Sing For You [SUHO]

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Sing for you – Suho

Eleanor? — Escutei uma voz vinda do andar inferior, depois que o som da música que se espalhava pela minha casa baixou magicamente. A voz era conhecida, mas eu estava tão entorpecida que não era capaz de parar e tentar reconhecer.

Bem depressa eu sequei minhas lágrimas com as mãos e limpei a garganta a tempo de responder sem levantar suspeitas, deixando a garrafa de vinho no chão:

— Estou aqui. Quem é? — Perguntei e abafei um soluço que veio logo depois.

Sou eu.

Eu enfim reconheci a voz e meu coração bateu mais forte. Levantei num salto e saí correndo para fora do meu quarto, descendo as escadas depressa e me encontrando com aquela pessoa no meio da mesma, de braços abertos.

Nós sorrimos e nos abraçamos ao mesmo tempo. Eu pude sentir seu cheiro tão bom e pude tocar em seus cabelos tão lisos e macios, sentindo sua pele contra a minha. Contudo, sentia que ele estava muito preocupado, mas tentei ignorar.

— Você estava bebendo? E... Por que está chorando? — Ele disse ao se afastar um pouco, jamais ia ignorar meu estado sendo observador e empático, como ele sempre fora.

— Senti sua falta — sorri e tentei cortar o assunto com um abraço, mas ele me segurou.

— O que aconteceu, Eleanor? — Sua feição era preocupada, mas seu tom era sério e calmo, por isso não fiquei ofendida com o fato de ele ter me impedido de abraçá-lo.

Casamentos arranjados não eram mais tão comuns por aqui, mas foi assim que minha história com Suho aconteceu. Os pais dele haviam se mudado da Coreia do Sul pra cá antes de seu nascimento, e como uma família tradicionalíssima, eles quiseram escolher com quem seu filho se casaria. Meus pais, como membros da alta sociedade, "trabalharam" a vida toda para que os asiáticos renomados da casa ao lado me vissem como uma opção, e todo o esforço acabou dando certo, até porque eu sou mestiça, então os pais dele viram isso como um ponto positivo e eu fui escolhida.

Nós crescemos juntos, fomos à escola juntos e nos formamos juntos. Éramos grandes amigos, praticamente melhores amigos, e mesmo quando nossos pais organizaram um jantar para falar de nosso noivado, quanto tínhamos treze anos, era simplesmente como se anunciassem que eu ia morar e passar o resto da minha vida com um dos meus melhores amigos, afinal eu era muito nova e mesmo que achasse que entendia, eu não entendia nada sobre nada.

Mas quando eu me apaixonei pela primeira vez e percebi que não poderia nem sonhar em investir nesse pequeno sentimento foi que eu percebi que não era assim tão simples. Nada sobre casamentos é simples. E eu sei que ele passou pela mesma coisa uma ou duas vezes também, afinal ele me contara tudo.

Eu não sabia dizer se nós nos amávamos romanticamente, mas eu sabia que o amava muito, pois ele era um grande amigo. E devo confessar que nunca faltou atração física de ambas as partes, porque tivemos uma fase de amizade colorida. Contudo, depois que nós nos casamos, eu comecei a prestar mais atenção à Suho como homem. Ele era lindo, educado e muito divertido, de qualquer forma. Apesar de pensar muito em tudo aquilo que eu perdera e ainda perderia por causa do nosso casamento e de saber que ele pensava nisso também, eu tinha curiosidade em saber se ele gostava de mim, porque eu realmente gostava dele.

Eu não sabia se ele realmente se interessava por mim como eu passara a me interessar por ele e isso me incomodava um pouco, mas eu nunca tivera coragem para conversar sobre. Eu tinha um pouco de medo do que poderia ouvir se perguntasse. Sempre fôramos amigos, contávamos tudo um ao outro, mas eu tinha certeza que ele escondia esses pensamentos de mim, assim como eu fazia.

Oneshots (EXO12)Where stories live. Discover now