Capítulo 13

6.3K 673 105
                                    

Gabe

Manu dormiu praticamente todo o trajeto até Angra. Ela não falava sobre, mas eu sabia que a reação do seu pai, havia destruído ela. Tanto é que ela se recusou a falar com os pais na saída da pensão, e eles não puderam fazer nada sobre isso.

— Como ela está? — Meu tio perguntou a mim antes que eu entrasse no carro para voltarmos para a casa.

— Vai ficar bem, vou cuidar dela — Ele me olha com raiva, mas abaixa a cabeça e assente.

— Qualquer coisa me ligue — Coloco a mão no ombro dele, forçando-o a olhar para mim.

— Eu vou cuidar dela, tio, eu prometo — Ele não responde nada, apenas se afasta.

Eu sabia que levaria um tempo para ele entender as coisas, levaria esse mesmo tempo para a Manuela perdoar ele.

A viagem foi longa, entre paradas para abastecer e comer, Manu continuou calada. Ela estava abatida, muito abatida e eu odiava ver ela daquele jeito.

Quando chegamos em casa, ela foi tomar um banho e se deitar. Fiz uma sopa com o que tinha em casa. Com a bandeja nas mãos entrei no quarto e a encontrei dormindo.

— Manu, acorda — Coloco a bandeja em cima da cômoda e me sento ao seu lado.

— Manu, acorda, sua dorminhoca, precisa comer alguma coisa — Ela abre os olhos sonolenta.

— Você? — Diz sorrindo de lado e eu acabo sorrindo também.

— Quem sabe mais tarde? — Pisco e me levanto pegando a bandeja.

— Você cozinhou? Está comível? — Ela brinca me fazendo rir.

— Não sei, não provei, quer ser minha cobaia? — Sua cara de nojo me faz rir ainda mais.

— Se eu morrer, já sabe, vou vir puxar seu pé todas as noites — Posiciono a bandeja em cima dela que se senta para comer.

— O cheiro está bom — Ela puxa o ar com o nariz, sentindo o aroma da sopa — Colocou até pãezinhos — Sorri.

— Eu sou um chefe completo, não me menospreze.

Ela molha um pedaço de pão na sopa leva aos lábios gemendo.

— Está uma delícia, você não vai comer? — Afirmo.

— Mais tarde, agora estou sem fome, comi um pacote de biscoito recheado enquanto cozinhava — Dou de ombros.

— E não guardou nenhum pra mim? — Pergunta brava.

— Tem um pacote pra você comer depois do jantar, mas é claro que você vai dividir comigo. Que tal um filminho? — Ela dá de ombros e volta a comer.

— Enquanto você come, vou tomar um banho — Cheiro minhas mãos — Estou fedendo a alho — Faço uma cara feia e ela ri.

— Vou escolhendo o filme então — Faço careta.

— Não vai escolher aqueles filmes açucarados, não é? — Ela afirma.

— É claro que vamos, e só porque reclamou vou escolher o mais enjoado que eu achar — Reviro os olhos e entro no banheiro.

Tomo um banho e coloco uma cueca boxer cinza. Quando retorno ao quarto, Manu não está nele. Começo a andar pela casa e acho ela lavando a louça na cozinha.

— Não precisa fazer isso, Manu, você tem que descansar — Ela me olha.

— E deixar tudo sujo? Parece que passou um furacão aqui, Gabe. Você cozinhou uma sopa ou cozinhou por um mês sem lavar louça? — Ela ri.

Tudo por NósOnde histórias criam vida. Descubra agora