Estou correndo, mal sinto meus pés de tão cansada que estou, minha respiração é constante e desengonçada. Os corredores parecem nunca acabar, o que me deixa nervosa caso apareça um obstáculo.
Dou de cara com uma enorme escadaria. Caminho até o pé da escada e olho para cima. Parece que os degraus nunca acabarão.
E então me esforço para subir cada um deles. Não vejo armadilhas e nem um tipo de ameaça. Minhas coxas já estão quentes manifestando seu cansaço.
A luz de emergência que preenche a estreita escada circular me deixava atenta a cada piscada ou movimento que pudesse surgir. Finalmente chegou ao topo da escadaria. Porém seu término é um teto. Passo meus dedos sobre o material que o compõe, algo parecido com um gesso.
Dou algumas batidinhas e me parece ser fácil de levantar. Com as costas empurro o gesso e ele parece sair do lugar, logo uma luz passa pela abertura que se forma.
Tiro o matéria de gesso e então estou sobre solo. Mais precisamente em uma sala de estar. Tudo parece normal e simples. Sinto a maciez do tapete que se põe sob meus pés.
Está muito fácil de escapar, deve ter algo de errado.
A porta de entrada, ou melhor, de saída, está logo ali. Feita de madeira escura e moderna. Caminho até ela e então a abro. Destrancada.
A cidade parece normal, nenhum desaparecimento parece ser registrado ou qualquer coisa do tipo. Fecho a porta e me ponho a correr. Minhas pernas fraquejam e sinto que tudo aconteceu com uma facilidade impressionante.
Se eu era uma peça importante no xadrez porque eu fui descartada?
Analiso a rua. Não parece um lugar desconhecido. Se não estou errada a delegacia não é muito longe.
Estou fraca, não sei se aguentarei até a próxima esquina na qual se localiza a delegacia. Com uma força sub-humana chego até a entrada do estabelecimento. Meu corpo implora por um descanso mas não sossego até sentir o movimento da maçaneta girar em minha mão.
A porta de abre e caio nos braços firmes de alguém, mas não tenho tempo para ver seu rosto ou simplesmente agradecer pelo ato. Minha consciência se esvai.
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— Ela tem sinais vitais. Só está inconsciente.
— Ela ficará bem mesmo? — a voz não me é estranha, mas parece um zumbido.
Abro os olhos e então a sala que me cerca parece focar apenas em mim. Há tantas pessoas que mal sei dizer se conheço todas.
Meus lábios se abrem para falar mas me engasgo com meu próprio sangue, que escorre pela minha boca e roupa, que parece encharcar rapidamente.
Cuspo tanto sangue que fico desnorteada.
— Eu preciso que todos saiam agora! — uma voz feminina grita e então vejo todos meus amigos desesperados saindo da sala.
Minha visão escurece, meus ouvidos emouquecem e chego a sentir meu corpo reagindo. Meu coração batendo, minhas extremidades formigando e meus pulmões inflando e desinflando a cada tentativa falha de conseguir oxigênio.
Vejo uma mulher de cabelos negros atados em um coque que se desfaz a cada movimento da massagem cardíaca em meu peito.
— Vamos entuba-la! — um homem, que julgo ser um ajudante, segura meu maxilar e logo enfia um tubo desconfortável em minha garganta. Fazendo uma ar gelado correr dentro dela.
Meus olhos de abrem ao ouvir um grito vindo de alguém. Como se aquela voz fosse um despertador que me tirou de um sono pesado.
— Ela não pode morrer! — Bakugo exclama com voz chorosa — Eu preciso dela.
Uma lágrima escorre pela minha bochecha.
— Tirem ele daqui! — a mulher grita.
O loiro chega no meu campo de visão e segura minha mão. Vejo suas lágrimas escorrerem dos olhos vermelhos. As bochechas rubras não escondem seu medo.
— Matsui, você não pode morrer! Está me ouvindo?! Você não vai morrer! — inúmeras lágrimas escorrem dos meus olhos.
Dois homens grandes o agarram dos braços e o levam. Tiram do meu campo de visão a imagem dos olhos cor de fogo.
Quero dizer que o amo. Mas não consigo. Sinto meu corpo adormecer por completo e então um grito incomum me desperta antes de me deixar cair em sono profundo novamente.
— Já começou? Cancelem agora! Cancelem a sentença de morte do All for One! — ele grita. E naquele momento meus olhos de abrem por completo. Não pelo susto de finalmente saber que ele iria morrer mas sim por uma energia desconhecida me despertar.
Me engasgo novamente. Não é sangue, é a minha respiração que volta a funcionar. O homem arranca o tubo da minha garganta e expiro fundo. Porém, um choque toma meu corpo, estou sendo eletrocutada. Meus olhos e fecham e tremo por completo. Os médicos se afastam.
— Eu mandei cancelarem! — Aizawa grita novamente.
O choque para. Arrepio. Meu corpo parece estar normal tirando o extremo cansaço.
Todos os médicos e policiais me olham atônitos. Surpresos por uma ligação ter feito tudo parar.
Como?
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O que acharam? Teorias?
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Cristal de Sangue - Boku no Hero
FanfictionMatsui Takahashi é uma das cinco alunas admitidas no curso de heróis baseado em recomendações do colégio interno mais respeitado e famoso do Japão, a U.A. Porém seu passado a atormenta obrigando-a tomar decisões difíceis. A única coisa que a mantinh...