Pequena e adorável Lúcifer

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  Macayla bebeu daquela taça cristalizada como se estivesse bebendo água. Ela e Rachel ambas bebendo do líquido escuro cor de um vinho completamente delicioso. Ao beber até a última gota do líquido naquele recipiente a menina bateu com a taça na mesa na mesma hora que Rachel.

— Há! Terminei mais rápido meio milésimo de segundos que você! — Disse Rachel.

— Mentira! Terminamos ao mesmo tempo! — Respondeu Macayla com a marca do líquido escuro rodeando seu buço. —  Você tinha razão, isso é muito bom!

— Claro que é. Suco de jabuticaba nunca me decepciona! O que pensa que sou? —  Perguntou franzindo o cenho. Elas estavam em uma espécie de parque infantil repleto de brinquedos e palhaços. — Mais uma rodada?

— Mais uma dessas e eu acho que vou explodir. —  Disse Macayla rindo e fazendo Rachel sorrir também. — Vamos brincar de desafios!

— Desafios?

— Sim! Por exemplo... Te desafio a acertar aquele ursinho de pelúcia no primeiro tiro! — Disse ela se referindo ao jogo de tiro ao alvo e Rachel sorriu indo em direção ao brinquedo.

  Não demorou muito para que ela mirasse no alvo e atirasse. Bingo! Em cheio no urso de pelúcia.

— A há! Séculos de prática usando arco e flecha, respeite-me, ainda tenho minhas habilidades de condessa! Minha vez! Desafio você a ir na montanha russa comigo.

— Bela tentativa, mas eu sou muito pequena, não posso passar! Há!

—  bem pensado.

— Já sei! Desafio você a hipnotizar o moço da montanha russa pra ele deixar eu entrar e assim podemos ir juntas! — Disse ela e Rachel sorriu. —  O que? Eu sei que você pode fazer isso! Papai disse que você sabe hipnotizar.

— Desculpa criança, eu não uso meus poderes hipnóticos.

— Sério? por que não?

— É muito perigoso, jamais se deve mexer com a mente de uma pessoa...

— Por que? Meu padrinho Adam faz isso direto!

— É diferente! Por que... Bom, Quando uso a hipnose pra controlar alguém as coisas podem sair do controle, como por exemplo a pessoa entender errado e fazer algo diferente, sem contar que a mente de uma pessoa pode se corromper, ou então a pessoa poderia até mesmo enlouquecer... E esse tipo de poder mexe com a gente sabe? Ter o poder de controlar as pessoas... É meio perigoso por isso.

— Mas você é forte, você saberia controlar, certo?

— Não sei dizer... Talvez sim, talvez não. Não seria justo me envolver na liberdade de uma pessoa, certo? Se nem Deus fez isso, por que eu faria?

— Bom... Dizem que Deus é uma mulher. —  Brincou Macayla querendo comparar Rachel ao ser divino.

— Vamos pra casa antes que sua mãe fique preocupada ok? — Disse Rachel e Macayla encarou algo pelo lado de fora do parque. Ela acabou puxando a mão de Rachel e seguindo o que lhe chamava atenção. — O que houve? — perguntou.

— Ele está sofrendo... —  Disse ela que logo largou a mão de Rachel e correu atrás do misterioso ser.

— Macayla! — Gritou Rachel indo atrás dela. 

  Era um cachorro, não muito grande e nem muito pequeno, um cachorro de cor caramelo jogado no chão sangrando com um enorme ferimento claramente mostrando as agressões de um ser humano sem coração.

—  Quem seria tão mal ao ponto de fazer isso...? — Ela perguntou com as lágrimas e o cãozinho já em seus minutos finais de sofrimento fechou os olhos.

—  Ei... Vamos, ele já se foi criança, não há o que se fazer..

— Não! Eu... Eu ainda posso salvá-lo! — Disse Macayla colocando as mãos sob o ferimento do cachorro.

—  Macayla, ele já morreu... Não tem mais batimentos e nem respiração... Ele se foi, vem... — Disse Rachel tentando afastá-la daquela cena horrível de uma criança.

  A menina não respondeu, estava muito concentrada até o ponto que sua nuca começou a brilhar chamando a atenção de Rachel, não só a nuca como a mexa prata de seus cabelos ficou completamente negra, e os cabelos negros ficaram completamente prateados... Rachel ficou impressionada, porém nada do que a menina fazia surtia efeito.

  O cãozinho já havia partido...

— Não... Ele não pode morrer aqui! Todo machucado desse jeito! Não! — Disse ela entendendo que ele havia ido embora.

— Ei, você tentou ok? Está tudo bem... De verdade! Não tem como salvar todo mundo Macayla! Vá por mim, o mundo está cheio de pessoas ruins, seres humanos são ruins! Por isso precisamos dar o nosso melhor para mudar eles... ok? vem, vamos pra casa de Lucy tomar um ar.

— Não! Temos que levá-lo e enterra-lo! Temos que... Que... —  logo ela parou ao sentir algo úmido em suas mãos como se fosse... lambidas.

  Rachel olhou em direção assim como a menina e ambas arregalaram os olhos. O cachorro estava de pé basicamente agradecendo sua salvadora por ter curado seu ferimento.

— Eu sabia! Sabia que podia curar você! — Gritou em felicidade abraçando o cachorro sendo que Rachel continuava imóvel. — Podemos ficar com ele né? Lucy tem um quintal gigante! Vamos dar comida e banho nele! Vamos levá-lo pra casa Rachel! — Sorriu Macayla e Rachel por um segundo se afastou de Macayla quando a menina a tocou. —  Está tudo bem? o que foi?

  Ao recobrar a consciência Rachel pigarreou e fez que sim com a cabeça afirmando que ela podia sim levar o cachorro por enquanto. E enquanto Macayla estava feliz pelo novo cãozinho Rachel estava aterrorizada.

  O cachorro estava morto e isso ela tinha a maior certeza de todas. E se o cão estava de fato morto, então Macayla não o curou. 

  Ela o ressuscitou dos mortos.








Alucard: O Retorno - Vol 3 - Uma História Renegados Do Inferno Onde histórias criam vida. Descubra agora