Singularity

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Jimin tinha suas singularidades. O quarto dele era cheio de fotografias polaroids que ele tirou com cada uma de minhas personalidades que já o conheceram, todas elas eram diferentes e todas tinhas um nome e data escritos junto com um pequeno textinho sobre quem eu era daquela vez.

Ele tinha uma televisão enorme, um computador de última geração e cortinas black-out no lugar das típicas persianas de hospital. Ele também adorava música e tinha vários discos de vinil empilhados em uma prateleira improvisada, ele tinha até uma vitrola pra tocar cada um desses discos. E mesmo que ele só usasse pijama no hospital o tempo todo, tinha uma arara cheia de casacos, calças e camisetas penduradas, além de vários sapatos espalhados pelo chão. Ele fez questão de me pedir desculpas pela bagunça.

Ele fez eu me sentar em uma poltrona reclinável, moderna e colorida - totalmente diferente do sofá careta que tinha no meu quarto - que estava na frente da televisão e colocou vários chocolates em uma mesinha improvisada com caixas de papelão que estava entre a minha poltrona e a poltrona dele. Ele disse que sabia que algum dia eu seria eu mesmo e poderia vir jogar com ele, por isso fez questão de colocar duas poltronas ao invés de só uma. Mas depois ele acabou me confessando que tinha duas porque seu amigo Hoseok o visitava quase todos os dias e gostava de jogar com o amigo, então uma poltrona só não dava.

Nós ficamos jogando até a meia noite, então ele teve que ser alimentado de novo e ficou constrangido por eu estar ali, mas não queria que eu fosse embora, então eu me tranquei no banheiro e fiquei lá por uma hora até ele comer e ficar meio grogue depois. Só saí quando ele bateu na porta e me chamou pra jogar de novo.

Nesse tempo, não conseguíamos evitar o toque de nossas mãos quando pegávamos chocolates, assim como eu não conseguia evitar olhar para ele animado por ganhar mais uma partida, ou me encantar com o barulinho que ele fazia sempre depois de gargalhar com alguma coisa engraçada. 

Jimin é completamente adorável!

Ele me faz ter vontade de largar tudo pra ficar a vida inteira viajando com ele por todo o mundo, cuidando dele como se ele fosse a coisa mais preciosa desse mundo, e ele é!

Jimin é precioso até demais!

-Eu acho que deveria ir pro meu quarto, já é de madrugada e amanhã eu tenho, se deus quiser, a última fase do meu tratamento.

-Ah, você está curado?

-Eu não sei, os médicos acham que sim, mas querem me manter aqui por mais uns dois meses pra ver se eu estou realmente, se preciso continuar com medicação, se posso ir embora e continuar com a minha vida. Se bem que eu prefiro recomeçar a minha vida, totalmente diferente de como ela era antes.

-Ah sim, entendi. - ele falou e eu não pude deixar de notar o desânimo em sua voz 

-Eu gostaria que fosse comigo.

-Pro seu quarto? - perguntou confuso

-Pra minha vida nova. - eu falei e me levantei, ainda o olhando - Eu gostaria que fizesse parte da vida diferente que eu terei se sair daqui, poderíamos viajar o mundo ou viver em um apartamento no centro de Seoul, escutando a movimentação da capital o tempo todo, a música, entre outras coisas. - senti minhas mãos suando e as esfreguei na calça do meu pijama, eu estava nervoso.

-Eu adoraria, Jungkook! - ele falou e soltou um sorrisinho, se levantou e parou na minha frente, colocando aquelas lindas mãozinhas nas minhas bochechas, ele se aproximou de mim devagar e a única coisa que eu conseguia fazer era fechar os olhos e esperar pelo que estava por vir, que chegou sem demora, os lábios de Jimin encostaram no meu de forma delicada, sem maldade e segundas intenções, era um beijo puro, assim como ele. Minhas mãos foram para a sua cintura e as dele para o meu pescoço, eu o apertei mais como em um abraço e assim ficamos por mais alguns segundos, apenas dando pequenos beijinhos e sorrindo entre eles.

Eu havia o encontrado... O verdadeiro amor, eu havia o encontrado!

Roses ∆ jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora