Chapter 23

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Taehyung Poit Of View

56 dias sem Jungkook. 56 dias sem ver seu sorriso. 56 dias em que eu não faço mais nada do que passar horas chorando ou me lamentando por não ter tentado fazer algo para deixá-lo aqui. Eu sou um fracasso, praticamente não pude proteger o homem que amo, não posso estar com o homem que amo... Jeon Jeongguk, foi como eu o conheci e eu irei partir sabendo que tive o melhor namorado do mundo.
Eu sinto a falta dele a cada momento e não há um dia sequer em que eu não deseje tê-lo de novo comigo.

Aquela manhã, nada foi diferente. Eu me levantei muito cedo, como de costume e fui direto para a varanda do meu quarto, peguei o maço de cigarro do bolso e coloquei um na boca, acendendo e deixando a nicotina entrar no meu corpo. Eu não tinha esse costume, fumava uma vez ou outra, mas aquilo era quase como meu melhor amigo nos dias de hoje.

Eu era outra pessoa, estava mais recluso, mais distante, mas não era para menos. Eu fui obrigado a deixá-lo ir e tudo piorou quando eu vi no jornal que o meu namorado, o cara pro quem daria meu coração, iria se casar.

Se casar com uma garota.

Lisa, o nome dela. Era bonita, isso não podia negar, mas aquilo quebrou meu coração em mil pedaços. Eu sabia que Kook não estava de acordo com aquilo, sabia que era arte de seu pai, mas também sabia que eu não poderia fazer absolutamente nada para mudar. Não teria chance.

— Ah, Jungkook. Você é minha estrela.

Voltei para dentro do meu quarto abraçando meu próprio corpo. A velha Seul gélida nunca mudava.
Tomei um banho rápido e coloquei uma roupa qualquer para ir à escola, na qual eu também não estava muito ligado e só nesse meio tempo, tinha quase certeza que ia repetir se parasse de faltar, então eu meio que estava indo arrastado.

Toda manhã, Hoseok, Yoon e Nam me esperavam na porta do colégio, me recebendo com um abraço e tentando puxar assunto comigo sobre qualquer coisa. Eu os agradecia, porque se não fosse por eles, não estaria de pé ou suportando isso.

Nas horas vagas, eu saía para andar um pouco e ficava parado na mesma árvore que Jungkook e eu ficávamos no intervalo. Levava sempre um livro, por mais que não lesse porque meus olhos insistiam em derramar suas lágrimas infinitas. O campo estava coberto com um pouco de neve, mas bem pouco mesmo, mas já era um aviso de que nos dias seguintes iria começar a temporada de inverno, não que aqui algum dia se quer teve um verão de verdade.

— Ei, não posso te deixar um minuto sozinho que já começa a chorar? Vou ter que ir morar com você.

Hoseok se sentou ao meu lado, me abraçando e colocando sua cabeça em meu ombro.

— Eu não sei mais nem o que falar, mas também sinto falta dele.

— Será que ele vai amá-la?

— O que? Como assim? É claro que não... Né?

— Li que quando você passa muito tempo com uma pessoa, mesmo que por obrigação, você começa a ter sentimentos por ela... Um dia ele vai ter que dar um príncipe para a cidade continuar esse ciclo da família e...

— Tae, não se preocupe com isso. Jungkook é teimoso, ele aprendeu a ser com os melhores. Ele deve estar no alto da torre pensando em você agora mesmo. Não chore, lembre-se que você sempre será o príncipe dele.

— Eu faria de tudo para poder vê-lo de novo.

— Eu faria de tudo para que você pudesse vê-lo de novo, meu maninho. Já tentou mandar algo para ele? Acho que ele gostaria.

— Mas eu não tenho nenhum acesso à ele.

— Eu consigo... Não se preocupe.

[...]

Jungkook Point Of View

Eu estava parado na frente do espelho enquanto analisavam meu tamanho para o próximo terno que eu teria que experimentar. Eu tentei adiar esse casamento o máximo que pude, mas meu pai não saia do meu pé para que eu o fizesse logo.

Eu odiava estar ali.

Se passou 56 dias desde que eu voltei. 56 dias em que eu me odeio por ter me permitido voltar, mas se eu não tivesse...

Pensava em Taehyung todas os dias. Sentia sua falta todos os dias, e meu olhos já não aguentavam mais chorar. Era só eu ficar sozinho por um tempo que eu desabava por completo. Chorava de soluçar e me debatia diversas vezes.

Eu queria estar em Seul. Queria estar com Kim, com meus amigos... Sentia falta do cheiro da minha casa, de preparar minha comida... Do beijo de Hyung que me deixava calmo.

Quando cheguei aqui, fique em meu quarto por dias, recebeu somente a visita de Jin e somente com as ameaças de meu pai contra Taehyung que sai aos poucos. Tive que agradá-lo, mas eu fazia tudo com muita ignorância e não lhe dirigia a palavra nem por um momento, mas fui obrigado a pedir desculpas ao povo.

Eu achava tudo isso ultrapassado, e uma coisa que eu aprendi com os meninos foi a teimosia, então está sendo difícil perder meu jeito.
Fui obrigado a sair com Lisa diversas vezes, as quais - na maioria - ficávamos calados, mas com o passar dos dias, fui conversando mais com ela e ambos concordamos que aquilo era puro machismo e uma ideia ultrapassada.

Ela não era de todo mal, e cheguei até a contar sobre Taehyung e o que me surpreendeu mais foi sua compreensão. Ela não me olhou estranho ou tentou espalhar a todos, só segurou minhas mãos e desejou que tudo desse certo um dia, e pela primeira vez tive um ombro para chorar que não fosse meu irmão.

De resto, tudo estava uma completa merda. Meu casamento tinha sido anunciado ao mundo mais uma vez, mas não da forma bonita, e sim com uma linda manchete:
Príncipe que fugiu irá se casar em breve, após retornar ao reino.

Minha única preocupação era Tae e em como ele reagiria a isso. Eu não tive uma notícia dele, mas eu também estava proibido de qualquer coisa do mundo exterior. Nem Jin ficava mais na mesma ala que eu. Eu estava sozinho mais uma vez, e Taehyung era tudo o que eu mais queria. Tudo que eu precisava.

[...]

— Certo. Mas ficou um pouco largo no braço. — Disse para o costureiro.

— Vou consertar bem rápido, não temos tempo.... Ansioso para amanhã, meu senhor?

— Ah... Claro. — Disse sem entusiasmo nenhum e ele provavelmente percebeu porque não perguntou mais nada.

Voltei ao meu quarto e encontrei uma caixa pequena em cima da cama com um pequeno bilhete em cima. Era de Seokjin.

"Sei que não posso ir aí, mas nunca se esqueça de que estou para sempre ao seu lado, e ele também... Foi muito difícil conseguir isso, espero que use, mas esconda."

Abri a caixa tão rápido que não houve tempo nem de pensar. Dentro tinha um anel prata que provavelmente era para o mindinho e quando eu olhei para os detalhes, tinha um "V" escrito dentro, o que me fez lembrar bem do começo quando conheci Hyung.

Meus olhos se encheram de lágrimas e eu segurei o anel na altura do meu peito, pedindo para que eu pudesse vê-lo de novo. Esse era meu único desejo. Olhei mais a fundo da caixinha quase detonada e tinha mais um pequeno papel, que logo percebi que era um bilhetinho.

"I purple you"

— Taehyung... Eu amo você mais do que tudo.

O Príncipe EsquecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora