Segurei meu vestido enquanto nós andávamos apressados até a parte interna do castelo.
Corríamos desvairados pelos corredores em direção à sala das refeições. A euforia era tanta que nem percebemos Giórgio em nosso caminho, o que rendeu uma bela batida entre nós. O homem foi ao chão.
— Perdoe-nos — disse Antero enquanto segurávamos a mão de Giórgio, ajudando-o a levantar-se do solo.
— Presumo que toda essa presteza seja por causa da carruagem parada do lado de fora — comentou, batendo as mãos contra as calças para limpá-las da poeira.
— Justamente — respondi.
— Pois então, estão no caminho errado. A visita que tanto anseiam está no salão de festas — replicou com a feição contorcida, descontente pela sujeira do chão que ainda residia em suas vestimentas.
— Tu juras? — falei com esmorecimento devido à distância enorme que existia entre essas duas partes do lugar.
— Por que mentiria, princesa? — Giórgio indagou retoricamente.
— Vamos, Agnessa. Sem preguiça nesses pés — disse Antero e depois me puxou pela mão, sem nem ao menos agradecer ao homem pela informação.
Deixamos aquele local e partimos em direção ao salão de festas. Dessa vez com um pouco menos de pressa, já que todo meu estoque de força se esvaíra naquela corrida.
— Então, minha irmã, me perdoe por ter atrapalhado... você sabe — comentou inclinando-se e observando ao redor, para certificar-se que ninguém espreitava nossa caminhada.
— Antero! — retruquei aflita. — Ícaro é só um amigo — disse, olhando para frente sem parar de andar.
— Então o que estavam fazendo atrás daquela árvore? E aquele abraço, hein? Eu não estou louco, Agnessa.
— Quer saber da verdade? — Parei de andar e cruzei os braços. — Nós quase nos beijamos. Foi isso. — Voltei a caminhar.
Meu irmão ficou parado por alguns segundos com a feição paralisada e em seguida correu até me alcançar novamente, parecia uma criança curiosa.
— Mas, e então? Como foi? — Sacudia meus braços para frente e para trás esperando uma resposta.
— Não foi! Tu apareceste e nós nos desvencilhamos antes que eu pudesse beijá-lo, estás satisfeito?
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Os Espinhos Do Trono {em Revisão}
FantasyA busca pelo poder é incessante. Ao final, o que todos querem é comandar, não obstante, o que a maioria consegue é desafeto, rancor e ódio. Em Erysimun, além de todo o poder sobre as pessoas, os reis também têm acesso à grande chave da aura, objeto...