Capítulo 34: Olá mãe

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Matsui on

Desligo a ligação e então me levanto tentando não fazer barulho. Pego uma camiseta solta e uma calça jeans preta rasgada no joelho. Agarro meu telefone e a nota de vinte ienes e coloco na capinha. Ato meus tênis e saio do quarto com calma.

Desço as escadas e então vejo Todoroki sentado no sofá.

- Eu sei que você está aí. - Suas palavra me lembram da primeira vez que conversamos.

- Bem engraçadinho você. Eu espero que tenha um bom motivo para ter me acordado às oito e quinze da manhã de um domingo. - Ele se levanta e me olha - Por que está com essa roupa? Aonde a gente vai? - Pergunto ao analisar sua camisa polo azul claro, jaqueta de marca preta e suas calças jeans da mesma cor.

- No hospital. - Dá de ombros.

- Por que vamos para o hospital? - Pergunto confusa.

- Ver minha mãe. - Da de ombros novamente e sinto que seu tom não foi tão simples, e sim triste.

Sigo-o até fora do prédio de dormitórios e então caminhamos até a entrada. Ele mostra um bilhete ao porteiro e sai com facilidade do internato.

- Como você saiu assim tão fácil? - Pergunto.

- Sei fazer a assinatura do dele. - Disse mostrando o papel escrito "Endeavour".

Caminhamos até a estação. Logo o trem chega, Ficamos em pé segurando nas hastes prateadas. Durante todo o trajeto mantenho-me olhando para as ruas movimentadas do Japão.

Logo me deparo com a rua do hospital.

- Shoto, precisamos descer. O hospital fica logo ali. - Aponto para a esquina.

- Não vamos descer ainda, vamos passar em uma floricultura. - Ele fala pegando dinheiro na carteira - Mas como... - Ele começa a falar mas parece desistir.

- Como o que? Pode perguntar.

- Como você sabe onde fica o hospital, ruas e tal? - Rio.

- Bem... Eu era uma criança levada.

- Como assim? - Pergunta confuso.

- Eu vivi, literalmente, toda a minha vida em um orfanato, porém eu odiava me sentir presa. Eu fugi nove vezes dela. Mas no fim eu sempre voltava. - Rio e vejo que ele está um pouco surpreso.

- Nossa. Você gosta de aventura desde pequena. - Rimos - Chegamos.

Descemos do ônibus e caminhamos até a banquinha que vendia flores.

- Qual eu compro? - Perguntou-me completamente perdido no meio das fores.

- Esse. - Aponto para o buquê de rosas cor de rosa.— Tenho certeza que ela vai gostar. - Falo confiante e então ele paga pelo lindo buquê.

Entramos no hospital, me informo com a recepcionista onde ficava a ala psiquiátrica. Durante o caminho percebo que Shoto está distraído.

- Sabe... Quando eu era mais novo, - Olho para ele - Eu sentia que minha presença pressionava minha mãe, por isso faz muito tempo que eu não a vejo.

- Todo-kun... Quer que eu compre uma água? - Pergunto e e então percebo que estamos na frente do quarto indicado, número 315. O bicolor leva a mão até a maçaneta, quando segura, suspira alto e então deixa sua mão cair, desistindo - Todo-kun, - Ele me olha - Qual o nome da sua mãe?

- Rei. - Ele sorri com meu interesse.

O bicolor suspira firme mais uma vez e então sinto seu nervosismo. Seguro sua mão levando até a maçaneta. Ele olha para mim como se estivesse surpreso. Sorrio para ele e então empurramos a porta juntos.

Olho para dentro do quarto onde enxergo uma senhora de aproximados quarenta anos, cabelos competente brancos graças a individualidade.

- Mãe. - Sinto a insegurança na lavra de Todoroki. A mulher vira-se para nós e então percebo que seus olhos são acizentados igual ao de Shoto.

- Meu filho? - Ela sorri tristemente - Oh meu filho... - Ele caminha até ela e a abraça. Uma cena tão linda que faz meus olhos marejarem. - Shoto, o que faz aqui?

- Vim te ver. - Ele se solta do abraço materno.

- E quem é aquela linda moça? - Os olhos acinzentados voltam-se a mim e me sinto envergonhada - Não me diga que é sua...

- Não mãe! - Ele balança as mãos freneticamente - Ela é Matsui, minha amiga. - Ele sorri simplesmente, já a senhora abre um enorme sorriso.

- Prazer minha querida. Entre, por favor. - Caminha até mim agarrando minha mão e me obrigando a sentar ao seu lado na cama. - Esse lugar é tão desconfortável, vem vamos para o jardim.

Conversamos sobre o internato, as aulas, provas e tudo mais. A mãe de Todo-kun é tão querida, espontânea, sorridente, animada, uma pessoa tão pura. Ela tem um sorriso tão doce.

- Então Matsui querida, quem são seus pais? - Meu coração apertou naquele segundo. Droga, responda Matsui. Supere esse medo.

- Mãe, não... - Todo-kun tentou trocar o assunto.

- Eu falei algo errado? - Ela pergunta com as sobrancelhas arqueadas e ao perceber o silêncio responde - Oh, me desculpe eu não sabia...

- Não tem problema. - Sorrio para ela - Todo-kun. - Chamo sua atenção entregando discretamente o buquê de rosas que trouxemos para Rei.

- Oh mãe, para a senhora. - Ele entrega e o sorriso da senhora d escabelos brancos cresce de orelha a orelha. Ela havia adorado e aquele sorriso era o melhor agradecimento que eu poderia receber.

(...)

- De onde você tirou essa Tulipa? - O bicolor me pergunta enquanto seguro minha única flor.

- Comprei ué. - Respondo segurando fortemente a flor em minha mão, para não cair enquanto o metro se move.

- Espera! Você não é a menina do cristal?! - Olho para trás com os olhos arregalados ao ver um homem animado. Sorrio para ele - Todoroki? Filho do Endeavor? - Shoto assente e então as pessoas no metro começam a se aproximar.

- Vocês lutarem muito bem! Chegaram no top 4!

- Tira uma foto comigo?!

- Meu filho é seu fã, Takahashi!

Foi tudo que ouvi. Era tão legal ter um reconhecimento, eu não havia feito nada demais, no entanto as pessoas pareciam felizes com nossa presença em pleno final de semana no metro. Sinto meu telefone tremer no bolso da calça, pego-o e vejo que é uma mensagem de Izuku.

- Minha nossa! - Falo ao ler - O irmão do Iida... Ele está no hospital. Foi gravemente ferido.

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Eu acho muito fofa essa amizade do Todoroki e da Matsui.

Eaí família! Gostaram?

Cristal de Sangue - Boku no HeroOnde histórias criam vida. Descubra agora