O Retorno dos Arcanjos

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  O relógio moderno digital suspenso na parede da casa de Lucy Dale marcava exatamente 09:38 AM, quando Rachel o encarava.

  Estavam todos animados com a presença de Ariel que se juntou ao café da manhã, especialmente Rebecca, que não desgrudava sua atenção de sua mãe. Ariel estava radiante como sempre, assim como Bel, não havia envelhecido, o que dava mais a impressão de que Rebecca era uma irmã dos dois do que uma filha. 

  Por falar no demônio Belzebu, ele estava constrangido. Talvez pelo fato de ter transado com sua melhor amiga que por acaso também é conhecida de Ariel.

  Rachel não falava nada na mesa, e nem comia. Ela esteve quieta a manhã inteira, o que fez com que Rebecca estranhasse aquela posição.

— Rachel você está bem? —  Perguntou Becca despertando a vampira de seus devaneios.

— Ah, estou, apenas um pouco avoada. Vou buscar meu lanchinho. —  Disse ela se levantando para buscar sua dose de sangue matinal. 

  Ela abriu a geladeira e lá estava sua velha e antiga garrafinha preta contendo o sangue escuro dentro. Assim que fechou a porta e se virou para retornar a mesa, deu-se de cara com Ariel em pessoa.

— Oi Rachel. — Ela sorriu.

— Ei Ariel. Faz um tempinho que não lhe vejo. —  Disse Rachel e a arcanja sorriu colocando seu prato dentro da pia de louça. 

—  Assim como também não a vejo. Aparentemente o Senhor permitiu minha estadia para ajudar minha filha a estabilizar novamente o equilíbrio da terra.

— Rebecca sempre foi fã de problemas. Ela é um imã para isso.

— Culpa minha de fato. Permiti que o destino dela fosse escrito e acabou caindo fora de controle. Estamos tentando evitar um segundo apocalipse não planejado pelo rei dos céus. E isso já está ficando cansativo.

—  Concordo.

— Agora algo que chama-me a atenção  de meus anjos é sua quietude em relação a tudo isso, o inferno que bloodville está passando é enorme e sabe disso. Os moradores de Bloodville estão diminuindo sem perceber, a metade já está morta e transformada no exército do conde. Você sabe do tamanho horror daquele castelo. E prossegue calma como se nada houvesse acontecido, és a rainha do inferno Rachel, isso é sua responsabilidade também! — Disse a alarmando pelo estado emergencial que Bloodville se encontrava, aparentemente o conde estava transformando os moradores da cidade em vampiros e os transformando em servos de seu castelo para benefício próprio. Provavelmente ele já deveria estar por perto sem nem sequer alguém desconfiar. Ao notar que a rainha vampira não responderia a sua fala, Ariel usou um termo mais insistente, que saberia que a faria falar — Rachel... O conde Drácula é o seu pai, e portanto, sua responsabilidade levá-lo ao retorno do inferno.

— Não o chame assim! — Disse a vampira se exaltando e chamando a atenção de quem estava na mesa. — Desculpe.

— Sabe... Quando você me deu inspiração naquele forte negro, para que eu não cometesse suicídio. Você não só me salvou como também salvou diversos homens que estavam sendo escravizados naquele lugar terrível de tortura. Deu-me esperança. Agora estou aqui para lhe entregar o mesmo.

— Não mereço sua amizade Ariel, eu sou uma pessoa...

— Cruel? Comandante dos demônios? Acha mesmo que uma pessoa terrível cuidaria de uma criança e sacrificaria o próprio pai em prol da humanidade? 

— Você não conhece tudo sobre mim Ariel. Não sabe de nada do que fiz ou faço. —  Rachel já se movia em direção à mesa quando a mão tensa de Ariel apoia em seus ombros aproximando sua boca até os ouvidos da vampira.

Alucard: O Retorno - Vol 3 - Uma História Renegados Do Inferno Onde histórias criam vida. Descubra agora