The Breaking - II

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Harry acorda primeiro. Ele começa a se mexer e então Louis está acordado também, sonolento e desorientado, as costas doloridas pela posição esquisita. Clifford está em cima dos dois, roncando alto, e os deixando imóveis.

Há um longo momento de confusão indolente onde eles dois estão enrolados um no outro e parece perturbadoramente certo, como se isso estivesse destinado acontecer. Nesse momento, Louis não questiona nada, e isso o assusta.

Existe algo tranquilo sobre isso. Sobre acordar e se encontrar enrolado ao redor de Harry. Harry que está esfregando seu olho sonolentamente com uma mão, e a outra ainda ao redor do ombro de Louis e agarrando a parte de trás de sua camisa, dedos apertando o material tão folgadamente quanto veemente. Quase como se ele estivesse com medo de segurar muito forte, mas ao mesmo tempo com medo de soltar. Hesitante mas querendo, precisando.

Quando Louis abre seu olhos para os brilhantes raios solares invadindo o cômodo pela janela, seu olhar pousa no rosto maltratado de Harry, a expressão agora selvagem e assustada. Ele parece querer fugir mas não saber como. Sua mão ainda está agarrada na camisa de Louis bem abaixo de seu pescoço, os dedos torcendo o tecido desesperadamente. O sangue que escorria de seu lábio já está seco e se tornou um tom feio de marrom enferrujado. Mas o sangue seco é sua menor preocupação, considerando o quão transtornada a expressão de Harry está.

"Ei, ei, está tudo bem," Louis conforta, tirando Clifford de cima deles para que Harry não se sinta encurralado. Ele não sabe o que leva-o a dizer isso, talvez o fato de que Harry possa ter sido espancado ontem à noite na rua e é por isso que ele está aterrorizado, mas ele diz, "Você está seguro aqui."

As palavras despencam pesadamente no ar, feias e fora de lugar. Como uma risada em um funeral. Harry choraminga quietamente. Tipo, literalmente choraminga. O som patético faz algo pequeno tremer no peito de Louis. Harry solta suas mãos de onde ele estava segurando na parte de trás da camisa de Louis, e as usa para cobrir seu rosto e geme minimamente em suas palmas.

"Harry?" Louis pergunta calmamente, indo para um tom delicado e hesitante. Ele não quer assustá-lo. A situação é frágil. Ele precisa que Harry esteja o mais confortável possível se ele realmente quiser chegar ao fundo disso, se ele realmente quiser descobrir o que aconteceu. Existe uma enorme possibilidade de Harry recuar como antes e Louis não pode deixar isso acontecer. Ele não pode.

Ele não responde. Ele também não chora, o que talvez pode ser bom ou talvez não. Ele apenas segura seu rosto em suas mãos, soltando mínimas respirações ao, por outro lado, firme e silencioso ar. Alguns dos hematomas são visíveis, espreitando-se por trás dos longos, finos dedos de Harry. Manchas disformes e feias maculando sua pele cinzenta.

"Harry, por favor me diga o que está acontecendo... Por favor me diga o que houve com você?" Louis implora, se sentindo impotente. Ele não sabe muito sobre Harry, mas sabe que ele quer se certificar que ele está seguro. Não é uma questão de porque ele deveria se importar; e sim porque ele não deveria.

Ele não responde. Ao invés disso, se levanta bruscamente e desaparece no corredor em direção a seu quarto. Louis permanece no sofá, perguntando a si mesmo se ele deveria segui-lo. Ele não o faz.

Dez minutos depois Harry surge de volta, vestido de leggings pretas e uma camisa branca debaixo de uma jaqueta bem estranha coberta de remendos com letras de músicas e pins no formato de arco-íris.  Os cadarços de seu gasto converse rosa cano alto amarrados frouxamente. Ele tem uma câmera aparentemente cara pendurada ao redor de seu pescoço, e um par de óculos segurando seu cabelo para trás. Louis não sabia que Harry usava óculos. Estando um milhão de vezes mais apresentável do que estava há dez minutos atrás, ele vai em direção a porta.

Undone, Undress (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora