Chapter 19

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Aquele era o momento preferido de Taehyung. Ter Jungkook em seu peito era mágico e tudo o que desejava pra vida toda. Conseguiu - depois de muita briga - ficar aquela noite com Jungkook no quarto, mesmo que a todo instante seu pai tentasse entrar. Seokjin estava em uma discussão intensa com o pai e a mãe, tudo para proteger o irmão. Ele sabia que se Jeon voltasse para o castelo e a vida antiga, acabaria com ele de uma forma devastadora.

O moreno estava abraçado ao corpo do acastanhado, mas se queixava um pouco das dores abdominais que sentia. Kim passou horas conversando sobre o que estava sentindo e Jungkook explicou todos os motivos e adendos possíveis para que Hyung entendesse seu lado, o que não foi muito difícil. Estavam bem, ao menos no momento em que tinham privacidade, podiam ficar realmente juntos e trocarem alguns beijos.

Hyung estava em alerta a cada passo que JK dava sozinho e o ajudava até na hora de ir ao banheiro, não desgrudando nem por um minuto. O médico lhe disse que por conta da lesão que sofreu ao sentir o impacto, tinha probabilidade uma dor intensa em suas pernas em alguns dias, por isso era recomendado o uso de uma cadeira de rodas se necessário. O único aperto que vinha no coração de Jungkook, era o fato do pai bater o pé dizendo ao mesmo que ia voltar para KingStone custe o que custar, e mesmo que quisesse fugir, não estava em condições. Naquele dia, quando tudo se acalmou um pouco, Jeon recebeu a visita de alguns amigos da escola, incluindo os meninos, Seulgi e Yeonjun.

— Um baita susto que você deu em todos nós, majestade. — Hoseok se aproximou com cautela e abraçou fraco o mais velho.

— Eu não sou rei, nem quero ser. —

— Quem não quer ser rei? —

— Você não entende, Hobi. Eu quero ficar aqui, não quero ir. —

— A gente nocauteia seu pai se ele tentar te tirar de nós. — Namjoon se sentou na poltrona e cruzou as pernas, pensativo sobre tudo aquilo que estava acontecendo. Percebeu que Taehyung estava mais quieto do que o normal, e é claro que sua mente estava pensando em milhares de coisas, todas as possibilidades possíveis para que não fosse separado do moreno.

Quando notou sua perna inquietante, sabia que era hora de ter uma conversa com o acastanhado. Nam era muito próximo de Taehyung e sabia quando o mesmo estava em conflito.

— Irmão? — Disse baixinho perto do menor. — Vamos tomar um café? Deixa o pessoal conversando com ele um pouco.

Tae agradeceu com os olhos. Precisava mesmo daquilo e não negaria. Ambos saíram em silêncio e sem ninguém perceber, já que estavam focados na conversa com Jungkook.
Namjoon o levou para fora do hospital, mas em uma saída mais discreta para que pudessem ter uma conversa a sós e sem milhares de repórteres com flashes em seus rostos.

— Pode soltar, me fala no que tá pensando. —

— C-Como assim? — Taehyung ficou estático. Odiava ser tão demonstrativo.

— Eu sei que está pensando em alguma coisa, e eu não vou te julgar. Me diz, pode falar tudo. —

— O pai de Jungkook não vai deixá-lo ficar aqui. Não temos escolha... Jin está fazendo de tudo, mas infelizmente eu sinto que ele não vai ceder. —

— E o que você quer fazer a respeito? Quer fugir com ele? Eu te ajudo, eu procuro um lugar. Quer ir pra Kingston? Eu pago sua  passagem, vou com você se necessário. Não fique só pensando, você tem que fazer, Taehyung. —

— Minha vida toda tá aqui, eu não tenho dinheiro, Jeon não vai conseguir fugir comigo ou algo do tipo, estou de mãos atadas. —

— Conversa com ele sobre isso. As vezes ele pode ter a mesma ideia e tem medo de falar com você. Ele não quer ir, só está esperando algo partir de você. —

— E se ele aceitasse, como íamos fugir numa situação dessas? Vários repórteres, os pais dele, os médicos.... —

— Olhe a sua volta, vê alguém aqui desse lado, Hyung? —

Quando ficaram quietos, perceberem que o ambiente estava tão calmo que trouxe um pouco de paz no meio de tudo. O hospital era enorme, e aquela era uma das únicas saídas que quase não se via movimento.

— Isso é errado, eu posso ser preso. —

— Sem desculpas. Você também é um Kim. Eu vou te ajudar, todos nós vamos. Nós queremos ver vocês juntos. —

— Joon... —

— Vou conversar com os meninos e você com Jin e Jungkook. — O maior se levantou e saiu às pressas.

Hyung sentiu o coração bater mais rápido e seu estômago embrulhar um pouco com a ideia, mas aquela era uma das únicas saídas possíveis. Iria fazer de tudo para ter Jeon ao seu lado.

— Não, não posso deixar. — Jin estava com o cenho franzido e o lê braços cruzados.

— Nun, eu consigo! — Jungkook esbravejava, mas seu tom de voz não era alto.

— Jin, eu sei que é arriscado, mas é a única opção que temos. Eu quero ficar com Jungkook, eu preciso dele... —

— Vocês vão ter que viver em cativeiro, não vão poder sair nas ruas... Não estou pensando direito! —

— Eu prefiro viver em cativeiro do que voltar e ter que fazer tudo o que nosso pai quer. Eu sei que vai ser difícil, eu tenho noção disso, mas já foi difícil demais viver como se eu fosse uma sombra. —

Seokjin se sentou e colocou as mãos sobre a cabeça, que já estava latejando com a ideia. Queria a felicidade do irmão, e prometeu que daria isso a ele, mas sabia que tudo aquilo era arriscado e falho. Primeiro porque no estado de JK, fugir seria tão difícil quanto o resto das complicações. Graças a Jimin, ele era o príncipe perdido que buscava outra vida.

— E aonde vocês planejam ir? —

— Não pensei nisso ainda. — Taehyung bufou.

— Vocês querem fugir mas se quer sabem o local? —

— Sair do país vai ser difícil, quase impossível. Ainda mais quando descobrirem que Jungkook fugiu do hospital. — O acastanhado se sentia apreensivo.

— Nun, você lembra daquele lugar que Baek me levou para te encontrar? —

— Você planeja passar o resto da sua vida ali? Jeon pense direito em tudo isso. —

— Não estou falando da vida toda, até a poeira abaixar. —

— Eu não sei porque estou concordando com isso. —

— Que lugar é esse? — Hyung estava confuso.

— Um galpão, não é lá essas coisas, mas podemos ficar juntos. — O moreno pegou na mão de Taehyung para acalma-lo. Sabia de todas as falhas e de como isso poderia dar errado, mas não iria embora sem tentar.

— Então temos que começar a montar todos os planos. — Seokjin se levantou e cruzou os braços. — Preciso da ajuda dos meninos. —

O Príncipe EsquecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora