◇ Capítulo 19

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Arthur narrando:

Hoje meu dia na faculdade foi normal como todos os outros dias. Não vi a Melanie e achei até que ela teria faltado, mas quando vi Alissa perguntei sobre ela e onde estava. Ela disse que não iria falar e tive que insistir pelo menos para ela dar o número da amiga. Depois de ver que não teria jeito, ela me deu o número da garota de olhos marcantes e mandei mensagem querendo saber onde ela estava e antes de tudo se estava bem.

Eu tenho quase certeza que o motivo da Melanie ter estado ausente teria a ver com os boatos mentirosos que estão sendo espalhados por aí em relação a nós dois. Já mandei vários olhares duros para esses fofoqueiros de plantão alertando do perigo que eles estão correndo em espalhar fofocas dessas por aí.
E por conta dessas mentiras eu não a vi hoje.

Mas amanhã eu veria ela de qualquer jeito no trabalho que teremos juntos. Quando meu professor de engenharia civil falou sobre esse trabalho que faríamos com a turma do professor Logan Forbes, logo uma animação e ansiedade surtil em mim. Já pensei logo nela e que se não fizesse com ela eu não faria com mais ninguém.

[...]

No trabalho, como sempre, meu pai veio reclamar comigo. Tentei ao máximo me concentrar nos afazeres para não ser chamado de incompetente mais uma vez. Esse inferno logo vai acabar, Arthur. Repetia essa frase para mim mesmo.

Assim entrei no elevador para ir embora, uma morena sobre os saltos alto e saia, entrou junto, sorrindo para mim.

– Oi, Arthur, quanto tempo. – a porta do elevador se fechou e Jasmyn se aproximou de mim e passou a mão em meu braço direito por cima da camisa social.

Jasmyn Pierce e eu ficávamos a mais ou menos um mês atrás, mas resolvi dar um basta antes que Jeremy Collins nos pegasse. E eu sei como aquele emprego é tudo para ela, não queria prejudicá-la.

– Pois é. – respondi simples e tirei sua mão de mim levemente.

– Por que você não foi mais em minha sala? – piscou maliciosa.

– Você sabe muito bem que se meu pai descobrisse nós dois estaríamos no olho da rua. E você perderia esse emprego dos sonhos que você diz ser.
– o elevador se abriu no estacionamento e segui em direção ao meu carro prata.

– Mas não temos somente a empresa para nos divertimos juntos. – ouvi sua voz atrás de mim enquanto abria a porta do carro.

– Mas quem disse que eu quero me divertir com você? – ela parou ao meu lado com a testa franzida e boca entreaberta.

Entrei no carro e saí daquele inferno o mais rápido que eu pude a deixando para trás.

Quando cheguei em meu apartamento fui direto para o banheiro tomar uma ducha.

Estava no quarto somente com uma calça moletom, secando o cabelo com uma toalha, quando ouvi o som da campainha soando.

Abri a porta e não havia ninguém, somente um envelope negro no tapete claro. Olhei para fora a procura de algum indivíduo e não avistei ninguém no corredor vazio.

Entrei com o envelope em mãos sem remetente algum. Abri o envelope e puxei o papel branco que se encontrava dentro e estava escrito com uma caligrafia a qual eu reconheci de imediato:

"Estou de volta, irmãozinho".

Senti um calafrio me rodiar.

Christian voltou depois de anos. A minha vida irá voltar a ser um inferno ainda pior.

Rasguei aquela carta em vários pedacinhos e o joguei pelo ar. Poderia ser uma pegadinha, não iria me preocupar sem ter certeza antes.

Resolvi ligar para a babá da minha irmã.

– Alô. – a voz de Marly surgiu do outro lado da linha.

– Oi, Marly. Como andam as coisas por aí? – perguntei aflito pela sua resposta.

– Andam normais até, mas... – ela hesitou e já temia o que esse maldito mas significava. – Seu irmão voltou e disse que não tem dia para voltar.
– pela seu tom de voz percebi que ela também não estava nada contente com sua volta repentina.

Os únicos que estariam felizes pela volta de Christian são meus pais, porque nem os funcionários suportam ele. Já até imagino eles blindando a volta dele com champanhes que custam os meus rins.

– Mas e a minha irmã, está bem?
– depois de alguns longos segundos em silêncio perguntei.

– Ela está dormindo no momento. Seus pais me obrigaram a fazer a menina dormir mesmo estando muito cedo. Tudo por conta da festa que estão fazendo lá em baixo para Christian e que não querem "interferências de crianças". – percebi pela suas últimas palavras que ela não aprovava nada disso, assim como eu.

Meus pais sempre ultrapassam o nível de futilidade.

– Mas, enfim... Ela estava super feliz esses dias e quer te entregar um desenho, mas não é qualquer desenho. – Marly dizia animada.

– Adoraria ver esse desenho. Conte-me mais. – sorri me lembrando dos desenhos malucos e super coloridos da minha irmãzinha.

– Há três pessoas no desenho, perguntei quem eram e ela disse que era, ela, você e a titia Mel. – rimos com ela imitando a voizinha doce da Perrie dizendo "titia Mel".

Não vejo a hora de ver este desenho.

– Fico feliz por ela estar animada ultimamente e isso é graças a Melanie. Elas se dão muito bem e acho que até gosta mais da tia da escolinha que a nós mesmo. – Marly não parecia decepcionada por não ser mais a preferência da Perrie, mas feliz por ela estar feliz.

E eu também estou, mesmo agora sendo a segunda opção da minha irmãzinha.

– A Melanie é uma pessoa muito boa. Ela merece todo o carinho e amor da Perrie. – falei sem pensar, me lembrando do carinho que as duas nutriam uma pela outra.

Sinto saudades daquele dia em que chovera e ela foi embora conosco. E até mesmo da chuva que eu não gosto nem um pouco eu sinto saudades.

– Preciso desligar agora, meu filho, depois nos falamos mais.

– Ok, Marly. Manda um beijo para a Perrie e diga que eu estou morrendo de saudades. – nos despedimos em seguida.

Desliguei a chamada e até me esqueci que Christian estava de volta. Mas nem me importei com ele, só pensava no que Marly me falou sobre o desenho de minha irmã. Estava ansioso para ver a ilustração falada.

Fiz um omelete que não deu muito certo, pois queimou e sentia a falta do omelete de Judith, nao só dele, mas principalmente de sua presença.

Judith cuida da casa, cozinha incrivelmente e mais que tudo é uma mãe que nunca tive de verdade.
Ela está visitando a família no Brasil. Comprei a passagem em seu aniversário de 50 anos e tive que obrigá-la para visitar a seu país de origem, que já faziam anos sem ver sua família. Eu me sentia culpado por isso, porque ela sempre adiava dizendo que eu precisava dela e acabava nunca tirando suas férias para vê-los.
Estou feliz por ela, mas estou com tantas saudades e semana que vem ela estará de volta e mal posso esperar.

Dormi ansioso pensando no amanhã.

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