O Poder do Diabo

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— Aonde estão todos? — Perguntou Macayla entrando na casa onde estavam hospedados.

— Foram Buscar umas velhas amigas minha. — Respondeu Rachel. —  Parece que somos só nós duas, pirralha.

— Não sou pirralha... Meu nome é Macayla!

—  Inclusive, é um nome bem diferente esse seu. As vezes me pergunto se ele é religioso. —  Disse Rachel e Macayla sorriu. — Não vou me acostumar com essa ideia de Rebecca ter me colocado como sua madrinha. Nem estava sabendo de nada.

—  Não fui batizada... Minha mãe teve medo de que acontecesse algo por eu ser a neta do cara mal...

— Cara mal?

—  Não gosto de invocar o nome dele...

— Entendo... Ele era diferente.

— Conheceu meu avô? como ele era? — Perguntou se empolgando. Agora ela parecia falar bem mais. 

— Foi uma... Experiência complicada. Ele não era tão mal assim quanto parece. Só era muito... Complicado. Me lembrava adolescentes rebeldes que se revoltam com o pai por qualquer coisa. Ele gostava de chamar atenção.

—  Você gostava dele? —  Perguntou. Era como se Macayla conhecesse Rachel apenas por olhar. Rachel falava e ela entendia toda a situação.

  Parecia gente adulta.

—  Eu não sei. Ele foi ruim comigo, mas foi bom também. Não sei explicar isso pra uma menina de sei lá 10 anos? —  Respondeu rindo e Macayla riu também.

— Minha mãe não gosta de falar, nem meu pai. Eles não falam nada sobre minha família. Tudo o que dizem são as coisas boas...

— Sobre mim. Você disse que me conhecia. O que sabe sobre mim?

— Sei que você salvou minha mãe várias vezes...

—  Verdade.

—  Sei que quando mamãe usou os poderes dela em você, você conseguiu voltar mesmo ela dizendo que era impossível... Aí eu perguntei como você voltava sempre e ela dizia que era por que heróis nunca morrem. —  Sorriu e Rachel parecia mais séria ou talvez triste ao ouvir aquilo.

— O que mais?

— Sei que você consegue se curar igual eu consigo curar os outros. E sei que é muito forte...

— Eu sou muitas coisas Macayla. E sua mãe optou esconder outras de você. Eu entendo o por que. Mas não me veja como uma heroína. Quem está no lugar do seu avô sou eu.

—  Isso não te faz mal como ele. Isso te faz corajosa. Você quis isso... Pra ajudar como sempre. É uma heroína em negação. — Ela riu e Rachel também.

— Bom... Todo esse papo está me dando fome, o que acha? irei no supermercado aqui perto comprar algo pra gente ok?

— Comprar ou pegar emprestado como fez com o sorvete?

— Shiu! — Brincou as duas. — Não conte isso para o Bel! —  Respondeu. — Eu já volto, não abra a porta pra ninguém e qualquer coisa, grite. Eu tenho ouvidos bem sensíveis.

— Tudo bem. — Respondeu ela e Rachel fechou a porta saindo e deixando a menina sozinha.

  Macayla respirou fundo, viu que tinha um peixe de aquário por ali e o encarou. 

— Oi peixinho... Também está se sentindo sozinho? — Perguntou sorrindo e logo seu sorriso se desfez ao ver pelo reflexo do aquário a presença de um homem logo atrás dela. Macayla arregalou os olhos...

Alucard: O Retorno - Vol 3 - Uma História Renegados Do Inferno Onde histórias criam vida. Descubra agora