Prelúdio

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"Nação se levantará contra nação e reino contra reino. Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em vários lugares e acontecimentos terríveis e grandes sinais provenientes do céu." - Lucas 21:10-11

Havia muito sangue no chão, uns estavam caídos e outros continuavam a lutar, mas não adiantava. Ele chegava cada vez mais perto, isso não poderia acontecer, seria o fim! Foi aí que Antônia percebeu que o fim já havia ocorrido há muito tempo, especificamente 73 anos atrás.

- Antônia - Vitor a chamava, mas ela não o ouvia bem por conta do impacto contra a parede - Você... ir logo... alcançar você... impedir ele...

Então Vitor entrou naquela cortina de fumaça, em direção a silhueta monstruosa que o aguardava do outro lado...

15 de Julho de 2020

O mundo parecia ter enlouquecido nos últimos anos. Há dois anos atrás, uma arma química havia sido liberada em território Russo, não havia nenhuma prova que apontasse um culpado. Essa arma era responsável por um novo vírus, no inicio os portadores ficavam extremamente debilitados.

Mas nos últimos dias, o vírus apresentou uma nova mutação: Os indivíduos começavam a apresentar uma parte do cérebro em estágio de degeneração e isso causava comportamentos agressivos (que levavam o indivíduo a cometer assassinatos, ou até mesmo suicídio). Com o inicio de uma grande guerra que havia se iniciado após a soltura do vírus (Guerra essa que passou a ser conhecida como terceira guerra mundial), parecia que o mundo havia parado de se importar com os problemas alheios.

Os países contaminados que no começo era apenas a Rússia, passaram a incluir também África do sul e Índia. Infelizmente, ninguém se importava com os pobres.

Antônia pensava em tudo isso e em todos os outros problemas do mundo enquanto dirigia, ela gostava de parar para refletir as vezes. O celular dela começou a vibrar no banco do passageiro, havia uma foto de Iasmin no contato.

- Alô? - falou Iasmin impaciente - Você vai chegar logo ou não? a reunião vai começar daqui a 10 minutos!

- Não precisa se estressar - Antônia falava enquanto esperava o semáforo ficar verde - Eu estou na rua do lado, só preciso esperar esses carros passarem ...

Ela desligou o telefone e deu uma arrumada no cabelo pelo retrovisor, o sinal ficou verde e ela seguiu em frente, poucos minutos depois chegou em frente ao prédio da reunião. Iasmin veio correndo em direção ao carro, ela tinha uma expressão de horror em seu rosto.

- Antônia, vamos embora logo! - Falou ela em pânico enquanto colocava os cintos.

- Calma, Ias - Antônia falava, mesmo estando bastante confusa - O que aconteceu? Alguém fez algo com você?

- Aquele vírus da Rússia, ele chegou aqui! - Ela falava chorando - Temos que sair daqui, antes que...

A conversa das duas foi interrompida quando o corpo de alguém despencou do topo do prédio, caindo na frente do carro. Então Lucas, um colega de trabalho de Antônia, começou a bater na porta do carro.

- Tonis, me deixe entrar! por favor! - ele gritava do lado de fora.

Antônia abriu a porta traseira do carro, Lucas fechou com força.

- Apenas dirija, o mais rápido que conseguir - Ele falou com a mão na cabeça.

- Pra onde vamos? - ela perguntou.

- Qualquer lugar longe daqui... - Falou Iasmin - Espera, nossas vagas nas instalações da Neoline, quer dizer... vocês tem uma, né?

- Sim - Antônia e Lucas responderam mostrando seu cartão especial.

Antônia começou a dirigir acima da velocidade permitida, se aquilo havia entrado em um prédio super higienizado e seguro, poderia estar em qualquer lugar daquela cidade, daquele país, daquele mundo. Conforme ia dirigindo, percebia que as ruas não estavam do mesmo jeito que mais cedo, as pessoas dirigiam em alta velocidade e batiam umas nas outras, como se aquilo as divertisse.

Eles estavam indo em direção a saída da cidade, os passageiros do carro estavam em silêncio. Do lado de fora, o mundo não parecia tão agitado, pelo contrário, era calmo. Nas colinas que ficavam no final da estrada (demoraria cerca de 20 min de carro para chegar), era possível ver as estações de decolagem da Neoline. Só havia uma coisa que separava eles da saída daquele lugar, uma longa fila de carros, provavelmente iam para o mesmo lugar.

- Por que eles não andam? - Antônia balançava a perna inquieta.

Então um dos carros da fila se chocou com o outro, o vírus já estava ali.

-Merda! Antônia temos que sair desse lugar agora! - Iasmin gritava.

Antes que Antônia pudesse fazer algo, o carro do lado explodiu e fez o carro dela ser arremessado para fora da estrada...





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