Capítulo 19

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Manu

— Amo você — Gabe fala me pegando totalmente de surpresa.

Quero dizer que também o amo, mas porque não consigo? O que me impede?
Longos segundos se passam antes que qualquer um de nós consiga dizer algo.

— Desculpa, fui longe demais? — Seus olhos estão apreensivos. Agora com certeza ele está arrependido.

— Não — Me apresso em dizer — Só não esperava que me dissesse isso — Hesito — Agora — Confesso.

— Eu sei que pareceu um pouco precipitado, mas eu realmente sinto isso, Manu. Quando olho para você — Ele passa a mão na minha barriga — Para o Gui. Vocês são as maiores certezas da minha vida. Sei que as coisas não são fáceis entre a gente, que temos uma carga gigantesca nas costas, mas eu quero tentar, quero vocês comigo para sempre — Ele segura meu rosto com uma das mãos — Eu amo vocês. Me dá uma chance, seja minha mulher.

— Quer dizer sua namorada? — Pergunto debilmente.

— Acho que já estamos além de um namoro, não acha? Vivemos juntos, temos um filho a caminho — Ele sorri daquele jeito — Eu quero que seja minha esposa — Ele fala e meu coração para.

— Você realmente acha que devemos fazer isso? E se não der certo? Como ficarão as coisas? Porque nossa família vai entrar em colapso. irá criar uma rachadura permanente — Ele fica pensativo.

— Acha que já não imaginei isso? Já pensei que talvez fosse melhor apenas voltarmos para o Rio e criar o Gui como amigos, sem envolvimento, mas agora já é tarde, Manu, eu estou envolvido, envolvido demais. Eu quero tudo, vocês, a família que vamos formar, mas eu quero que você queira isso também.

Seguro seu rosto com as duas mãos sorrindo bobamente, então o beijo com tudo de mim. Ele corresponde com a mesma fome. Seus braços me envolvem fazendo nossos corpos ficarem cada vez mais colados.

Transamos a noite toda como coelhos no cio. Eu simplesmente não conseguia parar, mesmo que meu corpo estivesse exausto, quando enfim pegamos no sono, o dia já estava raiando.

Mesmo morrendo de sono me levantei as oito para preparar o café da manhã. Fiz um bolo de cenoura e passei um café fresquinho, não demorou muito para os dois preguiçosos levantarem para comer.

— Esse bolo está mara, Manuzita, tá melhor do que o da Maria — Ele fala com a boca cheia.

— A educação mandou lembranças, fedelha — Ela faz uma careta para o irmão e volta a comer.

— Pensei em ir depois do almoço, o que acha? — Gabe pergunta pra mim, enquanto retira a louça suja da mesa —  vai querer passar nos seus pais? — Nego me levantando também.

— Nos meus pais não, mas quero ir ver a minha irmã e minha sobrinha — Ele assente, mas sinto que ele queria falar mais alguma coisa.

— Eu queria pegar uma praia, o que acha? — Ísis pede se levantando também.

— Acho perfeito — Sorrio.

Conseguimos aproveitar um pouco a praia antes de irmos para o Rio. Gabe foi dirigindo o carro do pai e paramos para comer no caminho. A viagem de duas horas e meia passou bem rápido, quando percebi já estávamos entrando pelos portões da casa dos meus tios.

Tio Gabriel veio nos receber e sua cara não era muito boa. Ísis praticamente correu para dentro para carregar seu celular que zerou durante a viagem. Adolescentes e seus vícios tecnológicos.

Percebi que Gabe queria falar com seu pai, então me aproximei deles.

—  Como você está, Manu? —  Meu tio me beija o topo da cabeça e alisa minha barriga.

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