V - Nada é o que parece ser

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"Somos perseguidos, mas não abandonados; Abatidos, mas não destruídos." - 2 Coríntios 4:9

Registro de Áudio 00447- Antônia Schwarz

- Olá, sou eu novamente, tivemos progresso ultimamente; conseguimos a localização de uma espécie de Bunker ou algo do tipo, porém estamos andando a cerca de 2 dias e ainda não encontramos nada...

A gravação encerra

13 de Agosto de 2093 - Localização desconhecida

Antônia e os outros caminhavam haviam dias, eles se sentiam tão desgastados que achavam que seus órgãos fossem sair pelos seus pés. A última vez que haviam parado para descansar havia sido a 7 horas atrás, não se alimentavam fazia 9 horas, estavam famintos.

- Sabe, nesse meio tempo de fome - Kadu falou em meio ao silêncio - Eu até pensei em comer um de vocês, fiquei um pouco curioso em saber o gosto.

Ninguém riu, estavam tensos demais pra isso.

- Galera, olhem ali - Alan apontou para o norte, não muito longe dali - Uma floresta, igual a do mapa...

Antônia ergueu o mapa que levava até Odyssey e viu que durante a viajem, eles encontrariam a floresta densa.

- Tem certeza de que é a floresta certa? - Iasmin perguntou.

- Bem, durante toda a viagem só encontramos algumas árvores, essa é a única floresta de todo o nosso percurso - Disse Antônia.

- Sabe o que eu acho curioso? Como uma floresta inteira pode ter ficado de pé na situação em que vivemos? - Alan questionou.

- Acho que algumas perguntas vão ficar sem resposta... - Acrescentou Paula.

Eles andaram em direção a floresta, era cerca de 15:00 mas, a luz que adentrava por entre as copas das árvores era quase nenhuma. Antônia se sentiu desconfortável, como se sentisse que algo ia acontecer ali, em seguida deparou-se com uma fumaça espessa que pairava no ar.

- Pessoal, sou só eu que não gosto do que essa fumaça pode ser? - Antônia perguntou tensa.

- Relaxa, não é venenosa - Beatriz falou veementemente - Existe vida vegetal aqui, então a fumaça não deve ser letal.

- Okay, vamos em frente - Antônia falou, porém ainda não estava tranquila - Aconteça o que acontecer, vamos andar juntos e sempre levando os comunicadores que achamos na cidade anterior, não podemos perder contato uns com os outros.

Todos assentiram e continuaram andando em meio as folhagens, de vez em quando topavam com algum galho ou pedra no chão. Antônia caminhara durante um bom tempo, indo na frente para guiar o grupo, porém não chegava em lugar algum.

- Galera, já não devíamos ter atravessado isso tudo? - Perguntou Antônia cansada.

O silêncio perpetuava no local, Antônia se virou e percebeu que estava sozinha. O desespero martelava sua cabeça e o medo fazia seu congelar.

- Iasmin? Alan? - Gritou - Esse não é um bom momento para brincadeiras...

Antes que pudesse continuar, um grito estridente ecoou por entre as árvores, o mesmo fez os ossos de Antônia tremerem. Algo se aproximava dela por entre a mata e vinha depressa. Em alguns segundos, uma criatura horrenda surgiu em sua frente. Era uma besta quadrúpede, que estava coberta de sangue, exalava um odor horrível e no lugar da face, tinha centenas de presas.

- Meu Deus, o que diabos é isso? - Antônia gritou enquanto recuava.

A criatura passou a rosnar e andar em sua direção, Antônia começou a correr entre a mata. Os galhos se chocavam contra ela, as pedras machucavam os seus pés mesmo ela estando calçada e ela sentia que uma fina chuva começava a se formar. Ela continuou correndo do animal, ao mesmo tempo procurava por qualquer um de seus amigos. Ao olhar para as copas das árvores, era possível ver criaturas aladas observando cada movimento que ela tomava, elas esperavam o momento certo para atacar.

- Alguém pode me ouvir, repito, alguém pode me ouvir? - Perguntou Antônia pelo comunicador, enquanto continuava correndo.

Do outro lado da linha, o silêncio era absoluto. Antônia não aguentava mais correr, suas pernas estavam super doloridas, porém ela ainda ouvia os monstros atrás dela. Repentinamente, ela sente o chão se abrir sob seus pés e então ela despenca entre uma ladeira cheia de folhas, pedras e galhos.

Antônia põe a mão sobre a testa e percebe que ali tem um pequeno corte, porém ela não sangra. Quando ela consegue erguer o olhar percebe o que está acontecendo, a besta quadrúpede está de frente a ela, observando-a.

- Por favor, não... - Ela se encolhe ao lado de uma árvore.

O animal continua se aproximando e então... a cabeça dele é cortada.

- Mas o quê? - Antônia perguntou confusa.

Havia uma criatura alta e pálida na sua frente, seus olhos eram negros e um de seus braços terminava em uma lâmina comprida. A lâmina estava coberta de sangue fresco, o sangue da besta quadrúpede. A criatura pálida grunhia, como se estivesse se comunicando com Antônia.

- O que você quer? - Perguntou chorando.

Antônia tentou se manter calma, até que passou a ouvir uma voz, era uma voz feminina e desconhecida.

- Você precisa se acalmar, está fazendo muito barulho - A voz falava - Nada disso é real, sei que pode parecer muito assustador, mas precisa respirar...

Antônia não sabia o que estava acontecendo, mas resolveu dar uma chance a voz misteriosa. Fechou seus olhos, respirou fundo e contou até três antes de abri-los. Quando voltou a enxergar, havia uma mulher em sua frente com mais ou menos sua idade, ela segurava uma lança e estendia uma mascara de gás a Antônia.

- Precisamos sair daqui, coloque a mascara -Ela disse a Antônia - Seus amigos estão esperando do outro lado.

- Obrigada, mas quem é você? - Ela perguntou se recuperando do que acontecera anteriormente.

- Meu nome é Clara, sou líder da resistência e se quiser continuar mais um dia viva nesse mundo devastado, vai ter de me seguir... - Ela respondeu.



Dá estrelinha aí, pleaseeee. Deu um pouco de trabalho escrever...

Sei que foi meio curto, mas foi de coração S2



S.Q.U.A.D - A New AgeOnde histórias criam vida. Descubra agora