Capítulo 3 [ Luzes Coloridas ]

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Capitulo Três.

Kevin não lembra muito bem da última vez que deixou o laboratório, principalmente indo para cidade. Eventualmente eles iam, tinham até aulas pelos campos a fora, porém agora estudando sozinho, isso não acontecia mais. Apesar do céu bem azul e a lua cheia iluminando os pinheiros de poucas folhas, a escuridão ainda se fazia presente. O novato das fugas já não sabia voltar sozinho. Na verdade, nem mesmo para onde iam, ele saberia guiar.

Ao longo do caminho, o silêncio perdurou. Kevin, volta e meia, olhava para Alroy, tentando entende-lo. "Como ele saiu?", "por que ele me deixou ir junto?" e "será que estou caindo em uma armadilha?" rodeavam seus pensamentos. Quando Kevin disse que ia junto, os amigos de Alroy ficaram revoltados, querendo o impedir. Por outro lado, Alroy manteve o sorriso sinistro, até cala-los com um "Shii, vamos logo!". Enquanto fechava a porta atrás deles – depois de correr e colocar um tênis – Kevin tentou encontrar alguma saída secreta, sinal de arrombamento ou qualquer coisa que revelasse a rota de fuga. Nada; Nadinha.

"Como...", em forma de sussurro, saíra de Kevin.

— Olhem as luzes lá! – Apontou o menino dos olhos grandes.

Todos atentaram em direção às luzes que subiam aos céus, dançando. Festas eram muito estranhas para Kevin, ele sentira um frio na barriga.

Quando voltara os olhos para o caminho, vira que Alroy, à frente de todos, estava o olhando de canto, como se estivesse curioso com a sua reação. Sem o sorriso dessa vez. Lentamente virou a cabeça de volta para frente. Kevin estava ficando furioso.

— Como vocês vão entrar? Tem dinheiro? – questionou Kevin, tentando criar assunto e sanar os próprios medos.

— Alroy é amigo da dona, a gente entra sem pagar – respondeu a moça, exatamente no meio do grupo.

— Olha só, Alroy tem uma namoradinha? – zombou Kevin.

Alroy virou a cabeça para Kevin.

— Se você vomitar um comentário desses perto dela, eu te pago todas as bebidas... – incitou Alroy, dando uma pausa – se continuar vivo, é claro.

— Agora entendi, então isso que é ciúmes! – Kevin caçoava como uma criança inocente, mas inteligente.

Alroy nem demonstrou ouvir, continuava a andar, passando o lábio inferior nos dentes sem parar. Kevin só conseguia ver seu maxilar mexendo, bem lá no fundo isso o assustava um pouco.

Logo depois da floresta cercada por morros baixos, começavam as ruas de pedra, com casas bem simples e não muito planejadas. A cidade, logo à frente, era muito bem iluminada, pequena – tinha uns 3 prédios no máximo – e com quase todas as construções feitas com paredes escuras. Chegando nas ruas já com asfalto, dava para ver o objetivo deles: Um bar tocando música alta, cheio de adolescentes dançando e luzes de todas as cores piscando. Era feito de tijolos vermelhos, destacando-se do resto dos lugares. Havia uma pequena fila na entrada e um deles já estava entrando. A cidade estava bem vazia, o grupo de adolescentes andava pelo meio da rua, sem medo. Enquanto a atravessavam, o segurança – coordenando a fila – já identificou Alroy:

— Trouxe a família toda hoje, vermelhinho?

— Na verdade nem sei quem são, pode prender!

O segurança riu, eles se cumprimentaram batendo as mãos.

"Alguém gosta do Alroy? Como isso é possível?", Kevin pensou imediatamente.

— A madame está aí? – perguntou Alroy, olhando para as janelas do segundo andar.

SHOCK (OBYON-Livro1)Onde histórias criam vida. Descubra agora