Capítulo XIII: A sala da Aura

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— Princesa Agnessa, teu pai está lhe

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— Princesa Agnessa, teu pai está lhe... — Giórgio parou ao lado de minha cama. — Alteza, o que houve? Não tirou os sapatos para dormir — falou.

Eu estava na mesma posição na qual me deitei. Não consegui pregar os olhos uma só vez sequer. Olhava constantemente para as cortinas e ainda podia enxergar aquele ser asqueroso detrás dela, a imagem perturbadora não saía de minha cabeça.

— Estava muito cansada — respondi. — Mas, quanto ao meu pai, diga que já desço.

— Tudo bem, princesa. A criada deixou uma bacia com água limpa para que laves o rosto, ali em cima. — Apontou para o móvel de madeira, apesar de não haver necessidade, pois vi a mulher adentrar meu quarto. Apenas fingi que dormia.

— Sim, obrigada. Se puder me dar licença.

— Oh! Claro, alteza. Perdoe-me — disse desconcertado e deixou o cômodo.

Me levantei vagarosamente, lavei meus olhos e minha boca com aquela água fria e os sequei com um tecido branco, deixado ao lado.

Minha face estava deveras desgastada, a noite sem dormir aprofundou minhas linhas de expressão, e o choro deixou-me com bolsas de água terríveis abaixo dos olhos. Lembrei-me então das recomendações do feiticeiro. Fui até minha cama, onde a vela repousava sobre meu travesseiro, caminhei até o corredor, sem que me vissem, acendi a mesma em uma das tochas do corredor e retornei ao lugar de antes. Respirei fundo e criei coragem para terminar o feitiço ilusório. Em frente ao espelho, sentada na cadeira, com o olhar opaco e sem vida, ergui minha mão direita por cima da chama e senti o fogo queimar minha palma. Minha vontade era de gritar de dor, porém não podia, apenas contorci o rosto e senti o cheiro de queimado que exalava. Deixei que queimasse até que a dor se tornasse insuportável, então retirei a mão e enfiei na bacia de água. Reparei que não sentia mais tanta dor, pelo menos não enquanto minha pele ainda estava molhada. Quando o ar entrava em contato, ainda era demasiadamente doloroso.

Penteei os cabelos, arrumei a coroa com precisão e suspirei. Apesar de temerosa, queria que desse certo o feitiço.

Caminhei até os corredores, desci as escadas e encontrei meu pai, junto de meu avô, meu irmão e minha mãe. Eles estavam na mesa das refeições, mas não sentados. Se dispuseram em frente dela, em uma posição cordial.

— Querida, temos que comunicar uma decisão — minha mãe disse.

Assenti movimentando a cabeça, sem dizer uma só palavra.

— Nós não entraremos contigo na sala da Aura desta vez. Somente Levi e seu avô — ela completou.

— Por quê? — questionei.

— Achamos que será mais proveitoso. Não iremos lhe pressionar — meu pai falou.

— Como se já não o fizessem todo tempo — Antero interviu em sussurros.

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