Stronger [CHEN]

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Stronger – Chen

— Mas que inferno — falei e bati no volante enquanto as lágrimas corriam pelo meu rosto e meu nariz insistia em escorrer. Minha voz estava engraçada e eu voltava a soluçar a cada suspiro. Além disso, o frio conseguira entrar dentro do carro e gelava até meus ossos.

"My way", de Frank Sinatra tocava no rádio enquanto eu chorava como uma criança perdida. Essa música sempre me emociona, mas dessa vez ela está agregando um grau mais dramático à situação, além do trânsito estar um horror.

Para ajudar, meu telefone começou a tocar e eu não estava achando em lugar nenhum. Depois de mil anos, eu o encontrei e o agarrei desesperada, limpando a garganta e tentando me recompor, mas quando vi o nome no visor, soube que não tinha razões para fingir nada.

— Você já está chegando? Melissa me mandou uma mensagem dizendo o que houve... — Ouvi sua voz doce e sorri por um instante.

— Estou. Você pode fazer um chá, por favor? — Pedi e funguei. Uma vez que era ele no telefone, eu não tinha que me segurar.

— Mas é claro. Venha com cuidado, por favor. Vou estar esperando por você.

— Está bem.

Desliguei o telefone e voltei a chorar como se nunca fosse parar enquanto os pequenos flocos de neve caíam suavemente lá fora. Confesso que achei que já era madura o suficiente para nunca mais chorar dessa maneira, mas eu sempre acabo me enganando de um jeito ou de outro.

O grande desastre que o dia me reservara fora nada mais e nada menos do que uma lindíssima demissão. Eu sabia que a situação na empresa estava péssima, sabia que seriam feitos cortes, mas não sabia que EU iria ser cortada. A sensação de estômago embrulhado de quando saí da minha sala para ir ao RH ainda não tinha me abandonado, então eu chorava de tristeza, frustação e agonia.

Pode parecer patético chorar por causa de uma demissão? Pode. Mas a questão é que trabalhar no mesmo lugar por seis anos, com as mesmas pessoas, fazendo as mesmas coisas foi algo que se tornou parte de quem eu sou. Ter que deixar aquele lugar assim, sem mais nem menos, é totalmente trágico e doloroso.

Finalmente cheguei ao prédio, adentrei o estacionamento, estacionei, cambaleei para o elevador de serviço e deslizei até o chão do mesmo, ainda chorando. Eu olhava o painel do elevador e desejava que este explodisse: de quem foi a ideia brilhante de alugar um apartamento no vigésimo andar?!

Saí do elevador e andei lentamente até a porta do meu apartamento, que já estava destrancada porque já havia alguém esperando por mim. O desânimo tornava até o ato de andar algo difícil de se fazer.

— Oi, meu amor — ele disse e saiu de trás do balcão da cozinha, segurando duas xícaras de chá cheias. — Venha aqui.

Ele esticou o braço e me ofereceu uma xícara, mas eu o abracei ao invés de aceitar a bebida que eu mesma havia pedido. Com cuidado ele colocou as xícaras no balcão e pode retribuir ao meu abraço daquele jeitinho meigo de sempre: uma das mãos afagando meus cabelos, a outra no meio das minhas costas me puxando mais para perto e sua boca grudada na lateral da minha cabeça. Ele é apenas alguns centímetros mais alto do que eu, mas sempre me sinto aconchegada em seu abraço.

Depois de um bom tempo sem dizer nada, apenas o abraçando, resolvi separar nossos corpos e sentar num dos bancos em frente ao balcão e beber meu chazinho. Ele voltou à cozinha e terminou sua bebida junto a mim, recolhendo minha xícara para que pudesse lavar a louça. Chen me olhava de um jeito preocupado, eu sabia que ele queria dizer milhões de coisas, mas ele sabia que eu precisava de um tempo. O que importava é que, como sempre, ele estava ali para me apoiar.

Oneshots (EXO12)Where stories live. Discover now