A culpa o consome. De manhã, ele se sente a pior pessoa do mundo.
Ele acorda cedo e o apartamento está quieto. A porta para o quarto de Harry está fechada e ele não ouve barulho algum por trás quando ele passa, embora ele não realmente espere ouvir algo. Alegremente, ele espera que ele esteja dormindo.
Mas então são dez minutos depois e Louis está sentado na mesa da cozinha sentindo uma significativa quantidade de culpa por não ter checado se Harry estava bem na noite passada. Então ele tem esse pensamento estranhamente intrusivo de que Harry talvez não esteja realmente bem agora e é por isso que seu quarto está tão quieto. Talvez ele esteja machucado, e gravemente, e seria tudo culpa de Louis por não ver se ele estava bem.
Então ele vai até a porta de Harry e fica ali por um longo tempo, se perguntando o que fazer e temendo o que ele verá se entrar. Eventualmente ele engole o sentimento e bate bem delicadamente na porta.
Não há resposta. Louis está preocupado mas espera que Harry esteja dormindo. Ele torce a maçaneta, empurra a porta para frente, e entra.
Ele está deitado na cama, olhos bem abertos e treinados no teto. Imóvel. Por um terrível momento Louis acha que ele está morto.
"Harry?"
Ele encolhe com o som da voz de Louis mas não desvia o olhar do teto. Louis está aliviado que ele não está morto mas elimina isso com um novo senso de preocupação ao que ele se situa sobre o novo dano cobrindo o rosto, pescoço e braços de Harry. O resto de sua pele está escondida pela camisa ou os lençóis mas pode ser pressuposto que ele está tão machucado quanto em todos os outros lugares.
"Tudo bem se eu entrar?"
Harry ainda não diz nada mas ele finalmente olha na direção de Louis e concorda.
Louis cruza o cômodo e senta ao lado dele no colchão. Harry continua encarando o teto e Louis olha para cima para ver se tem algo lá, mas tudo que ele vê é branco. Ele quer perguntar O que você está olhando? O que você vê? No entanto ele está com medo da resposta que ele talvez receba.
"Se importa em me dizer o que aconteceu?" É a pergunta que sai em vez disso. Louis brinca com o canto dos lençóis e sequer tenta encontrar os olhos de Harry. É cedo de manhã, e o sol já nasceu mas é escondido pelas nuvens. O quarto está mais escuro do que o normal, iluminado por uma luz fria prateada.
Harry não diz nada. Louis não espera que ele faça. Ele pega a mão de Harry e delicadamente a segura em sua própria, desfrutando do peso e o calor agradável. Seus longos dedos estão parados e imóveis no aperto de Louis, mas eles se contraem quando Louis delicadamente acaricia as costas de sua palma com seu polegar.
"Então você se encontrou com ele ontem à noite," Louis diz, avançando porque ele sabe que Harry não falará por conta própria. Ele engole seco antes de dizer o nome. "Roman. Certo?"
Harry encolhe novamente com o som do nome caindo dos lábios de Louis, mas continua em silêncio.
"Por que você volta para ele?"
Nenhuma resposta.
"Ele te machuca," Louis diz.
"Ele me ama." Quieto, como uma desculpa. Ele me ama. Como um segredo.
Ele não te ama, Louis não diz. Isso não é amor. Isso não é o que amor é.
"Mas ele fez isso com você." Louis aponta para Harry com sua mão livre. Ele quer correr seus dedos por sua pele, quer traçar o dano até que desapareça em nada. É tão... É angustiante, vê-lo tão pisado e quebrado. "Por que você... Por que você deixa ele fazer isso com você?"
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Undone, Undress (Larry Stylinson)
FanfictionO novo colega de quarto de Louis é tímido, nervoso e se assusta com os mínimos barulhos. Ele é um estudante de artes que fica bêbado com vinho de cereja, veste lingeries de renda, e chega tarde em casa coberto por hematomas que florescem em sua pele...