Baby Don't Cry [KAI]

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Baby don't cry – Kai

— Ele é tão gato... — Murmurei apoiada na grade do mezanino do estúdio.

— Sim. Mas minha mãe não curtiu o nariz dele.

— Você mostrou foto dele pra sua mãe?!

— Você também mostrou pra sua! — Ele deu de ombros e tirou fios de cabelo de sua testa.

— Ai, Leonard... Você não presta. Ainda não foi conversar com ele?

— Com quem? Com o Kai? Tá maluca, é? — Ele disse e eu ri. — Pra quê eu iria falar com ele? Disseram que ele não gosta de meninos. Você que deveria ir falar com ele, Hope.

— Eu? Mas eu não sei nem falar no telefone com a secretária da escola! Acha que é assim tão simples? Eu não sou "desenrolada" como você, queridinho — empurrei meu amigo e ele riu.

— O fato é que você tem mais chance do que eu né, inteligência! Da um jeito nessa sua falta de atitude, você é uma puta de uma bailarina foda, não pode ser tímida assim pro resto da vida! — Leonard devolvi o empurrão e eu ri também.

— Farei o possível.

Leonard era meu melhor amigo, estudávamos juntos desde o primário, agora éramos membros do mesmo estúdio de dança. Juntos fazíamos jazz, balé clássico e street dance, pois descobrimos nossos pequenos apreços por música quando éramos mais jovens.

Aquele seria nosso terceiro ano como membros do estúdio, estávamos evoluindo nossas técnicas a cada dia. Ele era o cara que sabia o nome de todas as técnicas e métodos, passos e manobras; eu era a garota que não sabia muito, mas simplesmente aparecia e fazia.

A pessoa de quem eu e Leonard falávamos, Kai, era um asiático que chegara à cidade há três meses e que estava dançando abaixo de nós, que estávamos no mezanino. Ele era tão profissional que deixava uma ou duas professoras no chinelo. Kai sempre dançava como um anjo, dançava de tudo, com uma coleção de expressões faciais concentradas e devotadas ao ato de dançar, e toda vez que ele finalizava uma coreografia, ele finalizava sorrindo: o sorriso dele me derretia muito.

Ele era talentoso, dedicado, LINDO e alguns diziam que ele era muito legal, mas eu e Leonard nunca tínhamos trocado mais que duas ou três palavras com ele. Leonard era o rei da atitude, mas ele desistira de falar com Kai porque, além de se sentir ameaçado pelo excesso de talento dele, descobriu que não iria conseguir o que queria. No meu caso, eu simplesmente dançava qualquer coisa na frente de qualquer um, mas não conseguia falar com garotos que me interessavam propriamente. Eu virava um saco de batatas com braços e pernas.

— E se você chamar ele pra almoçar contigo?

— Meu Deus, que susto! Você ainda tá aqui?! — Reclamei. — Mas assim, sem mais? Meu medo de ele dizer não é maior do que o de ir até ele e chamar.

— Para com isso, sua idiota. Ele vai fazer a pausa pra almoçar daqui a cinco minutos, dá tempo de você ir ao banheiro, lavar esse rosto e ir falar com ele. Agora some daqui e vai logo! Tô vazando — ele avisou e saiu pela outra escada.

Desci as escadas e fiquei sentada num dos bancos enquanto olhava nosso bailarino solitário finalizar sua prática. Mais uma vez, ele terminou a dança com graça, um sorriso no rosto e o cabelo grudado na testa por causa do suor.

Não fui capaz de me conter e bati palmas ao fim da "apresentação". Ao me ver, ele se sobressaltou, mas logo abriu um sorriso tímido, depois foi pegar suas coisas.

— Eu não sabia que você estava aqui, Hope...

— Ah. Eu estava aqui o tempo todo. Digo, antes eu estava no mezanino... Vim pra cá faz dois minutos — admiti e ele riu sem emitir som... Diziam pelo estúdio que a risada dele era engraçada.

Oneshots (EXO12)Where stories live. Discover now