The Loving - VIII

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Ele acorda às duas e meia com um sentimento de angústia em seu estômago e a munição de algo está errado.

É difícil explicar como o sentimento profundo e pesado em seu estômago de alguma maneira o leva a sair da cama, mas faz, e ele está contente com isso porque tem algo de errado.

A porta do banheiro está aberta e a luz está acesa. Louis escuta alguém fungando e se engasgando e parece com alguém que ele conhece muito bem. Ele anda para frente pelo corredor escuro antes de se aproximar da porta do banheiro e espreitando-se para dentro da melhor maneira que pode. Ele não consegue ver muita coisa, a não ser a postura e figura reveladora de Harry. É claro.

Ele anuncia sua presença sussurrando o nome de Harry até que ele se vire e veja-o. Louis entra no cômodo mas deixa a porta aberta atrás dele porque o banheiro é pequeno e está com medo de fazer Harry se sentir claustrofóbico.

Harry se sente claustrofóbico às vezes mas pelo menos para Louis é imprevisível. Às vezes, em ocasiões raras, após seus pesadelos, Louis vai tentar abraça-lo para acalma-lo como ele sempre faz, mas Harry o empurrará para longe e ofegará pesadamente, dizendo que ele se sente preso. Louis descobriu que a escuridão também piora o sentimento de aprisionamento, então agora ele quase sempre acende as luzes, a não ser que Harry diga para não fazer. Sempre ouvindo a Harry para pistas, prestando atenção e tentando descobrir exatamente o que ele precisa e como dar a ele.

"Oh Harry..." Louis suspira quando se dá conta do que está acontecendo. Ele está enjoado e nauseado, provavelmente por conta dos nervos e estresse. Houve uma quantidade insana de pressão em cima dele hoje e provavelmente está atingindo-o agora, depois de tentar desesperadamente manter tudo reprimido para que ele não quebrasse na frente de tantas pessoas.

Louis mal tem tempo de pensar sobre isso, mas em pequenos quietos momentos ele permitiu sua mente vagar para os últimos dias, numa tentativa de descobrir que diabos mudou para fazer Harry estar tão diferente, se abrindo mais e de alguma maneira mais imprudente também, na maneira como ele encurralou Louis para concordar com um acordo sexual estranho. Não é normal, não é seguro, não é confortável. Obviamente Louis irá fazer tudo ao seu alcance para proteger Harry sempre, mas isso não significa que o que eles estão fazendo seja uma boa ideia.

Hipersexualidade é um resultado do trauma, isso sempre fez parte de quem Harry é. Ele vai em busca de situações perigosas porque ele acredita que merece correr o risco de no mínimo se machucar. Ele esteve em um relacionamento abusivo por anos aparentemente, voltando para o mesmo monstro que machucou-o várias e várias vezes apenas para que ele pudesse satisfazer essa estranha necessidade por sexo que talvez seja o que mais confunde Louis.

Parece que ele oscila entre períodos de depressão e períodos de hipersexualidade. Eles estão interligados, entrelaçados como linha e é horrível porque durante qualquer um dos dois, sempre existe um risco.

"Me sinto que nem merda," Harry sussurra, se agarrando um pouco mais forte ao vaso antes de se inclinar sobre ele e vomitar o seu estômago vazio. Ele está horrível e enjoado, completamente farto, e em sua pior forma. O trauma, o medo, o perigo, o risco... tudo isso está afetando-o, arruinando-o. Louis não é ingênuo o suficiente para acreditar que ele possa salvá-lo, ou qualquer um aliás. Mas ele se condenará se não tentar.

"Está tudo bem se eu ficar com você?"

Harry não diz nada, mas ele se inclina para trás e colapsa contra a lateral da bancada, sua respiração trabalhada devido a todo o vômito.

Louis considera a sua pele doentiamente pálida e a maneira como ele está coberto em um fino brilho de suor, e suspira. "Pobrezinho." Ele se apegou a seu colega de quarto depois de todas essas noites difíceis o vendo sofrer e tentando cuidar dele. Ele se importa muito com Harry, percebe. Ele não o quer sofrendo.

Undone, Undress (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora