Peter estava com os nervos a flor da pele. Sua mente não parava, sentindo todo o desespero. Pra que tinha inventado de participar da feira? E se sua criação não agradasse? Se falhasse? Se encontrasse com Flash? Eram tantos "Se" que estava andando de um lado para o outro, enquanto Harry e Wade guardavam as coisas para enfim irem para a escola. E não eram nem quatro da manhã.
Podia dizer que o mês passou depressa, mas não foi assim. Brigou muito com Harry, mas acabou cedendo e aceitando a ajuda do amigo, fez uma lista e o Osborn providenciou tudo. Wade virou expertise em fazê-lo relaxar e mesmo sentindo que estava atrapalhando a vida dos dois, no fundo, agradecia a ajuda, a companhia.
Na escola aconteceu algo totalmente inusitado. Ned e Michelle vieram falar consigo ainda no portão e viraram amigos, tendo mais dois "guarda costas". Tompson mesmo ferido, tentou lhe agredir, lhe xingar. Mas os alunos fizeram uma barreira, o impedindo de chegar em Peter e o xingando. Estavam cansados de Flash Tompson e seus bullying diário. Se o diretor não tomava uma atitude, os estudantes fariam. O armário de Peter estava decorado, pompom, fitas coloridas, bilhetes com mensagens calorosas, palavras amigas, dizeres de apoio.
Ficou muito amigo de Loki e o moreno não conteve a felicidade ao que Peter relatava seu dia e como se sentia. Laufeyson foi pego de surpresa com o pedido inusitado de Peter. Ele iria sim participar da Feira Stark e já tinha a idéia, mas não confiava totalmente na internet, precisava da opinião e conselhos de um profissional. Loki, claro, não negou a ajuda. Passando inúmeros dias na casa de Peter, esquecendo por um mês Thor, os Laufeyson e qualquer dor de cabeça que pudesse lhe tirar a paz.
Foram muitos protótipos, muitos xingamentos, noites em claro e perdeu as contas de quantas vezes quis desistir. Mas Loki, Wade, Harry, Ned e Michelle sempre impediam. Até mesmo Hela - que acabou conhecendo e se afeiçoado - lhe dava sermões, o incentivando a continuar. Claro, pelo menos duas vezes na semana a morena aparecia com ótimos incentivos para adolescentes: doces, salgadinhos, chocolate, café - puro e sem açúcar como Peter gostava - e todos riam quando Wade reclamava que faltava as Chimichangas.
Agora, com tudo pronto, Peter estava prestes a ter um ataque de nervos. Cada participante da feira ganhava um ingresso. Peter deu o seu para Loki, Wade entregou a sua avó, Harry para seu pai. Norman Osborn os visitava sempre que podia e quando - infelizmente - não podia deixar o trabalho de lado, mandava o banquete ou pagava a ida deles para a sorveteria, ato que se tornou um ritual. Saia das consultas, ia para a sorveteria.
Ouviu o celular despertando, além dos gritos de Michelle na porta da casa. Todos estavam animados e Peter, bem, estava desesperado. Pegou o calmante no criado mudo e engoliu um comprimido. Sentou na cama e ficou ali olhando o poster de Tony Stark, murmurando todos os detalhes que podia notar. Quando estava mais calmo, vestiu seu moletom e saiu, encontrando todos os amigos na sala.
-Vamos, ou não saio mais daqui - Peter mal terminou de falar e viu todos correrem para o carro que os aguardava na rua. 'Eles deram inveja ao Flash'. Parker acabou rindo desse pensamento.
Enquanto estava no carro, recebeu mensagens de Loki e Hela, ficou feliz. Queria que a Laufeyson conseguisse ir, mas a morena estaria trabalhando e Peter não conseguiu outro convite. Quando notou, o carro estava parado no estacionamento. Era isso. Iria acontecer. Respirou fundo mais uma vez, colocou a touca do moletom e saiu.
A primeira coisa que percebeu, foi a enorme movimentação na escola. Reconheceu de imediato Pepper Potts dando ordens a todos, não importava se eram alunos, funcionários da escola ou os contratados. Ela era a assistente de Tony Stark e absolutamente tudo tinha que ser perfeito. Desviou o olhar quando Potts lhe viu, indo para a mesa que tinha seu nome. Wade e Harry foram para os fundos da escola, arrumando o projeto que não cabia no auditório enquanto Peter cuidou da única caixa, organizando tudo na bancada.

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Alomorfia
FanfictionOs seres humanos são feitos de mudanças. Nunca vivemos em uma situação, ou seremos os mesmos para sempre. Para muitos, essa metamorfose não cria cicatrizes, sequelas, feridas tão profundas que sangram durante anos. Mas alguns, sofrem com elas, cria...