I - Fim dos Tempos

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"Quem semeia a maldade colhe a desgraça e será castigado pelo seu próprio povo." - Provérbios 22:8

Antônia foi acordando aos poucos, estava com os braços e pernas dormentes. Iasmin e Lucas estavam desacordados ao seu lado, mas logo em seguida começaram a acordar também. O carro havia sido jogado a uns 30 metros da estrada, do lado de fora era possível ouvir gritos e o crepitar do fogo.

- Pessoal, eu... - Iasmin falou chamando a atenção.

Era possível notar que ela estava com as pernas presas em uma das parte do carro, Lucas tentou empurrar, mas fracassou. Eles estavam ficando desesperados.

-Eu não consigo sozinho - Falou.

- Deixa eu tentar ajudar você - Antônia falou e logo em seguida o ajudou a empurrar, a tentativa foi falha mais uma vez. iasmin começou a choramingar dizendo que não queria morrer. Antônia pegou o celular e tentou ligar para alguém, uma ambulância talvez. Ela sabia que ninguém viria ajudar.

- Merda, Cristal me ajuda aqui! - falou um garoto alto vindo do lado da estrada.

- Graças a Deus - Falou Antônia - Podem nos ajudar por favor? nossa amiga está presa.

Eles assentiram e começaram a empurrar o pedaço de ferro que prendia Iasmin, a mesma saiu de lá um pouco tonta. O garoto alto sorriu, enquanto a garota loira que estava com ele limpou a testa.

- Que circunstâncias estranhas para conhecer pessoas novas... - Falou o garoto alto - Me chamo Vitor, esta do meu lado é a Cristal.

Antônia olhou para algo que eles seguravam e reconheceu imediatamente, ela e seus amigos também tinham um daquele.

- Vocês também compraram vagas na instalação da Neoline? - Ela olhou sorridente, por mais que não soubesse por que estava assim.

- Sim, fizemos isso a alguns meses - Vitor olhou para a estrada, provavelmente com medo - Enfim, vamos sair desse lugar e aí podemos conversar direito.

Eles cortaram caminho por uma floresta. Vitor começou a contar que estavam indo para casa e que na hora em que tudo começou ele e Cristal tinham ido a cidade. A floresta tinha um cheiro úmido, como se tivesse chovido mais cedo. Antônia não lembrava disso. Depois de cerca de 15 minutos andando sem parar, eles chegaram em uma casa bastante bonita.

- Bem, fiquem a vontade, Iasmin vem aqui comigo pra eu poder olhar se você se machucou - Falou Vitor quando entraram na casa.

Antônia andou pela sala e observava as fotos. Vitor e sua família. Um cachorro e um gato (Thor e Valkyria, estava escrito na parte de baixo). Vitor e Cristal, embaixo dessa foto estava escrito: 3 anos.

- É estranho, não? saber que tudo lá fora está sendo destruído, que não existe uma cura pra esse vírus, pelo menos não uma que a gente conheça... - Cristal falou encostada na parede.

- Eu acho que sim, mas quem sabe não é uma espécie de castigo ou algo do tipo? Deus, o universo ou seja lá o que for... - Ela falava passando a mão no próprio braço - Nós matamos muitos animais, tornamos os céus permanentemente cinzas, diminuímos ainda mais a água do mundo...

- Sei lá, talvez... - Cristal foi em direção as escadas para o andar de cima - Vitor, precisa de ajuda?

Vitor vinha descendo as escadas, ajudando Iasmin. A mesma estava com uma faixa improvisada na perna. Vitor descias as escadas apressadamente.

- Temos que ir logo para a estação de decolagem - Ele falava em pânico, porém tentava se controlar - Quanto ao resto do mundo, parece que o governo está sorteando uma vagas para um abrigo nuclear de alta tecnologia, só não melhor que o nosso abrigo.

S.Q.U.A.D - A New AgeOnde histórias criam vida. Descubra agora