Transformer [D.O.]

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Transformer – D.O.

— Dona Kate? — Ouvi uma voz chamando ao longe.

— Hã... Alô? — Perguntei colocando a mão em frente aos olhos para bloquear a entrada da luz que vinha de algum lugar naquela sala. — Alô?

— Dona Kate, não é uma ligação, sou eu! Levante daí, tá quase na hora do almoço! — Disse Martha, minha empregada, que mais parecia minha mãe às vezes.

Abri os olhos e percebi que eu estava debruçada sobre a mesa do escritório, com os braços dobrados e doloridos, os pés descalços e o cabelo caindo sobre o meu rosto. Estremeci por causa do ar-condicionado ligado e peguei meu casaco, que estava jogado sobre o encosto da minha poltrona, o coloquei, levantei e saí andando, mas não antes de olhar para a mesa com dois notebooks abertos, um iPad e dois telefones.

Suspirei e fui para a sala de estar, onde Martha me esperava, com um copo d'água, minhas vitaminas diárias, remédio para dor de cabeça e alguns biscoitos. Fiz uma careta e ela reclamou:

— Nada de tomar remédio de barriga vazia, dona Kate — ela disse e empurrou tudo em minha direção. — Se continuar assim, você vai ficar doida. Que bom que hoje você tá de folga...

— Eu me dou folga uma vez por semana, fora os fins de semana. Não vou ficar doida...

— Você poderia continuar legal assim hoje, não? Você tem sorte que pode tirar o dia pra vestir roupas de ginástica para fazer coisas que não são ir à academia. Se não o fizesse, aí sim ia ficar doida de vez — ela recolheu o copo vazio e me assistiu enquanto eu comia. — Na verdade, você não é doida graças ao seu assistente.

— Hm... Cadê ele que ainda não apareceu? — Reclamei e ela riu.

— Não seja tão má, ele é tão dedicado... Deve ter tido algum problema. Você vive grudada naquelas tranqueiras eletrônicas, mas quando realmente precisa nunca tá com o seu telefone... Aliás, você deveria mesmo continuar assim hoje. Suas transformações e mudanças de humor não surpreendem mais ninguém, mas eu gostaria que você ficasse numa boa hoje.

Coloquei as mãos nos bolsos da calça e não encontrei meu celular, então chequei os bolsos do casaco, encontrando-o. E lá estavam, várias e várias mensagens de Kyungsoo avisando onde estava e cada movimento que o carro fazia no trânsito horrível.

"Kyungsoo, querido, não precisa mapear todas as suas ações. Só avise quando estiver chegando", digitei e enviei, logo recebendo uma resposta padrão: um pedido de desculpas acompanhado de "chegarei em dez minutos".

Às vezes eu me pergunto como ele pode ser tão detalhista, sério, cuidadoso, minucioso, dedicado, esforçado e inteligente... Mas aí eu me lembro de que ele é praticamente uma versão masculina, mais nova e asiática de mim, talvez um pouco mais reservado, talvez um pouco mais gentil; mas ainda assim, é quase um clone.

Continuei sentada imaginando o que minha cozinheira estaria aprontando para o almoço enquanto olhava para o nada. Levantei e fui tomar um banho, escovar os dentes, arrumar o cabelo e passar um pouco de maquiagem. Ser a CEO de uma empresa é trabalhoso, confesso que eu me dei ótimas condições de trabalho, mas ainda assim fico cansada. Só que eu já me acostumei, então, aos dias de folga e finais de semana eu fico caçando e inventando o que fazer, e Kyungsoo me ajuda com isso.

Desci, com as "roupas de ginástica que não são para fazer ginástica" e quando cheguei ao pé da escada encontrei Martha toda risonha conversando com Kyungsoo, levando seu casaco até o mancebo de madeira. Assim que ele me viu, abriu um sorriso suave.

— Bom dia, Srta. Reid — ele se aproximou, segurei seu ombro por um segundo e voltei a observá-lo. — Vejo que já esta muito entediada, já sabe o que vamos fazer hoje?

Oneshots (EXO12)Where stories live. Discover now