam e tinham em mente. Eles discutiram até tarde da noite como invadirem o castelo.
O general começou a dar as ordens e dividir as tarefas a cada um.
— Por fim homens... Quero seis de vocês se reversando para fazer a vigília desta noite. Joaquim!
— Sim senhor.
— Eu o quero bem descansado para que amanhã você possa me ajudar a comandar os soldados.
— Claro senhor.
Brígida começou a bocejar. Um soldado tirou a sua capa e forrou um monte de capim que estava servido de alimento para os cavalos, outro cedeu a sua capa para que ela se cobrisse; todos tentavam agradá-la. Tanta atenção, deixou Afonso enciumado.
Mesmo que o povo não a aceitasse como rainha os soldados pesavam diferentes e tinha por ela uma grande admiração e respeito. Brígida foi criada no meio deles, mesmo contra a vontade da rainha.
Com eles e seu pai, ela aprendeu a manejar a espada, montar a cavalo (só lhe faltava a prática), entre muitas outras coisas que a ajudaria a governar sem a ajuda de seu pai.
Afonso se aproximou e sentou-se ao lado da cama improvisada para ela e ali dormiu enquanto a olhava.
Ainda no escuro, aos poucos eles iam se levantando e pegando suas armas que outrora já estavam todas preparadas. Marcharam silenciosamente até o castelo. O general, o comandante, Afonso e Brígida montados em seus cavalos, seguiam a frente dos seus homens. Eles chegaram o mais próximo que podiam do castelo para não chamar a atenção. Era fundamental que o ataque fosse surpresa.
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O Fabricante de Bonecas (Finalizado)
Roman d'amourUm rei bom, um reino promissor, lindas filhas. O que poderia dar errado? Mas deu! Descubra como um simples fabricante de bonecas conseguiu salvar o rei e casar-se com sua filha mais velha. Obrigada por lerem! Nota: Por favor deixe o seu comentário...