O Estranho - Capitulo I

1K 73 22
  • Dedicado a Lavynia Caliman Lorenção
                                    

No meio da madrugada, Gabriel abriu os olhos, depois de um pesadelo surreal, o cobertor encontrava-se frio e molhado, seu corpo estava completamente umedecido. Ele colocou a mão direita sobre seu peito, uma dor encontrava-se ali, ele fechou os olhos e voltou a abri-los novamente, levando suas mãos até eles, esfregou uma mão em cada olho, depois se apoiou na cama e sentou-se. Ele olhou em volta do quarto inteiro, os Quatro cantos, procurando algo que ele não sabia o quê. Apoiou o pé direito no chão e levantou-se indo até a janela do seu quarto que se encontrava aberta com o vento soprando a cortina pra dentro e para fora. Ao olhar a rua, ela encontrava-se deserta, apenas um pequeno cachorro de rua estava lá, perdido e sozinho. Gabriel começou a puxar a janela para fecha-la, quando rapidamente ele olhou pro outro lado da rua, oposta ao qual o cachorro estava, e então pode ver algo se mexendo de um lado da rua para o outro rapidamente. O cachorro grunhiu do outro lado, mas não se moveu. Nesse instante, Gabriel sentiu um frio subir de baixo até em cima, percorrendo completamente todo o seu corpo. Imediatamente ele terminou de fechar a janela e também a cortina. Ele virou-se novamente pra sua cama, andou lentamente para ela, e sentou-se na beirada dela que estava novamente sem nenhum tipo de umidade, seu corpo também, estava normal novamente. 

— Preciso parar de ter esses pesadelos. – falou Gabriel em voz alta, novamente vinha ele com esses pesadelos repetitivos que não quer dizer nada para ele.

— Tenho que arrumar um jeito de parar com isso. Eu estou precisando de ajuda. – Gabriel estava decidido a contar tudo, sobre esses pesadelos, para seu pai e sua mãe. 

Era todas noites o mesmo pesadelo. Estava ele, numa floresta deserta, densa e sombria, perdido quando de repente as arvores começam a se mexerem, um vento frio, congelante toca na face dele, e imediatamente um medo cobre todo o seu corpo, algo vem correndo na direção dele entre as arvore, ele começava a dar passos para trás, tentando achar um jeito de fugir daquele terrível pesadelo, ele encosta-se a uma arvore, e o ser ainda continua a vim em sua direção, Gabriel procura o jeito mais rápido de tentar fugir, mas o medo o paralisa, e então a coisa o alcança, quando de repente – ele acorda. Sempre, todas as noites, a mesma cena em seu pesadelo. 

Sono ele não tinha mais... Não adiantaria deitar na cama pra tentar dormir... Olhou no relógio e ainda eram 02h35min. Maldição. Nada mais pra fazer, somente deitar na cama e procurar fechar os olhos e tentar mergulhar novamente nesse terrível sonho. Ele simplesmente queria não poder acordar, queria um dia continuar esse sonho e encarar o ser que vinha em sua direção... Medo? Ele não tinha. Curiosidade? Talvez sim. Já sonhou tantas vezes o mesmo sonho, que o medo já tinha o abandonado. 

Lentamente o sono novamente começou a chegar, seus olhos pesaram, ele queria novamente sonhar, e tentar não acordar até o fim, seus olhos foi pesando cada vez mais, ele puxou o cobertor, e pôs sobre seu corpo, e adormeceu novamente. Gabriel sempre teve seus pesadelos desde o inicio de sua adolescência, logo depois de completar seus 13 anos. Eram raras as vezes que ele tinha sonhos bons, somente pesadelos, por mais simples que fossem somente tinha pesadelos. E sempre o mesmo.

Novamente Gabriel abriu os olhos, mas dessa vez tirando o cobertor de cima de seu rosto, viu a claridade tomada conta do seu quarto, o relógio apontava 07h45min da manha, o dia já tinha amanhecido há muito tempo, ele se pôs de pé no quarto, andou até a janela e a abriu tirando a cortina da frente, deixando os raios de sol iluminar o seu quarto. Gabriel inclinou-se para fora da janela, sentindo a brisa da manhã tocando o seu rosto, em breve o sol esquentaria mais no momento ele encontrava-se frio ainda. Olhando na rua, o cachorrinho não se encontrava mais perdido por ali, "Com certeza foi embora, tadinho". Pensou Gabriel. Virando-se para o lado oposto, onde ele tinha visto algo passar de um lado da rua para o outro, ele não reparou nada de diferente ali, nada mesmo. "O que será que estava ali"?

OS CONJURADORES - A MALDIÇÃO - LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora