Um tempo para nós.

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O clima não estava muito animado entre o casal depois da notícia sobre a possível ida de Adrien para os EUA. Não trocaram muitas palavras desde a conversa que tiveram sobre o assunto, ainda que estivessem de bem um com o outro.

Na verdade, tanto Adrien quanto Marinette estavam presos aos seus próprios pensamentos. Cada um pensava da sua maneira, como a vida ficaria se por um acaso, ele conseguisse aquela oportunidade.

Marinette não estava triste. Era até estranho não se sentir assim, ainda que o seu coração estivesse apertado no peito, na realidade, ela havia ficado muito feliz e orgulhosa de Adrien, pois sabia que aquele emprego seria muito bom para ele, era o que sempre mereceu. Ele era um profissional incrível, falava inglês maravilhosamente bem e era esforçado. Nada mais justo do que aproveitar das suas próprias conquistas.

Ainda que fazendo aquela escolha, custasse a separação física dos dois. E mesmo que talvez, houvesse uma possibilidade de acompanha-lo para Nova York, não tinha certeza se isso realmente era bom.

Claro que seria magnífico morar no exterior, mas a França era sua casa e ela tinha seus próprios planos que estavam sendo traçados à muito tempo.

Adrien tinha sido uma das melhores coisas que aconteceu durante sua vida, ele havia se tornado o homem mais importante para ela, mas não podia refazer mais uma vez seus caminhos por causa de uma proposta que ELE recebeu.

Ainda por cima, já estava em uma idade na qual exigia uma segurança tanto acadêmica quanto financeira. Tinha que fazer a sua faculdade, tinha que terminar o que começou e trilhar os seus próprios caminhos.

Aquilo não era uma separação definitiva, seriam apenas dois anos.

E eles estariam juntos, mesmo distantes fisicamente.

"Pensando assim é fácil, mas será que o nosso amor irá sobreviver nesse tempo todo?".

Tinha esse outro lado da história. Talvez, fosse realmente fácil pensar na separação enquanto ele ainda estava por ali... mas assim que os dois estivessem separados, um em cada país, a situação poderia ser diferente.

Tantas coisas a serem pensadas... sentidas... era um misto de tudo. Alegria, tristeza, saudade... amor.

Estava difícil e naquela noite, eles não estudaram muito. Não dava para ficar em frente aos cadernos, cálculos, redações... nada daquilo.

O que precisavam mesmo, era de um tempo juntos.

Ficaram sentados no sofá enquanto faziam carinho um no outro. Era como se quisessem aproveitar cada momento até... a inevitável partida dele.

- Mari...

- Uhn?

- Vamos dar uma saída?

- Agora?

- Sim, agora.

Ela sorriu. Os dois deram-se as mãos e caminharam até a moto e depois de monta-la, Adrien os levou para um lugar mais afastado dali. Era uma estrada que levava a uma das saídas de Paris e assim que chegaram lá, os dois desceram da moto, guardando os capacetes em seguida.

- Ahhh... que céu lindo... – Ela disse admirando a noite estrelada.

- Sim... – Ele também olhou para o céu.

Os dois acabaram se encarando mais uma vez.

- Eu adoro estar com você Adrien.

- Eu também Mari.

- Ainda mais nessa noite tão linda...

Ele sorriu fazendo um carinho no seu pequeno e delicado rosto – Pois é... Mas eu te trouxe aqui porque quero te ensinar uma coisa.

- Ah é? E o que seria?

Ele então deu duas batidinhas no acento da moto, com um sorriso sacana nos lábios. – Eu vou te ensinar andar de moto.

- Ta falando sério? – Os olhos da mestiça brilharam como duas estrelinhas – Aaaahhh, eu não acredito!!!!

- Você quer?

- Se eu quero?? Claro que siiim!! Vamos vamos vamos!!

Adrien acabou rindo da empolgação que ela tinha, parecia uma criança que havia acabado de ganhar um presente no natal.

- Senta aqui na minha frente. – Ele disse enquanto a acompanhava montando na moto e segurando sua cintura. – Agora, você precisa prestar bastante atenção no que eu vou dizendo ta bom?

- Ta bom! – Ela respondeu sorridente.

Isso o fez lhe dar rum beijo na bochecha – Joaninha.

- Aii Adrien, isso faz cosquinha!

- Presta atenção!

- É você quem começou!

Assim, ele foi ensinando e sussurrando no seu ouvido tudo o que deveria fazer.

- Vai devagar meu amor... não acelera... só mantém.

- Assim?

-Isso mesmo... - Mais uma vez, ele lhe deu um beijo na nuca.

A moto quase caiu no chão com os dois que acabaram gritando juntos.

- ADRIEN!

Ele ria alto – O que??

- VOCÊ QUER MATAR A GENTE?!

- Vai Mari, continua!

Tirando todas as provocações do loiro, Marinette conseguiu dar umas duas voltas, ainda que a moto quase tivesse caído umas quadro vezes por causa dos beijos indecentes que ele lhe dava na nuca e no pescoço.

- Você é um péssimo instrutor sabia?

- Vai me dizer que não gostou das minhas aulas?

- Uhf... gostei... quem dera fosse assim até nas aulas de inglês né?

- Vou pensar no seu caso.

Eles sorriram e ficaram abraçados por um tempo encostados na moto, até que Adrien interrompeu o silêncio. – Mari, eu quero que você aprenda mesmo a andar de moto.

- Tudo bem... mas porque?

- Porque vai ser bom... acredite em mim.

Ele falava aquilo, porque dentro de si, já estava pensando nos próximos passos: se fosse realmente para os Estados Unidos, deixaria tudo nas mãos de Marinette, sua casa e sua moto, assim ela iria poder viver sem pagar aluguel e teria como se locomover para os lugares sem depender de transporte público.

Essa seria sua maneira de pelo menos, deixá-la o mais confortável possível durante sua ausência.

Tirando o fato que se estivesse em sua casa, ele teria a mais completa certeza de que ela não iria embora e estaria o esperando assim que fosse o momento de voltar.

E tudo ficaria bem... era o que esperava de todo o coração. 

Eu estou com você ( Adrienette) Onde histórias criam vida. Descubra agora