Capítulo 3

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O que é que se veste para jantar com um amigo de infância?

Não existe uma secção no pinterest para jantares com amigos de infância que não vês há 15 anos.

Por norma, sou bastante feminina na minha forma de me vestir.

Por isso, visto um vestido verde com um padrão floral. Faço uma trança lateral e deixo uma mecha de cabelo a contornar o outro lado do rosto.

Coloco uma maquilhagem simples e leve.

Não quero estar demasiado bem vestida.

Olho para o relógio e ainda tenho 10 minutos.

Organizo algumas coisas que preciso para amanhã.

Oiço a campainha.

Abro a porta e lá está Dylan com um sorriso charmoso.

Boa noite - sorri - estás linda...

Observo-o de alto a baixo rapidamente.
Ele está a usar umas calças caqui casuais e um pullover azul escuro.

Estás bonito - sorrio

Dylan dá um sorriso tímido.

Vamos? - estende a mão fazendo uma vénia

Rio e sigo-o.

Dylan abre-me a porta dum carro preto.

Obrigado - sorrio e entro

Dylan entra para o lugar do condutor e arranca o carro.

Observo-o atentamente.

Nunca pensei estar num carro contigo a conduzir - rio

Nunca achei que te levaria a jantar - ri - embora isso me tenha passado pela imaginação algumas vezes

A sério? - pergunto

Bem, sim... Tu eras a miúda mais bonita da cidade e eu andava a ver filmes a mais com a minha mãe - goza - então eu sonhava com irmos fazer jantares românticos como nos filmes que ela via

Coro olhando para o caminho lá fora.

Sei que estamos apenas a fazer um jantar de amigos mas este comentário deixou-me tensa.

Quero saber tudo sobre a tua vida aqui... - digo-lhe sorrindo

Bem... O que é que queres saber? - pergunta estacionando o carro e olhando para mim - é que sinceramente, não sei o que dizer

Rimos e saímos do carro.
Ele encaminha-me até à entrada de um restaurante e abre-me a porta.

Faça favor - sorri

Obrigado - sorrio e entro

Observo o restaurante.
As paredes estão pintadas de bordeaux. Dá-lhe um toque sofisticado e ainda assim simples.

Uma empregada leva-nos até à mesa reservada para nós e Dylan puxa-me a cadeira.

Obrigada - sorrio e sento-me - vejo que continuas a ser cavalheiro...

Os meus pais ensinaram-me boas maneiras - goza passando a mão no cabelo

Eles bem que tentaram... - gozo

Não percebo ao que te referes - ri

Rio com a gargalhada dele.

Como estava a dizer - lembro-me - quero saber o que é que tu fazes... No que é que estás a trabalhar?

Bem... Eu estudei informática - diz - trabalho para uma empresa de IT (information technology) e faço alguns projetos meus

Hmmm... Viraste um nerd então - gozo

Acho que sempre fui - encolhe os ombros rindo - e tu?

Começo amanhã a dar aulas numa escola primária... - sorrio

Sempre soube que serias professora! - diz - fico feliz por ti

A empregada regressa e fazemos os nossos pedidos.

Continuamos a conversar e a reviver memórias enquanto comemos.

O que achas de darmos um passeio a pé? - pergunta

Perfeito! - digo - preciso de me livrar deste peso todo.. A comida estava deliciosa

Ainda bem que gostaste - sorri

Caminhamos um pouco em silêncio. Não muito longe do restaurante há um pequeno jardim.

Dylan caminha com as mãos nos bolsos enquanto eu observo tudo à minha volta.

Holland - chama - vamos fazer uma aposta - sorri com cara de miúdo traquina

As saudades que eu tinha desta cara. Juro que não mudou nada.

Uma aposta...? - pergunto

Quem cair a andar à volta daquela fonte, paga o próximo jantar - diz

Olho para a frente e um pouco mais a diante existe uma fonte com uma estátua no meio e um muro alto, circular à volta.

Ok - digo

Ok? - pergunta surpreendido

Ok! - digo e corro até à fonte

Dylan corre atrás de mim e sobe para a ponte.

Subo e esforço-me para me equilibrar nos meus saltos altos.

Os sapatos poderiam ser uma desvantagem, mas o meu hábito de os usar faz com que me consiga equilibrar mais facilmente.

Dou um paço em falso e Dylan coloca a mão na minha cintura tentando me ajudar a não cair para fora da fonte.

Equilibro-me com alguma facilidade, mas Dylan desequilibra-se e cai para dentro da fonte levando-me com ele.

Sento-me rindo e atiro-lhe água.

PERDESTE! - grito rindo

A culpa foi tua! - reclama e atira-me água

Rio e atiro-lhe de volta.

Anda... Eu ajudo-te a sair daqui... - ri e dá-me a mão para me levantar

Dylan sai e segura-me a cintura puxando-me para cima. Uso os ombros dele para me apoiar e dar impulso para passar por cima do muro.

Ainda bem que ele tem os ombros largos.

Dylan leva-me até casa e deixamos o carro encharcado.

Foi bom estar contigo... - diz

Amanhã às 20?- pergunto e dou-lhe um beijo na bochecha

Fica combinado... - sorri

It was always youOnde histórias criam vida. Descubra agora