O Príncipe Esquecido

Chapter 22

— Isso não pode estar acontecendo. — Hyung estava estático. Seu coração começou a bater tão rápido que sentiu uma leve tontura e sua visão ficou um pouco turva, segurava a mão de Jeon tão forte que a sentiu suar um pouco. O moreno não estava diferente, sua respiração estava ofegante e seus olhos inchados, não podia acreditar que aquilo estava acontecendo.

- Abram agora! - Ordenou a voz ao lado de fora. - Três... Dois...

- Tae, eu te amo. Eu te amo muito. -

- Um! - Arrombaram a porta tão agressivamente que os meninos se assustaram, dando alguns passos para trás e sem se desgrudar nem por um minuto.

- Jungkook, você vem comigo! Chega disso. Eu ordeno que volte para casa agora. - O pai de Jeon apareceu com um semblante nada bom e tinha os punhos cerrados, gritando com o menor como se fosse avançar.

O moreno apertou ainda mais a mão de Taehyung e deixou as lágrimas caírem. Ele sabia que não tinha mais saída, estavam encurralados, mas não entendia como foram achados em tão pouco tempo e tão facilmente.

- Se você não vier por bem, vai vir por mal. Seu irmão não vai mais ajuda-lo, ninguém vai ajuda-lo! -

- Eu vou! - Kim se colocou a frente do moreno. - Eu nunca vou desistir do seu filho, não importa o que você faça.

- Ótimo. Prenda-o, ele sequestrou o meu filho. -

- O que!?

- Pai, você está louco!? Você não pode fazer isso...

- Então veja. Prendam-o, agora!

Os policiais começaram a avançar na direção de Hyung e dessa vez foi Jungkook que se colocou a frente.

- Você não vai tocar nele! Eu... Eu vou com você, mas só se você deixar Taehyung em paz.

- Ei, não! - Kim protestou mas Jungkook se quer deu ouvidos.

- Você vai ter o que quer, mas eu nunca... Nunca vou perdoar você por me tirar o que eu mais quero.

- Jungkook, não! Eu não posso deixar você ir.

- Eu preciso... Não quero que nada de mal aconteça com você. Esse é meu pai, se eu me recusar, ele vai me obrigar a ir e ainda vai fazer mal a você.

- Gukie... Não, por favor. - O acastanhado segurava os braços de Jeon com os olhos cheios de lágrimas, em uma súplica sem fim.

- Eu te amo, te amo muito. - Jeon se aproximou de Kim, colando suas testas e cruzando seus dedos. - Me desculpa, de verdade. Você é tudo pra mim, em tão pouco tempo... Você é o amor da minha vida.

- Jungkook... Por favor.

- Não se preocupa, eu não vou desistir de nós. Eu tenho certeza de que isso não é um fim... Só lembre-se de mim, certo?

- E como eu poderia esquecer você? - Kim segurou o queixo de Jungkook com os dedos e lhe deu um beijo calmo, mesmo com o protestos de seu pai aos fundos, pouco se importou com a audiência, não ia deixar o homem que amava ir embora sem ao menos se despedir. - Jungkook, eu nunca... Escuta bem... Nunca vou desistir de você. Eu te amo.

Jeon sentiu um aperto forte em sue peito quando teve que se separar de Hyung e sair pisando duro em direção ao pai. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, não teve coragem de olhar para trás ou teria desabado ali mesmo. Entrou no carro do pai fora do galpão e não disse uma palavra, permanecendo assim mesmo quando ele saiu. Chorava de soluçar, sentia um ódio infinito do pai, por mais que fosse errado, tinha razão o suficiente para isso.

- Eu só quero perguntar como... - Balbuciou. - Como nos achou?

- Eu coloquei um rastreador na sola do seu sapato. Eu não sou idiota, sabia que ia tentar fugir de novo.

- Eu vou voltar, mas não espere nada de mim, porque você não vai ganhar nem respeito.

- Você vai se casar com Lisa, e isso não é um pedido. Não tente agir como um desses adolescentes mimados, porque esse nunca foi você de verdade, e se houver algum protesto, deixo você sem ver a luz do sol por um bom tempo.

Jungkook ficou calado. Estava sentindo um ódio descomunal, queria pular do carro e fugir dali mesmo, nem que se machucasse todo. Até cogitou a ideia, mas estavam no meio do nada. Depois de uns longos minutos, o carro parou em uma área restrita e quando saiu, pode ver o jato particular de sua família pousado bem ali, pronto para partir quando entrassem. Deixara tudo para traz em sua casa, mas não que fosse voltar a usar isso em Kingston.

Quando viu Jin, sentiu seu olho marejar de novo. O irmão estava tão triste quanto e tinha noção do que Jeon estava sentindo, por isso pediu que o mais novo se sentasse ao seu lado e despejou um beijo no alto de sua cabeça.

''Vai dar tudo certo, estarei lá por você.'' - Sussurrou no ouvido do irmão.

Jungkook chorou até adormecer no colo do irmão, rezando para sonhar com Kim, já que era sua única chance de vê-lo novamente. Taehyung por outro lado, estava em prantos como nunca. Juntou todas as suas coisas e voltou para casa, recebendo um abraço reconfortante de seus pais que não abriram a boca para reclamar, somente para tentar acalmar o filho.
O acastanhado foi para o quarto e se deitou na cama, relembrando todos os momentos com Jungkook e pensando se depois daquele dia, aquilo voltaria a acontecer... Também dormiu, mas com a cabeça doendo e os olhos vermelhos, o pensamento tão distante quanto a lua e a falta de Jungkook mais presente do que o oxigênio.