Capítulo 10

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Manuela

— Está linda — Gabe me olha com um sorriso nos lábios, lábios esse que eu andava completamente viciada.

— Obrigada — Digo sem graça e termino passar o batom rosa claro.

— Podemos ir? — Pego um colar na caixinha de joias e ofereço a ele.

— Só falta isso, me ajuda? — Ele afirma com um sorriso e eleva os dedos ao colar simples com uma pedra azul do mesmo tom dos meus olhos. Ganhei do meu pai no meu aniversário de quinze anos.

Ele coloca o colar em mim e beija meu pescoço, me causando arrepios.

— Não basta ser linda, tem que ser cheirosa — Sorrio e beijo seus lábios.

— Vamos? — Ele assente.

Como a casa estava cheia a família alugou uma pousada inteira para hospedar todo mundo. Gabe acabou ficando três quartos depois do meu. Infelizmente.

Ele dirige até a casa dos avós do meu cunhado e estaciona do lado de fora.

— Nervosa? — Assinto, porque estou morrendo por dentro. Só de pensar que em breve todos saberão de tudo.

— Vai dar tudo certo — Ele beija meus lábios de leve e ouço batidas na janela.

Mariah está com cara de poucos amigos.

— Isso que é discrição — Diz e revira os olhos.

— Nos vemos na festa — Falo para ele que assente.

Desço do carro e acompanho a Mariah para dentro. As coisas acontecem no automático. Cumprimento todo mundo, até que avisto meu Pai. Ele está lindo.

Ele sorri quando me vê e se aproxima.

— Está linda. Ganhou peso, está mais corada, realmente, esses dias na praia fizeram maravilhas com você — Papai me abraça.

Aproveito o calor do seu abraço, enquanto ele ainda me ama, porque depois que ele souber de tudo, vai querer me matar.

— Estou com saudades de você — O aperto mais e recebo um beijo no cabelo.

— A casa está muito vazia sem você, princesa. Sua mãe está reformando o antigo quarto da sua irmã para o bebê. Já escolheu um nome? — Ela me pergunta sorrindo.

— Guilherme — Ele sorri ainda mais.

— É um lindo nome — Ele fica um momento em silêncio e segura minha mão — Eu sei que não reagi bem a sua gravidez, e que fui o grande culpado por você ficar do jeito que ficou. Você não sabe como me arrependo disso, princesa, eu me arrependo demais.

— Está tudo bem, pai...

— Não, não está! Eu não agi bem, mesmo sua mãe me alertando a todo momento.

— Eu entendo que não foi fácil — Digo mordendo o lábio para conter a aflição.

— Não foi, mas para você será muito mais, criar um filho sem um pai por perto...

— Eu queria falar sobre isso, sobre o pai do Gui — Ele para de falar e me olha assustado.

— Não me diga que você o achou? — Pergunta surpreso.

Suspiro e assinto, retorço os dedos das mãos.

— Sim, eu o achei, podemos conversar todos depois do casamento? — Ele assente devagar.

— Ele não quer assumir, quer um DNA? — Pergunta irritado.

— Não pai, não é isso, é que é complicado, podemos conversar todos juntos depois do casamento? — Ele assente.

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