Conectados Por Uma Vida (Romance Gay)-[MPreg]

(Dez)

Murilo Backer

Parado, olhando a vista privilegiada da minha sala para a metrópole eu me pergunto novamente o que a de errado comigo. Há minutos estou pensando no meu funcionário de uma maneira imprópria, queria nunca ter transado com ele... o único caso que tive com um funcionário teve consequências inquietantes e perturbadoras que ainda insistem em me assombrar e para meu temor supremo esse pesadelo pode estar aqui em carne, osso e atrocidade. 

Quando vi perto da maquina de café senti minha pulsação acelerar, como há tempos não acontecia, parecia que eu estava em um encontro com ele e que se eu falasse qualquer coisa errada, qualquer passo em falso ele iria embora sem falar comigo. Manti a postura séria e profissional ao máximo e ouvi suas poucas palavras e vi seu rosto corar momentaneamente. Agora que ele está no espaço da minha loja eu me sinto mais calmo. Voltei ao trabalho. 

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Leon Cardison.

Cheguei ao meu setor rapidamente e procurei acalmar a pulsação do meu coração, estou como um adolescente que acaba de ver seu amor platônico passando na minha frente. Respiro fundo querendo espantar a vontade de correr para a sala dele e contar que estou aguardando um filho dele. Um homem entra na loja, ele é lindo, tem cabelo louro e olhos azuis acinzentados. O homem charmoso de terno fino vai falar diretamente com Lisa que ao vê-lo abre um enorme sorriso de dentes brancos perfeitamente alinhados. Parecem bem íntimos.

- Leon?

Olhei para meu colega de trabalho, ele também olha atentamente o charmoso homem misterioso.

- Sim?

- Poderia desempacotar aquelas caixas enquanto eu vou ao banheiro?

- Claro.

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Ulysses Marinho

Entro no banheiro e vou para uma das cabines rapidamente. Respiro fundo e faço minhas necessidades calmamente, mas a visão daqueles olhos azuis acinzentados misteriosos persistem em ficar na minha cabeça. Quando estou lavando minhas mãos a porta do banheiro é aberta e penso que é Leon, mas o perfume da pessoa é completamente diferente, parece que já senti ele... na sala do chefe.

Droga.

- Posso ajudá-lo? - Pergunto hesitante.

- Na verdade, não... eu o conheço de algum lugar?

- N-não... acho que não.

- Tenho quase certeza que sim.

 - Engano do senhor, preciso voltar a trabalhar. Licença.

- Espere.

Ele coloca seu corpo na frente da porta. Dou dois passos para trás com o coração batendo acelerado de medo, o que esse homem quer? 

- Ulysses não é? - Concordo maneando a cabeça -, escute eu não sou de fazer essas coisas, mas gostaria que você almoçasse comigo hoje... o que acha?

- Eu não conheço o senhor... o que te faz pensar que eu aceitaria?

- Quero conhecer você... conhecer melhor porque eu tenho certeza de que já nos encontramos.

- Certeza?

- Se aceitar almoçar comigo, vou explicar.

- Pensarei no assunto. Agora me deixe sair.