Yg: Jungkook você sabe que eu só espero que sejam muito felizes juntos e que se amem, mas dessa vez Taehyung foi grosso demais. Ele acabou com tudo, disse que não sentia nada! -falou tudo num fio de voz pela linha telefônica-Jk: Posso ir pra sua casa, Hyung? Não quero falar disso por telefone.
Yg: Claro, venha agora.
Jk: Chego em 4 minutos.
Jungkook desligou, guardando o celular no bolso e levando a mão de volta à bicicleta.
Suspirou, encarou o sinal fechado e amaldiçoou o dia.
Estava tudo errado.
Suas costas formavam nós onde o cansaço insistia em se acomodar. As mãos frias, o nariz vermelho. Estava cansado de chorar. Pelo menos tinha começado a chover, o que fez com que suas lágrimas no rosto fossem facilmente camufladas pelas gotas da chuva.
Pedalou rapidamente até a casa de Yoongi, chegando jogou suas coisas na entrada e correu para dentro.
Jk: Yoongi? -gritou, sua voz estando defeituosa e desafinada, saindo da garganta como um pedido de socorro. Assim que avistou o mais pequeno, sentiu que finalmente podia respirar-
Yg: Você está todo molhado, não acha melhor tomar um banho?
Jungkook assentiu e Yoongi correu até o banheiro pra pegar uma toalha para o garoto.
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J: Tae?Tae!
Jin o havia procurado pelo bairro inteiro, mesmo assim só o encontrou na terceira tentativa. Tae estava sentado na calçada, tinha sua expressão triste, visava o chão, estava mal.
Th: O que foi, Jin?
J: Sua vó, tae...
Taehyung entrou no carro sem questionar mais.
Foram a caminho do hospital em silêncio, Taehyung queria saber o que tinha acontecido, queria perguntar, mas no fundo tinha medo.
Não perguntaria, já que tinham chegado ao destino.
Saiu hospital a fora, procurando pelo quarto com o número 125
Th: Vó? -segurou seus dedos pálidos, tentando de alguma forma esquentar suas mãos-
A Senhora Kim sorriu, sem mostrar os dentes, nem dizer nada. Abriu os braços com dificuldade, abrigando em seu colo, um adolescente com medo e em desespero.
Th: Vó, por favor não vai. Não vai! -soluçou-
A mais velha tinha seus olhos em água.
Sra.Kim: Eu vou, mas fico -disse com dificuldade, a doença lhe cortando o ar e a fala- aqui. -deslizou os dedos pelo peito de taehyung-
Taehyung a observava em choro, suas lágrimas caindo sem parar nas mãos enrugadas da mais velha.
Th: Vó... -não conseguia dizer mais nada, o choro e as palavras desejando sair lhe cortavam o coração- Não vai... -chorou-
Sua vó era tudo o que tinha, ela era de certeza a pessoa mais importante de sua vida. O que tinham ia além de um simples relacionamento entre avó e neto. Ela o havia ensinado tudo que precisava para ser Humano.
Havia ensinado a humanidade que a muitos falta hoje em dia. Se possível, Taehyung tentou ao máximo ter sua personalidade exatamente igual à de sua avó. Mas a vida não nos dá tudo o que queremos.
Mas, quer saber das coisas mais importantes que lhe havia deixado?
Deixou sua bondade, a arte do amor que não precisa ser sentido, mas, pode ser uma escolha. O escolher amar o próximo, de um jeito que o poderás ajudar e cuidar, mas não necessariamente ter que chorar em seu funeral.