Os Torturadores de Almas

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Por ser a unica criança pura de corpo e alma, Macayla foi a única que não caiu nos truques de alucinações do inferno. Porém os torturadores não ficaram contentes com isso, e resolveram aparecer por conta própria. As criaturas era horrendas, o formato de sua face lembrava um capacete de foto pontudo, seus maxilares eram deformados, ao ponto de babarem uma gosma esverdeada com um odor terrível saindo deles. Não possuíam olhos, suas línguas eram arroxeadas e pontuda, e seus corpos pareciam um animal desconhecido e completamente deformado, talvez atropelado e tendo os ossos quebrados.

  A coisa andava completamente torta tendo de se locomover com dificuldade, porém rápido, cada vez mais rápido.

— Rachel! — Chamou em uma tentativa inútil de pedir socorro.

  Não iria adiantar, aquelas coisas iriam devorar sua mãe e a Rachel para proteger o inferno dos invasores, Macayla tinha que distraí-las. E ela precisava se afastar para isso dar certo.

— Ei! Coisa feia! vem me pegar! — Gritou a menina correndo em direção as escadas.

  De repente todo aquele exército de torturadores começaram a seguir a menina que correu o castelo inteiro em busca de algo que a protegesse.

  Macayla entrou em um dos quartos fechando a porta com tudo. Sua respiração estava desregulada e ela não sabia o que fazer.

  Foi então que ela teve uma ideia.

  lembrou de uma vez que seu padrinho Adam entrou em seu quarto por meio de uma visão. Verdade! Ela conseguia ver ele! Talvez... Se ele soubesse...

  Macayla correu até um criado-mudo encontrando uma vela guardada e uma caixa de fósforos, ela acendeu a vela e a posicionou no canto da cama, arremangou a manga da camisa e usou sua unha para fazer um corte profundo em sua mão. 

  Repetiu o melhor que pôde o mesmo desenho que Damon fez na parede usando o próprio sangue. Ao terminar respirou fundo, um barulho de tentativa de arrombamento ouvia-se da porta. Macayla o ignorou, concentrou-se em abrir os olhos e sua marca brilhou em sua nuca, ela estava tentando um contato com Damon. A marca em que os dois possuíam. A marca da morte.

  Seus olhos ficaram negros e então, ela rezou para que o demônio a ouvisse.

  E ele ouviu... Ou melhor, sentiu.

  Damon sentiu sua marca queimar em seu abdomen. Levantou a blusa e percebeu que a mesma brilhava.

— Macayla! — Disse Adam. Ele entendeu. — Essa garota é uma puta de um gênio! — Disse o seu padrinho se aproximando da marca de Damon.

— O que vai fazer? — Perguntou ele.

— Responder o chamado dela. — Disse Adam tocando na marca de Damon e transferindo sua mente para exatamente onde Macayla o chamava.

***

  Outro estrondo foi ouvido e finalmente os torturadores entraram no quarto fazendo com que a menina perdesse a concentração e se afastasse.

— Use a vela! — Disse uma voz e Macayla obedeceu. — Ameace-os! Demônios odeiam fogo do inferno! Eles tem medo! — Respondeu e Macayla pôde ver quem a ajudava.

— Padrinho!

— Foco! Depois agradecimentos! Rápido! — Disse apontando para um dos torturadores que se aproximava para matar a menina. E Macayla então pegou a vela e aproximou ao demônio que assim como planejado se afastaram. — Onde está Rachel e Becca? — Ele perguntou.

— Desacordadas... Acho que estão em uma espécie de transe. — Respondeu e sangue escorreu do nariz de Adam, ele gemeu de dor. — Padrinho?

— Não tenho muito tempo, estou me transportando a um lugar complexo demais para a minha mente aguentar... Vamos você precisa sair dai.

— Não consigo!

— Macayla. Lembra quando reviveu o seu cachorro? — Ela fez que sim. — Faça o contrário dessa vez. Mate qualquer coisa que se aproximar de você.

— mas...

— Me escuta... Agora é questão de vida ou morte, essas coisas não tem vida! São coisas ruins... Precisa fazer isso. — Disse ele começando a tossir com o esforço. Agora!

  Ela entendeu o recado e então colocou sua mão sob o chão desejando a morte de todas aquelas coisas dentro do quarto.

  Em questão de um piscar de olhos, a grande maioria já estava no chão completamente mortos.

— Vá até sua mãe, rápido! Precisamos acorda-la! — Disse Adam e Macayla correu na direção onde havia deixado sua mãe e Rachel.

  Havia torturadores junto delas, eles pareciam sussurrar algo nos ouvidos de Rachel e Becca, Macayla não entedia a língua, mas sabia que era para prejudica-las, ou... Devorar suas almas.

— A vela, aproxime a vela na Becca e na Rachel! 

  Macayla obedeceu e as criaturas se afastaram.

— E agora?

— Acorde Rachel. 

— Como?

— O coração... — Adam não ia aguentar mais. — Faça bater o coração! — Disse desaparecendo de sua vista.

— Padrinho? Tio Adam! — Chamou e nada.

  Macayla encarou Rachel ainda desacordada e então pensou. Como assim? Bater o coração...? Ela pensou, e só então respirou fundo, fechou os olhos e tocou o peito esquerdo de Rachel.

 "Tum dum" foi o que se sentiu após desejar que o coração de um de Rachel batesse ao seu toque. E o barulho lentamente começou a repetir-se, Macayla estava começando a reviver a vampira. 

  Foi exatamente como previsto a vampira acordou se afastando de Macayla no exato momento e sentindo uma enorme dor no peito. Havia parado de bater, ela acordou a tempo.

— o que... O que foi isso...?

— Tinha que te acordar, coisas ruins pelo castelo! Querem machucar a gente! — Disse ela e e Rachel percebeu que os torturadores estavam ali. Sobraram poucos, mas ainda estavam ali. 

— Acorda sua mãe. — Disse Rachel. — Deixa eles com a rainha aqui. — Respondeu a vampira correndo na direção das criaturas e se transformando em vampira.

  Macayla respirou fundo e fez a mesma coisa com sua mãe, porém o contrário, ela já estava viva, então dessa vez Macayla diminuiu os batimentos cardíacos de sua mãe, apenas o suficiente para que ela fosse obrigada a acordar. Afinal a dor de um ataque cardíaco era o suficiente para acorda-la.

 E ela acordou.

  Finalmente. A garota prodígio havia conseguido o impossível.

Alucard: O Retorno - Vol 3 - Uma História Renegados Do Inferno Onde histórias criam vida. Descubra agora