Capítulo 5: Sombras

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Por causa da minha falta de atenção, acabo me esbarrando em alguém. Seu corpo bate com o meu e pelo visto nem sai do lugar.

— Me desculpa, eu não tinha te—

Não termino a frase, por que logo meus olhos se encontram com as orbes sanguinárias de Katsuki.

— Não foi nada. Mas olha por onde anda.

Abro um pequeno sorriso para ele que continua me olhando sem nenhuma expressão.

— Eu achei que você fosse fazer o teste para entrar no time de futebol americano. — falo olhando para seus cabelos aloirados, mas logo meus olhos guiam-se para seus lábios finos que se flexionam em um sorriso debochado — Do que você está rindo?

— Não estou rindo.

— Está sim — ele abre o mesmo sorriso.

— Eu não preciso fazer teste para entrar no time. Eu já estou nele, isso é fato.

Murmuro uma resposta baixa. Percebo que estou atrasada e saio rápido, o ouço murmurar alguma coisa mas não entendo, e com aquela arrogância, não sinto necessidade de voltar para ouvir.

Ao chegar fui rapidamente direcionada para a academia, onde as meninas faziam os exercícios que Midnight mandava.

Logo me lembro que Momo é a única das minhas amigas que não está aqui.

— Alguém sabe o que aconteceu com a Momo? — pergunto para Mina que está fazendo um exercício do meu lado.

— Ela disse que não queria ficar mais. Foi bem repentino.

— Que estranho, por que ela desistiu do nada?

— Eu não sei, talvez por causa do Todoroki.

— Todoroki? Eles mal se conhecem. O que ele fez para ela?

— Não é isso. Acho que envolve você e o Todoroki.

Tio envergonhada.

— Não tenho nada com ele, recém nos conhecemos. Somos amigos só isso.

Quando a aula acabou corri para o chuveiro. Tomei um banho gelado para acordar, eu sabia que não conseguiria dormir hoje.

Logo escureceu, jantamos na cantina e percebo que durante todo o tempo Momo pareceu me ignorar. Eu estava confusa, achei que o que Mina havia me falado não era verdade.

Quando todas as meninas adormeceram decidi que era o momento certo para sair. Não havia movimento nenhum por toda U.A, o que fazia o som dos insetos parecer mais alto que o normal. Caminho pela calçada que me leva até a academia. Pego minha chave improvisada, feita de cristal, e abro a porta. Demorei muito para aprender a utilizar minha individualidade com destreza. Depois de ser obrigada a treinar muito aprendi a analisar uma forma e conseguir reproduzi-la.

Como um passe de mágica a chave gira e a porta abre perfeitamente.

Tudo estava indo exatamente como o planejado. Coloquei meus fones de ouvido e comecei a fazer os exercícios. Eu estava tão distraída e surda, por causa do alto volume da música, que nem nem percebi a movimentação.

Cristal de Sangue - Boku no HeroOnde histórias criam vida. Descubra agora