Conectados Por Uma Vida (Romance Gay)-[MPreg]

(Vinte e Quatro)

Leon Cardison.

Se Murilo quer construir uma família eu não vou impedi-lo, já destruí coisas demais no pouco tempo que ficamos juntos. Tratei logo de esquecer o que me foi falado e volto para baixo onde minhas irmãs assistem desenho na TV.

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Murilo Backer.

- Você fez o que?-Enrico pergunta incrédulo.

Confirmei. Falei para Enrico que passei a noite com Lucas, preferi esconder os detalhes até porque eles me deixam enjoados. Lisa voltou a ativa, mas as críticas sobre ela ainda rola solta pela internet, algumas pessoas tendem a ser ignorantes com o que não sabem. Tento a todo momento deixa-la feliz sendo que eu mesmo não estou feliz. Me sinto em um abismo. Um labirinto cheio de portas, e a cada porta que abro um muro de tijolos se forma na minha frente me impedindo de passar.

- Você não devia ter feito isso eu... meu deus... a culpa é minha, devia ter deixado ele revelar aquelas coisas... eu juro que vou dar um jeito.

- Não precisa fazer nada. Eu lido com isso sozinho. Vamos apenas trabalhar.

- Vamos.

Olhei para Enrico e falei sinceramente que não fizesse nada, ele concorda. Voltei ao trabalho, retomei meu trabalho no perfume, mas esse já não tinha relações nenhuma com Leon, nada mais vai ter relação com ele de agora em diante porque eu preciso esquecer ele, porém não é fácil.
Coloquei meu celular ao meu lado, respirei fundo e fechei meus olhos passando as mãos pelo rosto.

Quando menos espero vejo Lucas entrando na minha sala sorrindo de orelha a orelha, seu sorriso se torna tão grande que quase espero que seu rosto se rasgue. Ele fica ao meu lado, espero ele começar a falar.

- Eu resolvi nosso probleminha.

- Que seria?

- Nada de mais, porém eu gostaria de falar algumas coisas com você.

- Acredite, falar é a única coisa que você sabe fazer.

- Não é verdade meu amor, eu sei agir... você já experimentou ontem a noite.

Estremeci com suas palavras.

- Enfim, eu quero um futuro decente para mim e você certamente quer um bom futuro... então que tal unirmos o útil ao agradável?

- Não vou me casar com você, prefiro morrer.

- Olha que as palavras têm poder meu amor..., porém não vamos falar disso, quero dizer que se você não fizer o que estou mandando eu posso acabar com mais alguém que você ama. Seu melhor amigo ou como é o nome dele? Leon?

Me levantei da cadeia vacilante, segurei firme seus ombros e coloquei seu corpo artificial na parede com força, trinquei meus dentes e apertei meus dedos em seus ombros e falei pausadamente com uma voz gélida. - Nuca mais ameace alguém que eu...

- Que você ama? Você ama aquele homem imbecil? Duvido muito.

- Pois não duvide.

- Eu sei que ele perdeu seus filhos, você ainda não superou não foi..., mas eu posso te dar uma família também você pode ser feliz Murilo, mas coloca uma parede de tijolos em todas as possibilidades disso acontecer.

O soltei, mas não rebati, a verdade está bem na minha cara, mas me negarei a todo momento em me casar com ele, deixei que ele falasse e falasse não prestei atenção em nada que ele falou, minha mente está agora desligada, estou pensando em mim. Passei por um trauma de relacionamento que me afetou durante anos, conheci um homem incrível que me fez ter sentimentos maravilhoso e agora ele não está mais aqui, ele perdeu os meus filhos e eu não entendi seu lado, Leon estava inseguro porque Lucas estava de volta, eu me preocupava com o problema de Lisa e com a volta de Enrico... acabei me colocando contra ele. Quando voltei a realidade, Lucas já não estava mais na minha sala e agradeci por isso. Não pude mais focar no trabalho, peguei meu celular e as chaves do meu carro andei até a minha loja e procurei por Ulysses e quando o achei revorando algumas caixas no depósito o chamei urgentemente.

- S-sim senhor?

- Preciso de uma informação, onde está Leon nesse exato momento?

- Na casa dos pais dele e... - Ele se cala, acho que não deveria ter revelado, mas que bom que fez.

- Me diga o endereço.

- Senhor eu... prometi que...

- Estou pedindo não como seu chefe e sim como seu amigo, quero encontrar Leon para podermos conversar... você melhor do que ninguém acompanhou toda nossa percurso... por favor.

Ele hesita, mexe em seus cabelos em sinal de nervosismo, lhe implorei mais algumas vezes que quase comecei a gritar na minha própria loja, mas ele revelou, me disse o endereço e disparei para dentro do meu carro pedindo para que Enrico tomasse conta de tudo para mim, digitei o mais rápido que pude o endereço o concentrando duas vezes por errar algumas letras, mas assim que consegui, pisei no acelerador com o coração a mil e as mãos suando. Algo dentro de mim, gritava que eu estava fazendo a coisa certa. Quando cheguei na casa de estrutura simples sai do carro e estava prestes a bater na porta, mas me titubeei e andei para onde risadas de crianças eram audíveis, era um quintal aberto cheio de mato e alguns animais.

A duas meninas idênticas correndo atrás de um cachorro vira lata que tenta a todo custo correr delas, mas sempre volta ficando recebendo o carinho das meninas e ao longe, ele. Está sorrindo para as meninas, seu sorriso me traz uma alegria enorme no peito que sinto que um terço da culpa que estou sentindo se esvaziasse. Me aproximei, as meninas me viram, mas não ligaram muito para minha presença e começaram a brincar com o cachorro novamente, Leon parou de sorrir quando seus olhos pousaram em mim, sua expressão chocada seria cômica se eu não tivesse tão nervoso... como um tolo adolescente que vai finalmente falar com a pessoa que encara pelos corredores da escola.

- Oi. - Foi tudo que minha garganta conseguiu liberar, o resto, estava preso em um nó.

- Oi... porque veio aqui?

- Precisamos conversar... podemos?

- Você quer entrar?

- Não... vamos ficar sozinhos.

- Vamos andar então. 

Ele assobia para as meninas que param o que estão fazendo e vem até nós e agora olhando-as de perto percebo que são muito idênticas, talvez fossem gêmeas. - São as minhas irmãs-Ele explica e depois volta sua atenção para as pequenas-, irei sair para andar com meu amigo e vocês podem ficar aqui, mas quando ficar de tarde, entrem.

- Certo. - Elas falam juntas.

- Vamos?

- Vamos.