(Cinco)

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Murilo Backer

Não sei onde estava com a cabeça para deixar que Lisa me trouxesse para esse lugar aglomerado de pessoas suadas e bêbadas. O que acontece é que essa garota tem uma tara por homens suados dançando sem camisa como se estivesse totalmente bêbado. Sinto a mão dela tocar meu ombro e me levar para o bar, andando até lá meus olhos caem na pista, especificamente no homem de camisa polo, branca justa igual à calça. Os cabelos morenos colados na festa por causa do suor e mãos de outro homem em sua cintura, agarrando para perto fazendo que sua bunda encoste em um local específico. Peguei a bebida de Lisa e tomei rapidamente, os olhos dele ainda estão em mim. Não sei ao certo quanto tempo fiquei encarando ele, mas decidi ir até onde ele dança.

Ficamos quase próximos demais, Lisa me acompanha dançando ao meu lado rebolando todo o corpo, tenho um copo em mãos e depois de beber absolutamente tudo eu também cinco a dançar. O homem ruivo fala alguma coisa no ouvido de Leon que concorda brevemente. As luzes neon do local deixavam o rosto dele colorido, me aproximei dele a passos perigosos e decididos, segurei com um pouco de gentileza o seu braço, e fingiu surpresa e falou algo que a música eletrônica horrível abafou. Levei-o para um local mais longe da música, ou seja, o banheiro.

- O que quer?-Ele pergunta.

Percebi que sua fala está meio grogue por causa da bebida e pelo cheiro acho que bebeu uísque misturando com outras coisas. O suor molhava o começo da sua camiseta e na testa ele está obviamente nervoso.

- Quem é aquele homem com você? - O jeito bruto que falei pareceu assusta-lo.

- É meu amigo...- Ele disse depois de um instante.

- Seu amigo que foder você na pista de dança.

- Talvez eu fodesse com ele na pista de dança.

O ácido na sua voz fez com que eu mordesse o lábio inferior com força, a roupa dele está tão apertada que não consigo para de encarar seu torço suado, o cheiro de bebida não importa. Por um momento até esqueci que ele está tentando me provocar.

- Você foderia comigo nesse banheiro também? - Pergunto.

Ele olhou para mim como se eu tivesse criado duas cabeças de um segundo para o outro.

- Você é louco? Você está acompanhado! A Lisa ela...

- Nada mais que minha prima. Nada mais.

A surpresa em sua face seria cômica se eu não estivesse com tanto tesão. Descartando uma pessoa que não quero nem ouvir o nome, ele é único que me dá tesão assim. Ele encosta suas costas em uma das cabines do banheiro, a música alta é abafada pelas paredes de cerâmica.

- E-eu achava que...

- Eu sei o que você achava.

Sem aviso colo nossos lábios. O gosto de álcool por algum motivo me deixa mais sedento pelos lábios. Sua mão foi para a parte de trás da minha cabeça agarrando meus cabelos, coloquei minha palma em sua cintura o puxando mais para perto sentindo sua ereção na minha.

- Não posso.

Os lábios pouco inchados murmuram.

- Por que não?

- Porque você é meu chefe e isso é errado.

- Que eu saiba, Não estamos na minha loja então agora eu não sou seu chefe. Sou apenas alguém querendo muito fazer sexo com você.

Novamente uma expressão chocada habita seu rosto, com a vergonha deixando suas bochechas pouco vermelhas. Me aproximei novamente dele, ele recuou um passo batendo novamente as costas na cabine. Á porta do banheiro é aberta, passando por ela o "amigo" dele.

- Está tudo bem Leon?

- Hã...está... eu estava apenas conversando com o Murilo.

- Ele não é seu chefe? - O rapaz indaga com uma voz de desdém, como se Leon estivesse pegando alguém da família.

- Nós não estávamos... - Leon tenta se justificar, mas eu o interrompo.

- Estávamos sim! Quero dizer, estamos, você atrapalhou.

Um rubor passou pelas bochechas do rapaz ruivo e seu lábio inferior está sendo mordido, ele, ainda perto da porta do banheiro mexe sua cabeça em descrença em direção a Leon e sai.

- Ele é um pé no saco.- Falo.

- É meu amigo, seu filho da...

Agarrei seus pulsos com força. Coloquei minha boca perto do seu ouvido e sílibo: - Cuidado com a boca, ela serve melhor para outras coisas.
Tentando se desvencilhar de mim, e não conseguindo nenhum resultado ele chuta minha coxa quase acertando meu membro. O larguei e o olhei abismado, o álcool está tendo algum efeito sobre ele.

- Eu... vou mandar uma mensagem para ele.

Pegando o celular que estava em seu bolso esquerdo ele digita rapidamente uma mensagem para o amigo e depois guarda o aparelho andando em direção a saída do banheiro. Toquei em seu ombro.

- Vamos para minha casa.-Falo

- Nem pensar. Fique com Lisa.

- Tenho certeza de que ela sabe se cuidar. Ela luta karatê. Leon eu... - As palavras estão na ponta da minha língua, mas a alguma coisa me impedindo de solta-las.

- O quê?

Seus olhos castanhos claros me deixam encantado, o cabelo escuro está caído em seus olhos o deixando ainda mais fofo. O efeito da bebida parece se esvaziar do seu corpo pouco a pouco o deixando mais sóbrio. O cheiro do banheiro está ficando insuportável sem pensar direito eu o levo para fora do banheiro de volta para balada onde a música eletrônica imunda nossos ouvidos e o cheiro de suor apenas se intensifica junto ao de bebida, paramos perto da saída. Olhei ao longe e vi Lisa dançando, sussurrei no ouvido de Leon para que ele me esperasse um momento.

- Vou para casa, quer carona? - Grito perto do seu ouvido. Duvido que ela tenha entendido muita coisa, pois está bêbada e a música também não ajuda muito.

- Tudo bem! Vou depois! - Ela grita.

Maneei a cabeça concordando.

Entramos no meu carro. Ele ainda está com os olhos cansados de sono e as roupas com leve cheiro de uísque. Acelerei o carro em direção a minha casa, o celular dele apitou o notificando de uma nova mensagem... possivelmente do amigo escroto dele. Leon parece não ter ouvido o bip do celular.

- Vai me levar para sua casa? - Ele pergunta.

- Vou. - Sussurro.

Conectados Por Uma Vida (Romance Gay)-[MPreg]Onde histórias criam vida. Descubra agora