Idwsyc - Number Five

06.

How often do you go to parties at secret nightclubs?

A menina não tinha conseguido pregar os olhos. Passou a noite inteira se virando de um lado para o outro. Ela sentou na cama quando o dia amanheceu e viu a hora. Era por volta das cinco.

— Já acordada? — Alisson sussurra para não assustá-la.

— Sim, não dormi muito bem.

— Vai descer agora?

— Depois eu desço.

— Qualquer coisa, pode me chamar. Estou lá.

A mais nova desapareceu de sua porta. Ashley levanta, se espreguiça e vai ao banheiro. Faz suas higienes e veste uma de suas roupas que trouxe na mala. Ela para pra olhar a si própria. Tinha grandes olheiras embaixo de seus olhos oceanos, seus cabelos ruivos despenteados e hematomas por todo seu corpo. Suspirou, não se reconhecendo e saiu dali antes de se deprimir mais ainda com sua feição cansada. Ao colocar seus olhos fora do banheiro, vira seu amigo mancando até a escada.

— Quer ajuda? — perguntou saindo e indo até ele.

— Não precisa. Por que está acordada?

— Você precisa aprender que não faz mal aceitar uma mãozinha às vezes. E, não consegui dormir direito.

Ela coloca o braço dele pelo seu ombro e agarra sua cintura. Cinco iria falar algo, mas hesitou e logo desistiu. Eles desceram juntos a grande escadaria e foram do mesmo jeito à cozinha. O menino agradece e senta-se na mesa. Alisson não estava mais ali.

— Bom dia, crianças. —  um homem com vestimentas estranhas dança pela cozinha.

— Este é o Klaus. Klaus, Ashley.

— Oh! Olá, mocinha. — ele dizia de forma engraçada.

— Sou mais velha que você.

— Claro que é. — ele sai da cozinha em direção aos fundos, deixando um beijo em Cinco, que foi enxugado rapidamente.

— Homem engraçado. — ela riu.

— Não iria suportá-lo se vivesse mais de dez anos com ele.

— Ou... Você é mal humorado demais.

— Eu posso ser bem humorado quando quero.

A menina tentou segurar, mas não conseguiu. Ela riu alto naquela cozinha e o menino a fitou.

— Ah, claro.

— Não estou brincando! — ele disse descontraído, se levantando.

— Tá bom, velhote.

— Quer que eu te mostre?

— Adoraria.

Ele se aproximou da mesma e a empurrou contra a parede. Não saia nada de sua boca. Seus olhos eram fixos um no outro. Ashley estremeceu pela proximidade deles, tão perto que sentia sua respiração. Cinco se aproximou mais, colando a testa deles e pegou no queixo da menina, mas logo soltou rindo e se afastando.

— Você tinha de ver sua cara. — ele riu da menina. Ela engoliu seco.

— Isso não tem graça.

— Claro que tem. Está caidinha por mim.

— Eu não estou!

— Consigo ver em seus olhos que está.

— EU. NÃO. ESTOU.

Suas íris foram de azuis para vermelhas em um piscar de olhos e o menino parou de rir. O cabelo da menina tomou uma cor mais avermelhada que o comum e suas mãos também. Ela não queria fazer nada, por isso, apenas saiu pisando forte pelo mesma saída que Klaus. Fechando a porta forte, saiu andando por um grande corredor e quando se viu já estava saindo da casa.

"Quem ele acha que é?" Pensou se acalmando. "O mais engraçado de toda a cidade ou o mais bonito?

Escutou o mesmo a chamar algumas vezes, mas não ousou olhar para trás. Não queria ver sua cara de deboche para ela, como sempre fazia. Ela apenas continuou seu caminho, o único que sabia, para lanchonete. A menina caminhava rápido e sem olhar para ninguém. Queria passar despercebida, como sempre fazia, mas dessa vez, parecia ter sempre alguém a olhando. Não demorou muito para conseguir encontrar a pequena lanchonete. Ashley entrou e sentou numa mesa qualquer. Pacientemente, esperou a garçonete vir a servir.

— Olá, mocinha — disse doce. — o que vai querer?

— Vou querer apenas uma rosquinha de chocolate e um copo d'água com limão, por favor.

— Claro. Voltarei num instante.

A menina observou dois amigos perto de sua mesa, no qual ambos estavam de preto.

"Meus pêsames." Pensou.

Eles observavam cada movimento de Ashley, que já estava ficando cruelmente constrangida. De repente, um se levanta e vai até ela. Ele para de frente a mesa em que a ruiva estava e a observou por alguns instantes.

— Você conhece este garoto? — uma foto foi estendida.

Ela franze suas sombrancelhas e pega a foto. Uma fotografia do Cinco criança foi entregue em suas mãos. A mesma engole seco e entrega a foto de volta.

— Não.

— Quão frequentemente você vai a festas de boates secretas?

Ele segura seu braço e a arrasta para fora do restaurante. Ashley estava confusa, mas não tinha outra escolha a não ser lutar. Ela esquenta suas mãos e toca no braço do mais alto, que por consequência, grita e joga-a longe, fazendo seu corpo chocar contra a parede, machucando suas costas. Suas íris mudam de azul para vermelho e seus cabelos alaranjados adquirem uma cor mais forte. Carter se levanta e vai até o homem, tocando em seu rosto. Um barulho de algo fritando e gritos invadiram o local. O rosto do homem derreteu em suas mãos, fazendo-as se molhar com o sangue. O outro homem chega chutando-a. Ela sentiu sua testa arder e pôs a mão na mesma, estava sangrando. Apenas se levantou e fez o mesmo que fez com o outro homem. A garota entrou no restaurante naturalmente, mesmo que tinha acabado de queimar dois caras. Em sua mesa, tinha sua comida, mas a mulher não estava ao redor. Ela comeu, deixou o pagamento embaixo do prato e foi-se novamente para a grande casa que não lhe pertencia.

~ ~ ~

— O que é isso? — Cinco acabara de ver a menina banhada em sangue entrando pela porta.

— Ashley, você está bem? — Alisson arregala os olhos.

— Tá menstruada e foi espirrar? — Klaus diz.

— Tive problemas com os amiguinhos do Cinco, mas já resolvi.

— Como eram?

— "Você está bem?" — disse o imitando. — Oh, sim, Cinco. Estou bem.

— Como eram? — perguntou centrado.

— Eram altos, musculosos, pareciam ogros. Cruzes!

— Foco, Ashley.

— Perguntaram por você e não respondi. Tenha calma.

— Oh, não. Eles te conhecem.

— Quem?

Os mais novos prestavam atenção na conversa. Cinco revira os olhos e a puxa para o quarto da mesma. Ele fecha a porta, a olha e a abraça apertado.

— Não vou te envolver nisso — sussurrou. — Venha, cuidarei de você.