Capítulo 4

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Manuela

— Sim, mãe, chegamos bem — Confirmo que estamos bem pela terceira vez.

— Já comeu alguma coisa? — Reviro os olhos rindo.

— Vou me arrumar agora e vamos sair para jantar — Explico, deixando a toalha em cima da cama.

— Então tá, não vou mais te atrasar, vou avisar ao seu Pai que vocês chegaram bem. Fica com Deus, filha — Sorrio.

— Obrigada, mãe. Manda um beijo para o meu Pai.

— Pode deixar.

Desligo e jogo o telefone em cima da cama. Retiro da mala um vestido que não precisa passar e visto. Ele é rosa bebê com algumas flores brancas. Delicado e se encaixa bem na minha barriga. Coloco uma sandália baixa com tiras. Faço uma maquiagem básica e passo meu perfume favorito. Desfaço a trança e meu cabelo exibe bonitas ondas douradas.

Saio do quarto e procuro por Gabe, mas ele não está em lugar algum. Quando saio no quintal dos fundos, onde fica a piscina, vejo ele saindo do banheiro externo com uma toalha enrolada no quadril.

Fico vermelha e viro de costas.

— D-desculpe... eu não queria — A frase morre e escuto sua risada.

— Eu que tenho que me desculpar, esqueci minha roupa no braço do sofá — Escuto ele dizendo atrás de mim.

— Eu já terminei com o quarto, se quiser usar, fica à vontade, e lembre-se que o quarto é seu — Sorrio e ele ri.

— Vou aceitar seu conselho — Seus passos se afastam e olho, vendo aquelas costas bem definidas andando em direção ao quarto.

Suspiro e mordo o lábio.

***

Escolhemos um dos restaurantes de frente para o mar, apesar de eu achar o oceano completamente assustador durante a noite. É tudo tão preto e sinistro. Só algumas embarcações um pouco distantes iluminam a água.

— Já sabe o que vai querer? — Ele me pergunta sem olhar para mim.

— Quero churrasco — Ele levanta uma sobrancelha me olhando.

— Churrasco? — Assinto e ele sorri.

Ele faz um sinal para o garçom que se aproxima.

— Vamos querer duas porções de churrasco, com acompanhamento.

— Quero farofa — Falo para o garçom e Gabe solta uma risadinha — O que foi? Tô com vontade — Rimos e o garçom se afasta com nossos pedidos.

Gabe observa o mar de escuridão a ao nosso lado e volta a olhar para mim.

— Você parece melhor, digo, mais disposta — Sorrio para ele porque de fato eu me sentia assim.

Gabe e eu nunca fomos tão próximos, em um nível confidentes. Eu conhecia o Gabe primo mais velho, colega e gente boa, mas eu queria muito conhecer o Gabe homem. Aquele que esteve comigo naquele pequeno espaço.

— O clima aqui é ótimo e só o fato de sair de casa, me deixa melhor — Ele faz uma cara esquisita mas parece compreender o que eu digo.

— Pode ficar o tempo que quiser, Manu — Faço uma careta.

— Isso é temporário, Gabe. Daqui a pouco você estará com alguém e vai querer sua casa só para você. Por falar nisso, não deixou nenhum coração partido no Rio? — Ele ri.

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