Harry tem outro pesadelo na noite seguinte de quarta-feira.
É inesperado. Louis não pensou muito sobre o primeiro; ele achou que fosse algo de uma vez só. É claro que ele estava errado.
Ele é acordado pelo som dos choramingos de Harry. Desorientado pela escuridão e medo, ele tropeça para fora de sua cama e de alguma maneira consegue chegar até o quarto de Harry, acendendo as luzes dessa vez. A claridade é tão desconcertante quanto; queima seus olhos.
A experiência da última vez dificilmente o ajuda, afinal-ele ainda está completamente incerto sobre o que fazer. Harry ainda está dormindo no entanto, gemendo em aparente agonia. Louis aperta seus ombros e o balança delicadamente até que ele acorde.
"Porra!" Harry grita, soando aflito e aterrorizado. Ele se encosta contra a parede, tremendo com medo como um animal assustado.
"Está tudo bem," Louis acalma, mantendo sua distância para que ele não se assuste mais. "Está tudo bem, está tudo bem, você está bem, você está-"
"Porra," Harry grunhe, mais alto dessa vez, efetivamente calando a tagarelice de Louis. Ele encolhe-se contra si mesmo, ainda tremendo como um cachorro. Os olhos fechados apertados, ele soluça desenfreadamente, entrando em pânico.
A luminosidade da luz de cima faz o quarto parecer cirúrgico e sombrio. Louis quer desligar a luz do teto ao favor de ligar a lâmpada na mesa de cabeceira mas ele precisará fazer funcionar desse jeito por enquanto. Ele se senta na cama, longe o suficiente para que não seja visto como um gesto ameaçador, e espera Harry se acalmar. Ele quer conforta-lo mas não sabe como.
Ele continua chorando. Louis está preocupado. É pior do que a última vez.
Ele se aproxima lentamente, certificando-se de que Harry possa ver seu movimento e não se assuste. Eventualmente ele se move o suficiente para que ele possa colocar uma mão em seu joelho, gentil e torcendo para que seja reconfortante. Sua mão permanece ali, imóvel, ao que Louis se aproxima um pouco mais, esperando que a nova proximidade acalme seus medos. Ele se pergunta se Harry é uma daquelas pessoas que preferem ser seguradas quando choram, em vez de ser dado espaço e distância. Não tem nenhum jeito de saber sem tentar.
Louis traz Harry mais para perto de modo que ele esteja quase sentado no colo de Louis. Com uma mão na parte de cima de suas costas, bem no meio de seus ombros, músculos rígidos e tensos, Louis consegue sentir o quão forte Harry é fisicamente, apesar de seu medo. É estranho pensar que alguém tão grande e forte, é tão emocionalmente fraco e aterrorizado.
Na verdade, faz Louis se sentir enjoado e perturbado. Existe um tipo de pessoa no mundo que é delicado mas forte, quentinho mas calmo, e protetor mas libertador. Harry é exatamente esse tipo de pessoa, isso é, quando ele não está em histeria. Mas quando ele está assim, tão quebrado e admitidamente patético, é de partir o coração.
"Shh, shh, está tudo bem." Louis o diz cuidadosamente com apoio e encorajamento. Ele não consegue evitar a não ser se inclinar para descansar sua bochecha no topo da cabeça de Harry. Ele também não consegue evitar roçar seu nariz no cabelo de Harry, cheirando-o. É um detalhe estranho para ser notado nesse momento, mas Harry tem um cheiro realmente, realmente bom. Como perfume de baunilha misturado com amaciante floreado.
Ele continua choramingando lamentavelmente e Louis continua sussurrando a ele de maneira reconfortante. Pelo menos ele espera que seja. Não pela primeira vez, Louis se pergunta como diabos ele foi parar ali sentado com seu colega de quarto histérico em seus braços no meio da noite. Pelo amor de deus, Harry está chorando por causa de algo que sequer é real.
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Undone, Undress (Larry Stylinson)
FanfictionO novo colega de quarto de Louis é tímido, nervoso e se assusta com os mínimos barulhos. Ele é um estudante de artes que fica bêbado com vinho de cereja, veste lingeries de renda, e chega tarde em casa coberto por hematomas que florescem em sua pele...