That's Okay [D.O.]

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That's Okay (D.O.) – D.O.

Sabe, tem muitas coisas legais sobre sair da casa dos pais. Quando você vai visitá-los depois de um tempo sem vê-los, por exemplo, eles começam a te tratar como visita, eles te enchem de comida, elogios e perguntas. Porém, quanto a essas perguntas, há um pequeno problema: elas começam a se repetir cada vez mais.

E você deve saber de que tipo de pergunta eu falo.

— Então, filhote... Quando é que você vai nos dar netinhos? — Minha mãe perguntou com olhos arregalados e um sorriso, meu pai suspirou e eu ri sem graça.

— Não sei, peça ao Pyong-ho — falei e bebi mais um gole da xícara de café, desconfortável.

— Filha! Queremos netos da sua parte também! — Ela reclamou.

— Eu compro um cachorro!

— Filha...

— Eu adoto, então.

— Mas nós queremos sangue do nosso sangue! — Ela insistiu e meu pai voltou sua atenção à televisão.

— Então eu faço uma transfusão!

— Bong-cha! — Ela gritou. Sorri e ela levantou nervosa, levando todas as xícaras e pires para a pia, inclusive a minha, que ainda estava meio cheia.

Suspirei, chateada. Eu escutara isso desde antes de começar a namorar Kyungsoo, mas ela nunca desistia de perguntar. Porém, eu e meu querido namorado nos encontramos num momento não muito interessante para ficar perguntando esse tipo de coisa.

Fiz uma expressão de indignação para o meu pai, que riu e deu de ombros. Ele não se metia em nossas brigas há anos.

— Bonnie, você sabe que sua mãe odeia quando faz essas piadas — meu pai disse. — Ela só enche seu saco assim porque sabe que não vai demorar dos pais da namorada do Pitt colocarem ele contra a parede. E já que os pais do Kyungsoo não te enchem o saco, alguém tinha que encher.

— Ah, que ótimo. Já foi difícil arranjar alguém com pais que me aceitassem uma vez que a gente tem a família que tem, agora ela quer que eu fique fazendo pressão também? Desculpa falar assim, pai, mas o senhor sabe como é...

— Eu sei. E está tudo bem — ele sorriu e mudou de canal, sorridente. — Você ainda não contou a ela, contou?

— Não.

Andei até o quintal e sentei numa das cadeiras de madeira para observar as árvores, a estufa e o carrinho de cortar grama que estava largado, porque Pitt (ou Pyong-ho, se você preferir) atendeu a uma ligação e se esqueceu de terminar seu trabalho.

Dei uma tapinha em minha própria cabeça, punindo-me por ter falado daquele jeito de nossa família. É que nós não somos lá tão "normais".

Temos duas casas, uma aqui e outra nos Estados Unidos. Nossa mãe é coreana, nosso pai afro-americano; vivíamos indo e vindo de lá pra cá e de cá pra lá até quatro anos atrás, quando nossa avó materna adoeceu e mamãe decidiu que queria estar por perto. Mas o grande "problema" da vizinhança (e talvez da sociedade) com a nossa família é o seguinte: além de eu e Pyong-ho "não nos comportarmos" como o resto dos adolescentes e jovens daqui, e além nosso pai nem sabe falar coreano direito e sempre temos que falar por ele nos lugares (coisa que eles acham estranho), nós somos negros.

Mas a família de Kyungsoo não deu a mínima para isso, por sorte ou graças a Deus. Eles foram muito educados e se interessaram em entender a situação da nossa família, até ajudam o papai a se comunicar. Aparentemente eles gostam muito de mim e querem que eu e Kyungsoo nos casemos, mas não fazem pressão e quase não tocam no assunto como certas pessoas por aí. Ainda mais agora.

Oneshots (EXO12)Where stories live. Discover now