Sábados de manhã costumavam ser um fenômeno específico que Louis nunca realmente vivenciou. Festejando até tarde numa sexta à noite significava que ele normalmente dormiria até a tarde seguinte. Agora, com seus novos hábitos relaxados, ele finalmente está vivenciando a verdadeira beleza de um delicado, tranquilo sábado de manhã.
Ele está sentado na poltrona com uma xícara de chá preto aquecendo suas mãos. Ele está vestindo um novo par de pijamas, seu cabelo ainda molhado de seu banho após a corrida com Clifford. Clifford está dormindo tranquilamente em seu colo, satisfeito com os exercícios suficientes da manhã.
Tudo está ótimo. Ele tem todo o final de semana para estudar para suas provas e analisar uma parte dos dados que ele recentemente adquiriu de sua pesquisa no laboratório. Ele provavelmente deveria ter uma quantidade digna de tempo para si mesmo, também, para fazer o que ele quer. Certo. Então tudo está ótimo, exceto... Exceto pelo fato de que ele não consegue parar de pensar sobre o que Harry disse na noite passada.
Ele me machuca.
Papai me machuca.
Louis consegue esquecer sobre isso de vez em quando, mas a cada momento as palavras encontram seu caminho de volta para sua mente e ele se encolhe desconfortavelmente, se sentindo preocupado e com calafrios. Louis está apenas procurando desesperadamente por qualquer alternativa que não seja tão horrível quanto a flagrantemente óbvia tradução das palavras de Harry.
Fazendo carinho em Clifford nervosamente, ele pisca e tenta se distrair com as notícias. Não funciona. Ele acaba se perguntando se Harry está falando sobre seu pai mesmo, ou um namorado que ele chama de Daddy. Qualquer um dos dois é plausível. Qualquer um dos dois é perturbador. A questão é que alguém está machucando Harry. No tempo verbal presente, não no passado.
Faz sentido. O que Louis pensou, de qualquer maneira? Isso não é um choque. Obviamente alguém está machucando-o. Louis tinha apenas alegremente, ignorantemente esperado que fosse algo de uma vez só.
Harry tropeça cozinha adentro por volta das dez horas, bem obviamente de ressaca. Seu cabelo está uma bagunça e seus olhos cansados. Ele está vestindo tudo da noite anterior exceto pelas meias. Louis se pergunta o que ele pensou quando acordou e viu o que seu eu bêbado queria vestir. Ele desleixadamente inspeciona o armário, procurando por analgésicos e não os encontrando imediatamente.
Por agora Louis está excessivamente nervoso, o estômago torcido em nós. Ele desloca Clifford, rearranjando-o na cadeira, e entra na cozinha hesitante. Assim que seus pés descalços tocam o piso de madeira da cozinha, Harry tensiona, a coluna se endireitando e os músculos se apertando. Harry olha para ele brevemente antes de continuar a vasculhar pelo armário de remédios.
Louis toca seu ombro ao passar para chamar sua atenção, dizendo, "Prateleira de baixo." Harry encolhe mas se recupera rapidamente, encontrando o frasco de pílulas através das instruções de Louis e engolindo três. A dosagem recomendado são duas. Ele as engole com um gole de água, as mãos tremendo.
"Tudo bem?" Louis pergunta delicadamente, colocando a chaleira no fogão. Ele aperta seus dedos contra o balcão e mantém suas costas para Harry, se encontrando incapacitado de encara-ló.
"Sim, tudo bem. Obrigado."
"Mhm," Louis murmura, se perguntando como mencionar o que Harry disse na noite anterior. Agora obviamente não é a hora certa. Então quando, afinal?
Harry se senta à mesa da cozinha com sua garrafa de água em suas mãos. Louis não consegue vê-lo mas ele consegue imaginar, com o som da cadeira arranhando contra o chão. Ele consegue imagina-lo encarando sem expressão o topo da mesa, apertando a garrafa em suas mãos em uma contemplação pesada.
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Undone, Undress (Larry Stylinson)
FanfictionO novo colega de quarto de Louis é tímido, nervoso e se assusta com os mínimos barulhos. Ele é um estudante de artes que fica bêbado com vinho de cereja, veste lingeries de renda, e chega tarde em casa coberto por hematomas que florescem em sua pele...