Sabedoria do Avô

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8.

Meu sono, assim como minha cabeça, continuava uma bagunça. Encontrei-o de novo na terça-feira da primeira semana de férias da mesma forma peculiar que antes.

"O que você tem?" ele me perguntou.

"Eu?! Nada. Por quê?" respondi.

"Me parece meio fraca."

"Ah... isso?! É que não tenho comido direito." algo me fez continuar: "Meu estômago parece que não gosta mais de mim."

"Já tentou água?" disse ele imitando um doutor.

"Água?! Não acho que seja tão simples."

"Água sempre me ajuda. Meu avô dizia que água purifica tudo."

"Tudo é?! Bom, não tenho nada a perder. Vou tentar. Você me espera aqui?"

"Claro." concordou distraído tentando girar a bola no indicador.

Fui até a geladeira e enchi um copo de água gelada, depois joguei fora e preferi arriscar com o filtro de barro. Botei meu nariz em cima do copo e não senti cheiro, nem enjoo, dei uma olhada bem meio do copo desconfiada antes de virar tudo na minha garganta. Nada de diferente. Peguei a primeira coisa de comer que vi pela frente e botei para dentro como instinto. Comi toda a cesta de fruta sem nem ao menos pensar, me sentia muito melhor. Tinha passado.

O relógio de parede que ficava pendurado entre o corredor que separava a sala e a cozinha, marcava oito horas. O tempo voou.

Voltei procurando Willy, mas não o achei. Não o encontrei mais nas férias.

O Mistério da Estranha Residência SilvaOnde histórias criam vida. Descubra agora