Capítulo 1

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Notas Iniciais:

Olha só quem finalmente conseguiu trazer essa fanfic?! Aleluia senhor

❗❗❗ ALERTA DE GATILHO ❗❗❗

Gente, essa fic vai tratar temas pesados, mas vai ter final feliz.
Por isso, tomem cuidado. Quem é sensível, sugiro que pule o capítulo.

Boa leitura ❤

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Sorria, mesmo doendo

Era o que mais conseguia fazer. Suspirou, olhando a porta, uma parte de si lhe implorava para ficar em casa, mas não queria desapontar as pessoas que esperavam tanto de si. Com uma coragem inexistente, segurou a maçaneta e abriu a porta, vendo algumas pessoas passando apressadas pela calçada, indo para seus empregos, faculdade, ou qualquer coisa que lhes fizesse sair tão cedo.

Fechou a porta e fez seu trajeto rotineiro, logo vendo a grande fachada da escola. Suspirou e colocou um pequeno sorriso no rosto, indo direto para a sala. Gostava de ficar sozinho. Na verdade, só não gostava de ficar em casa, pois sabia que não haveria ninguém lhe esperando lá.

Colocou seus fones e deu início a sua lista de músicas, decidiu por no aleatório e pegou seu livro, tentando se distrair um pouco da realidade, mas sabia que não conseguiria. Sua mente não iria deixar. Viu os colegas de classe chegar, passado alguns minutos o professor chegou e assim, seu dia letivo começou.

Teve duas provas antes do intervalo, então quando chegou ao pátio, só conseguiu suspirar em alívio. Aquela dor ainda estava ali e infelizmente não era física, se assim fosse, poderia curá-la com alguns remédios. Ficou encarando a parede, alheio a todas as conversas, a tudo. Só sua mente e aquilo. A única coisa que lhe fazia companhia, aquele monstro que o devorava dia a dia.

-Pega, trouxe para você - Se assustou ao ter um lado do fone removido, mas se acalmou ao perceber que era Harry Osborn. A única pessoa que conversava consigo, além dos professores.

Murmurou um obrigado e se obrigou a comer, estava sem vontade. Na verdade, não queria estar ali, seja na escola, na rua, em casa, vivo. Seu peito doía demais, sua cabeça lhe mostrando cada erro, cada falha. Antes que começasse a chorar, se levantou ignorando os protestos do único amigo e foi para o banheiro. Também não notando os olhos azuis, curiosos e preocupados seguirem cada passo seu.

Assim que chegou, fechou a cabine e abaixou a tampa do vaso, sentando ali e deixando as lágrimas caírem. O vazio que antes se encontrava em seu peito, agora se espalhava pelo seu ser. Já não conseguia controlar as lágrimas, tentando limpa-las num ato que sabia ser inútil.

Ele sabia.

Sabia que não deveria estar ali.

Que não deveria estar sorrindo

Tendo uma vida normal

Sabia que tudo era culpa sua. Sempre era.

Ouviu o sinal, mas não quis ir para a aula. Se levantou e caminhou para o telhado, sentou e ficou olhando o céu, tentava organizar os pensamentos, os sentimentos. Uma voz sempre lhe lembrando o quanto era inútil, enquanto uma fina esperança lhe dizia que não era. Que tinha futuro, que não era o lixo que se sentia. Queria, queria muito acreditar nela. Mas era difícil.

Não reparou quando as aulas acabou, mas já não chorava. Se levantou e caminhou para sua casa, sempre puxando as mangas da blusa, tentando se sentir seguro. Pensava no futuro que os professores viam em si, o talento que diziam existir. Acabou lembrando de tia May e não notou uma lágrima escorrer pela falta que a mesma fazia.

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